Top 5: Melhores Filmes de 2009 (Corrales)

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Bem-vindo ao tradicional especial anual do DELFOS, em que escolhemos os melhores filmes do ano que passou, ao lado do pior e da decepção. A exemplo do ano passado, cada um dos delfianos que participou terá seu próprio texto, saindo semanalmente a partir de hoje.

As regras são as mesmas de sempre. O filme precisa ter passado nos cinemas de nosso país em algum momento entre primeiro de janeiro e 31 de dezembro de 2009. Não interessa se foi no circuito comercial ou em alguma mostra ou festival desde que, é claro, não seja um relançamento ou tenha passado antes (por exemplo, uma exibição especial dos Star Wars não os tornam elegíveis). Tudo explicado, acompanhe-me na listinha abaixo e semana que vem temos uma 100% Cyrilovística.

Devo dizer que eu sofri bastante para criar a lista abaixo. Filmes que eu acreditava que teriam um lugar especial acabaram sendo dolorosamente chutados em nome de títulos mais recentes. Além disso, essa lista parece ter sido feita pelo Rezek, não por mim.

Para começar, pelo menos as três primeiras posições têm o amor como tema central e apenas um dos cinco tem explosões. Além disso, pela primeira vez desde 2007, a franquia Jogos Mortais não conseguiu colocar seu representante deste ano entre os cinco mais. E não só, mas o gênero terror, um dos meus preferidos, está completamente ausente. Será que isso significa que eu traí o movimento e virei um mariquinha poser? Ou que estou crescendo e no ano que vem não vou mais gostar de misturar ruivas e bacon, vou usar ternos e até aprender a dar nós em gravatas? Ou, mais importante, ambos não seriam exatamente a mesma coisa? Pelo martelo de Thor! Espero que isso não aconteça e que no ano que vem eu volte a premiar filmes de terror, indies e blockbusters cheios de cabuns como sempre fiz. De qualquer forma, a lista de 2009 é a seguinte.

5 – Sinédoque, Nova York (Synecdoche, New York – EUA – 2008)

Essa quinta posição foi disputada a tapa, pois pelo menos dois outros filmes estavam doidinhos para aparecerem por aqui. Eles eram Vitus e Eu Te Amo, Cara. O primeiro seria a estreia de um filme suíço nesse Top 5 e o segundo é bem legal por desvirtuar completamente o gênero mais mariquinha do cinema (as comédias românticas). Ambos tinham lugares garantidos por aqui, mas duas estreias do final do ano os privaram de suas posições.

Porém, Sinédoque conseguiu se manter. E até agora eu não entendi porque gostei tanto de um filme como esse, pois ele tem tudo que eu costumo odiar nas mãos de outros cineastas (David… cof… Lynch…), mas nas do diretor estreante e roteirista veterano Charlie Kaufman, realmente representou boa parte de como eu me sinto em relação à vida e nos relacionamentos do dia a dia. É um longa tão triste quanto genial e, por isso, não poderia ser deixado de fora.

4 – Avatar (Avatar – EUA – 2009)

Esse foi um dos que roubou o lugar dos que estavam garantidos. Eu sou fã do trabalho do James Cameron desde antes de eu saber o que um diretor fazia e seu retorno às telas depois de 12 anos realmente não decepcionou. Ok, a história é clichezaça e poderia estar em qualquer um dos filmes menos inspirados da Disney. Porém, Avatar merece ser visto por outros motivos, em especial por proporcionar uma imersão jamais vista antes nas telonas. Ver este longa em Imax 3D é, sem dúvida nenhuma, o intermediário entre o cinema normal e o holográfico. E, cá entre nós, eu mal posso esperar pelo cinema holográfico!

3 – Up – Altas Aventuras (Up – EUA – 2009)

O filme mais bonito do ano, indisputavelmente. É possível ficar sem chorar naquela montagem inicial mostrando a vida inteira do casal? Se você conseguiu, deve ser deveras insensível e eu não quero ser seu amigo. A Pixar já tinha mostrado com Wall-E que domina a técnica de contar uma história sem palavras, mas nessa pequena montagem, eles realmente se superaram. O troço acontece logo no começo do filme, os personagens mal tinham sido apresentados e mesmo assim você consegue compartilhar de suas alegrias e realizações, tristezas e frustrações. Depois disso, Up vira uma aventura tradicional, divertida e engraçada e, como obra completa, ainda prefiro Wall-E. Porém, a montagem em questão é um dos momentos máximos do cinema e acho muito difícil que venha a ser superada num futuro próximo. E, se for, com certeza será pela Pixar!

2 – Apenas O Fim (Brasil – 2008)

A única vez até hoje que eu tinha visto o Brasil que eu conhecia no cinema foi com Turistas, aquele polêmico filme estadunidense. E o único filme brasileiro que tinha entrado na minha lista de melhores do ano até hoje foi Tropa de Elite, e isso porque ele saiu em um ano deveras fraco. E esse só entrou porque é bastante engraçado e me lembrou bastante dos filmes clássicos do Schwarzenneger, embora os brasileiros gostem de considerá-lo algo intelectual e crítico (vai entender, deve ser falta de filme de zumbi para saber o que realmente é cinema crítico).

Dessa forma, Apenas O Fim foi a primeira vez que eu realmente vi no cinema nacional pessoas que vivem no mesmo ambiente que eu, que conversam das mesmas coisas, fazem as mesmas coisas para se divertir, enfim… Se você não chegou a assistir, o longa é apenas a última conversa entre dois namorados, ambos estudantes de comunicação. Só isso. Diálogos! E exatamente o tipo de diálogos que você ou eu teríamos com nossas respectivas patroas. Nada de nordeste, favela ou ditadura. Bem do jeito que eu gosto. Matheus Souza está de parabéns por ter feito este filme único na cinematografia tupiniquim e eu até o perdôo por ele não ter citado o DELFOS na parte que os dois comentam sobre sites de cultura pop. Desde que, é claro, ele cite no próximo. =P

1 – 500 Dias Com Ela (500 Days of Summer – EUA – 2009)

Pois é, mais um filme de amor nessa lista. E na primeira posição. 500 Dias Com Ela é tão bom que, se fosse mais velho, estaria nessa minha lista. A sua abordagem em relação ao amor lembra o lindo Antes do Amanhecer, porém de forma mais inocente e mais pop. Não o consideraria uma comédia romântica, primeiro por ele não seguir as fórmulas do gênero e depois por ele ser bem triste. Apesar de triste, no entanto, ele tem um jeitão positivo e o final é tão absurdamente cuti cuti que, se filmes tivessem bochechas, eu gostaria de apertá-las. A abordagem do amor aqui é tão realista que eu me vi no lugar do protagonista numerosas vezes e admito que repensei boa parte da minha vida.

500 Dias Com Ela não só é um dos melhores filmes de amor que já assisti, como é um dos que tem mais sentimento e mais criatividade. E ainda consegue ser ridiculamente fofo e otimista, ao mesmo tempo em que conta uma história bastante triste. E olha que nem estou citando a metalinguagem ou a trilha sonora, que é uma das mais legais dos últimos tempos. Se você não assistiu, faça agora.

Menção Horrorosa – o pior do ano: Desejo e Perigo (Se, Jie – EUA / China / Taiwan / Hong Kong – 2007)

Esse lugar também foi disputado a tapa. 2009 teve mais notas zero para filmes do que o site inteiro teve entre 2004 e 2008. Assim, não foi fácil escolher Desejo e Perigo como o ápice das fezes cinematográficas de 2009, especialmente quando lembramos que ele tinha concorrentes muito fortes. Porém, como tenho dificuldades para ter uma visão de inferno pior do que ficar duas horas e quarenta minutos olhando para mulheres com suvaco peludo ou para as bolas do Tony Leung de forma não linear, também não foi tão difícil assim.

D&D – Decepção Delfiana: Contatos de 4° Grau (The Fourth Kind – EUA – 2009)

Esse filme estreou em primeiro de janeiro, então, oficialmente, deveria estar na decepção do ano que vem. Porém, a cabine foi em 2009 e eu espero ter muitas outras decepções em 2010 (espera… quê?). Além disso, eu sou o ditador supremo do DELFOS, então eu estou acima das regras. Pausa para a risada maquiavélica.

Eu tenho a força, sou invencível, somos amigos, e juntos venceremos a semente do mal! 

Contatos de 4° Grau tinha tudo para ser um excelente filme. Porém, os criadores acharam uma boa ideia construir tudo em cima de uma mentira. E, obviamente, na época da internet, as mentiras têm pernas curtas. E descobrir que tudo que você acabou de ver – e que o filme se preocupa o tempo todo em dizer que é verdade – é mentira é simplesmente deveras decepcionante. O diretor e roteirista Olatunde Osunsanmi deveria ser submetido a ataques freqüentes de hipopótamos por mentir desse jeito para o mundo inteiro. Porém, acho que nenhum castigo que a gente consiga pensar pode ser pior do que passar uma vida inteira com esse nome.