Coletiva: Lula, o Filho do Brasil

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Alfredo, Alfredo de la Mancha, Delfos, Mascote, Alfred%23U00e3o, Delfianos

Bem-vindo a mais uma cobertura delfiana de mais uma coletiva. Dessa vez, porém, a coisa é especial. Afinal, trata-se de um filme eleitoral. Ahn, peraí, não é eleitoral? Hum… ok. Aqui então vai a opinião da turminha que fez o longa e em breve sai a resenha com a minha. Mantenha-se delfonado.

Estavam presentes (só não me pergunte quem fez o quê, pois tinha um monte de gente cuja função não foi apresentada) Wilson Feitosa, Denise Paraná, Juliana Baroni, Glória Pires, Fábio Barreto, Rui Ricardo Diaz, Paula Barreto, Milhem Cortaz, Carlos Eduardo Rodrigues e Bruno Wainer. Além disso, tinha um sujeito sem placa de nome, responsável pela distribuição na Argentina. Se entendi corretamente, seu nome era Eduardo Constantini. Outro sem placa de nome era o molequinho que fez o Lula quando adolescente. E esse ninguém sequer falou o nome.

A entrevista começa com alguém perguntando qual era a relação que eles tinham com o Lula. Glória Pires diz ser distante do movimento do ABC e não tinha expectativas, mas passou a conhecer um pouco no decorrer do filme. Rui Ricardo Diaz, o Lula do filme, disse que já o admirava politicamente. Com o longa, conheceu também o lado humano e passou a admirá-lo ainda mais.

Já Milhem Cortaz, o papis do Lula, acredita que o importante é a história, não de quem ela é. Ele credita o presidente como o responsável por aproximá-lo da política e, dessa forma, torná-lo alguém mais inteligente. Rui completa, dizendo ser uma história que precisava ser contada, pois é a de um brasileiro comum.

Alguém pergunta para Fábio Barreto qual é a importância desse trabalho para um diretor consagrado. Fábio diz que não pensou se o filme vai ou não ajudar o presidente, pois sua história é igual à de muita gente. “Esse é meu filme mais maduro, com um elenco que lhe dá credibilidade. Considero-o um dos meus três melhores, junto com meu primeiro (Índia, a Filha do Sol) e O Quatrilho. Para mim, é um sonho realizado”, declarou Fabião.

Mas será que o Rui ficou com medo de ficar marcado no personagem? “Sou um ator, tenho que estar preparado para os personagens. Se pensar em ficar marcado, não vou conseguir trabalhar”, foi a resposta do sujeito.

A entrevista continua, com alguém perguntando qual seria a opção do Barretóvski entre estética e verossimilhança. “Fico com as duas”, responde nosso amigo. E continua: “Em algumas cenas fiz algo mais documental, com câmeras na mão, para aumentar a credibilidade. Verossimilhança absoluta, só com documentário, o que não era nosso caso. É um filme de ficção, onde as pessoas reais se tornaram personagens”. Resposta curiosa, não?

Bruno Wainer se manifesta, dizendo que é uma superprodução, um épico, o ponto máximo do cinema nacional desde a retomada. E não, não estou exagerando. Ele disse mesmo tudo isso. E mais: “ele terá 500 a 650 cópias, será o maior lançamento de um filme brasileiro desde a retomada”. Eita!

O caboclo da Argentina também quer falar, e diz que lá serão 70 a 100 cópias, vai sair em março e ele acredita que será muito visto, pois Lula é bastante popular entre os hermanos. Depois ele até pretende lançar o longa no resto do Mercosul. E aqui cabe até uma piada que só os delfonautas dedicados vão entender: essa é a primeira vez que um filme sai depois na Argentina, né? ^^

Finalmente, alguém tem as bolas de perguntar o que todo mundo estava pensando: intenções políticas. Fabião? “Nenhuma intenção política. O filme é um produto. É para entretenimento. Não acho que vai afetar em nada a eleição e essas críticas não me afetam”. Essa é a primeira vez que vejo um diretor se referir a seu próprio filme como um produto. Não que isso me surpreenda, já que aqui a coisa é ainda pior do que em Hollywood. É só ver que quase não existem filmes nacionais com zumbis… É só o que vende, ou seja, favela, nordeste e ditadura. Nem explosões os caras fazem…

Mas… mas… o “produto” vai sair no ano de eleição. Carlos Eduardo Rodrigues responde, dizendo que isso foi uma decisão puramente comercial. “Das 10 maiores bilheterias desde a retomada, três saíram em janeiro e quatro em agosto. O filme não estava pronto para esse agosto e, se a gente lançasse em agosto do ano que vem, ia deixar todo mundo ainda mais zangado”.

Fábio completa dizendo que para ele é apenas um filme, não se importa com a data de lançamento. Assim, não pensou em adiar para lançá-lo após a eleição. “Não tô nem aí para a eleição”, completa FB.

Paula Barreto decide, então, falar sobre a origem do dinheiro do filme. Ela garante que não usaram leis de incentivo e, dos 12 milhões do orçamento, 50% veio de empresas de cinema, como a Europa Filmes. Os restantes, provenientes de empresas normais, já eram parceiros da produtora e não tem ninguém aí que nunca patrocinou a cultura antes.

Inclusive, no final da entrevista, um senhor que não sei quem era ficou um bom tempo falando quanto dinheiro veio de onde, numa espécie de prestação de contas. Interessante.

Pouco antes dessa coletiva, o “produto” tinha acabado de ser mostrado para o nosso estimado presidente. Segundo Glória, nosso grande líder comentou que se emocionou e achou muito bem feito. Rui completa dizendo que ele gostou tanto que mal conseguia falar.

Depois da exibição, Paula disse que muita gente da família do presidente veio até ela para dizer que gostaria de ter conhecido a Dona Lindu, mãe de Lula. Milhem interrompe dizendo que falaram isso dele também, em referência a seu personagem, o pai alcoólatra e abusivo. Risos gerais. Ha. Ha.

Fábio diz que, quando Denise Paraná, autora do livro homônimo no qual o filme se baseia, foi pedir autorização para nosso grande líder para escrever seu grande épico, ele disse que não autorizaria se fosse para puxar saco. Ele só permitiria se fosse algo para ajudar as pessoas a conhecerem-no melhor. Bom, não li o livro, mas o filme é deveras puxa-saco. Será que o presidente vai proibi-lo, então?

O momento mais tenso da coletiva veio na última pergunta, em que um sujeito questiona a decisão de terminar o filme daquele jeito e mesmo a escolha de determinada dupla sertaneja (que infelizmente não lembro qual delas é) para cantar uma das canções principais.

Fábio fica visivelmente incomodado e diz que o gosto pessoal do fulano pode ser aquele, mas ele gosta da dupla sertaneja em questão e eles são muito populares no Brasil. Diz que fez o filme para ser popular. É um longa de superação, sobre acreditar em si mesmo, e o final tinha que ser positivo, para cima.

Carlos Eduardo Rodrigues diz que brasileiro gosta de fatos reais e Paula Barreto, também claramente incomodada, deixa claro que em filmes biográficos você precisa mostrar o real. “É o presente que você promete para o espectador e você tem que dá-lo”, completa a moça.

E assim também completo esta cobertura. Não deixe de se manter devidamente delfonado para ler a crítica do “produto” em questão. Ou, como sempre, se você chegou atrasado, clique aqui e seja feliz.