Um grupo de crianças/adolescentes encontra uma criatura que eles não sabiam que existia. Ao perceber que ela está sendo perseguida por cientistas que querem fazer coisas abomináveis (hein? Hein?) com o bichinho, resolvem ajudá-lo a voltar para casa. Não, amigo leitor, não estou falando de E.T. – O Extraterrestre. Esta é nossa crítica Abominável.

CRÍTICA ABOMINÁVEL

Crítica Abominável, Abominável, Dreamworks, DelfosAdmito que eu não estava lá muito animado para Abominável. É o tipo de filme que eu vejo basicamente para escrever a crítica, e costumo esquecer quase totalmente logo depois. Quando vi que ele contaria basicamente a mesma história do clássico do Spielberg, desanimou mais ainda. Agora sabe o que realmente me surpreendeu? Ele acabou me conquistando.

Logo de cara gostei do visual. Os personagens humanos têm olhinhos puxados, e não me lembro de ter visto outro desenho ocidental com personagens claramente asiáticos. Mesmo a estética tradicional de animês, que é o que a gente costuma interpretar como o visual cartunesco para pessoas orientais, não lembra de fato a raça em questão.

Além disso, é todo mundo muito bonitinho. Porém, não é só em um design fofo que ele se sustenta. Abominável logo se demonstra um filme de senso estético absurdamente apurado, daqueles que dá gosto ver em uma tela grande.

A combinação do jogo de cores com os planos estilosos fazem deste um dos filmes mais bonitos do ano. Duvido que você não se arrepie com as cenas do barco e do Buda, por exemplo.

O ABOMINÁVEL E.TEIMOSO

Apesar de a história ser, em seus pontos principais, a mesma de E.T., a jornada é diferente. Este é mais mágico, até mais infantil eu diria. Pense em uma versão de E.T. em que quase toda cena é a da bicicleta. É por aí. E isso contribui para que, quando os créditos começarem a subir, você sinta que assistiu a uma grande aventura.

Crítica Abominável, Abominável, Dreamworks, Delfos

É um filme curtinho e de narrativa acelerada, sem muito espaço para coisas supérfluas, o que mantém a experiência toda em um ritmo agradável. Há também um humor tão bonitinho quanto os personagens, que conseguiu arrancar gostosos sorrisos deste escriba resmungão.

No final das contas, Abominável não faz jus ao nome. De abominável este filme não tem nada. É, na verdade, uma simpática aventura, fofinha e belíssima. Não é especialmente criativa, mas compensa isso com um tremendo apuro estético e investindo na forma mais pura de diversão.

REVER GERAL
Nota:
Artigo anteriorAnálise Whipseey and the Lost Atlas: Nintendinho para consoles modernos
Próximo artigoCrítica Predadores Assassinos: não atire no furacão
Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
critica-abominavelTítulo: Abominable<br> País: EUA / China<br> Ano: 2019<br> Estreia no Brasil: 26 de setembro de 2019<br> Distribuidora: Dreamworks<br> Duração: 97 minutos<br> Diretor: Jill Culton, Todd Wilderman<br> Roteiro: Jill Culton<br> Elenco: Chloe Bennet, Albert Tsai, Tenzing Norgay Trainor<br>