Em Chamas é o longa que a Coreia do Sul irá submeter para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro em 2019. Também é baseado em um conto do escritor japonês Haruki Murakami, um autor muito popular em várias partes do mundo, inclusive aqui no Brasil.
Considerando que o filme que o país mandou para a disputa do prêmio da Academia este ano foi esse aqui (e ele acabou não sendo selecionado entre os cinco finalistas), e meu apreço pelo cinema sul-coreano, eu tinha boas expectativas para Em Chamas. Mas elas acabaram não sendo correspondidas.
Lee Jong-su é um jovem aspirante a escritor meio perdido na vida. Ainda não se encontrou profissionalmente, não sabe sobre o que ele quer escrever, e acaba tendo de voltar a seu lar de infância depois que seu pai se mete numa encrenca. Ele acaba encontrando por acaso uma antiga colega de escola, Shin Hae-mi, e também demora um pouco para perceber o que verdadeiramente sente por ela.
Quando ela retorna de uma viagem com um novo amigo a tiracolo, o enigmático Ben (Steven Yuen, o Glenn de The Walking Dead), um jovem rico que ninguém sabe exatamente o que faz, a coisa parece partir para um triângulo que nunca chega a se concretizar como amoroso.
EM CHAMAS
A partir daí, falar mais a respeito da história não é indicado, pois pode estragar sua experiência. Mas na realidade este é daqueles longas onde muito pouco acontece, ou aparenta ocorrer.
É cheio de personagens contemplativos, olhando para a paisagem, e de conversas aparentemente desconexas, cujo subtexto se encontra nas entrelinhas. Ainda assim, para mim ele pareceu apenas vazio.
E longo, desnecessariamente longo, batendo quase em duas horas e meia de duração, o que não ajuda em nada essa sensação de que ele tem muito visual (a fotografia é bonita), mas pouco a dizer.
Mesmo quando, já bem avançado, ele parte para um mistério, nem mesmo isso acaba sendo resolvido, preferindo deixar em aberto. E com um final bem WTF, considerando-se que toda essa questão ficou aberta a interpretações.
Enfim, definitivamente Em Chamas ofereceu muito pouco para o meu gosto e foi bem prejudicado pela duração excessiva, que o torna bem arrastado. Há pouco de interessante aqui. Talvez apreciar uma história tipo slice of life passada em uma cultura bem diferente da nossa. Ou mesmo a mera curiosidade de ver o Glenn falando coreano.
Mas óbvio, tudo isso é muito pouco para sustentar um filme. Desta forma, eu não considero um dos melhores exemplares da sétima arte sul-coreana e recomendo que você busque uma opção melhor.