Eu nunca tinha pensado nisso, mas Invocação do Mal é uma ótima ideia para uma franquia. Charlatões ou não, o casal Warren da vida real deve ter um monte de histórias para contar, o que significa que são uma fonte inesgotável de contos sobrenaturais. E agora, é hora de começar nossa crítica Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio. Mas não sem antes reclamar um pouco do título nacional.
O DIABO ME FEZ RECLAMAR DO TÍTULO
Ao ler “A Ordem do Demônio”, pensei que se referia a um grupo de pessoas que adoram um demônio ou algo do tipo. Só fui entender de fato como chegaram nisso depois de ver o título original: The Devil Made Me Do It que significa “o Diabo me fez fazer isso” e é uma frase bem comum na gringa.
Para começar, demônio (demon) é uma coisa totalmente diferente de Diabo (Devil), então o erro já começa por aí. E mais importante, não há aqui um grupo de adoradores de um demônio. A história trata, literalmente, de um cara que cometeu um assassinato, e alegou, no tribunal, que o diabo o mandou fazer isso. Sim, ele recebeu uma ordem do Diabo, mas usando como substantivo, sem querer mudaram o sentido (que seria “o Diabo me ordenou”). O que nos leva à…
CRÍTICA INVOCAÇÃO DO MAL 3: A ORDEM DO DEMÔNIO
Pois o pepino é o seguinte. Arne (Ruairi O’ Connor) foi possuído. Durante a possessão, ele matou um caboclo. E daí, aparentemente, o Diabo foi embora. Ele não estar mais possuído não significa que ele não estava possuído quando rolou o crime. Os Warrens são, então, contatados para provar no tribunal que Arne fez o que fez por coerção demoníaca.
Cá entre nós, é uma proposta muito mais interessante do que as assombrações que permeavam a franquia até agora. Porém, não crie expectativas de que este seria um novo O Exorcismo de Emily Rose (potencialmente o melhor filme de terror sobrenatural já feito). Invocação do Mal 3, infelizmente, não é um drama de tribunal. A pegada é mais de um filme de detetive.
Os Warrens não tentam convencer um juiz, mas descobrir o que aconteceu. Eles logo percebem que a família foi amaldiçoada. Daí o restante da duração envolve os dois investigando, tentando chegar nos verdadeiros culpados da coisa toda. E, ao contrário dos anteriores, este funciona bem por causa dessa mudança temática.
MAS FALTA AMARRAÇÃO
Infelizmente, quanto mais o filme avança, pior ele fica. Sim, eu gostei mais dele do que dos dois anteriores, mas há muitos problemas aqui também. Em especial no terceiro ato. Esse é o momento mais tradicionalmente “terror de fantasminhas” da coisa toda, completo com perseguições e cenas que você já viu milhares de vezes (“fulaninho, sou eu! Você não me reconhece?”).
O pior pecado, no entanto, é que o filme todo é a busca por um porquê, mas esse porquê nunca é revelado. Sim, a gente descobre quem criou a maldição, mas não é elaborado qual era o problema dela com a família ou mesmo a relação entre os dois casos citados no filme.
São erros de roteiro graves, que afetam a apreciação da película como um todo. Talvez para fãs dos outros filmes, este pareça menos assustador. Mas ainda assim, a pegada investigativa me agradou mais do que o estilo “casa assombrada” dos anteriores.
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