Cinco jogos mais difíceis do que Dark Souls

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Antes de mais nada, vamos colocar os pingos nos i’s, delfonauta. Diferentemente do Corrales, não sou exatamente um entusiasta de Dark Souls. Conheço os jogos e reconheço as suas qualidades, mas não tenho uma relação forte com eles – não como tenho, por exemplo, com Uncharted ou Bioshock. Apesar disso, sei da importância que o lançamento de Dark Souls IIIpossui no mundo dos games, e queria escrever algo para brindar o delfonauta neste momento.

Mas, oras, seria muito fácil escrever algo para enaltecer Dark Souls, não acha? Pois foi por isso que eu resolvi ir na contramão e trazer um contraponto a um de seus elementos mais marcantes – a dificuldade. Afinal, qual é a graça de escrever para a internet se você não vai cutucar alguns haters? =P

Eu sei que muita gente joga os jogos da série Souls por conta da dificuldade, mas isso nunca foi o que me chamou a atenção. Primeiro, porque o jogo é muito mais do que apenas difícil – como o próprio Corrales mostrou muito bem aqui – e segundo, porque existem jogos muito mais difíceis por aí. E agora que eu já fiz o gancho necessário, vamos ao Top 5 que, vale ressaltar, não está em ordem de dificuldade.

5 – CONTRA III: THE ALIEN WARS

Muito antes do The Last Giant atormentar jogadores em Dark Souls II, os monstros gigantes de Contra 3 já faziam controles serem atirados contra a parede. O jogo, que chupinhava descaradamente franquias como Alien e Predador, unia elementos de bullet hell ao sidescroller tão presente da era 16 Bits (Contra III saiu originalmente para o Super Nintendo), fazendo uma mistura que exigia uma habilidade quase sobre-humana para avançar.

Um grande exemplo é a fase da moto, em que você, após enfrentar toda sorte de alienígenas e naves a bordo do veículo, precisará se segurar em um míssil (!) e depois pular de um míssil para outro (!!!) para matar um super alienígena voador. É de tirar o fôlego.

4 – BATTLETOADS

Battletoads é um jogo cuja fama cresceu ao longo das décadas, e muita gente hoje o cita quando vai falar de Dark Souls e vice-versa. Porém, eu vejo que Battletoads é um jogo que se diferencia muito dos jogos da From Software justamente porque estes são jogos com um gamedesign super equilibrado, enquanto aquele beira o punitivo.

Quem aqui não se lembra do famigerado Turbo Tunnel, em que tudo acontece tão rapidamente que é impossível passar de primeira (ou de segunda. Ou de vigésima)? Essa fase demonstra bem a intenção dos designers ao imaginar o jogo, que conseguiram ser absolutamente sádicos sem precisar colocar um “You Died” a cada vez que você morre.

3 – AARU’S AWAKENING

Aaru’s Awakening é um indie game relativamente obscuro, que popou na PSN algum tempo atrás e me chamou a atenção. Porém, o que parecia ser um jogo de plataforma com temática mística e gráficos únicos se mostrou um verdadeiro terror, onde cada uma das minúsculas fases facilmente me levava a um total de 100 mortes de uma só vez. Pois é.

O game da Lumenox se inspira bastante nas fases insanas de jogos como Kaizo Mario, onde você é sempre surpreendido por inimigos escondidos e armadilhas que matam instantaneamente – fazendo com que você tenha que decorar o caminho e precise executar os movimentos com uma precisão cirúrgica. E se você acha que enfrentar Lud e Zallen, os Mascotes do Rei em Dark Souls II, é complicado, veja uma das fases de Aaru’s Awakening.

2 – THE BINDING OF ISAAC

Não há como falar de jogos difíceis sem citar pelo menos um genuíno bullethell. Por isso, trouxe para esta lista o último bullethell que me conquistou de verdade, The Binding of Isaac. A geração procedural das fases, unidas ao design único dos personagens e o seu conceito perturbador, tornam o jogo uma experiência tão pesada quanto complicada.

Enfrentar os inimigos por si só já seria complicado, mas o fato de que as fases mudam a cada nova jogada torna tudo ainda mais único e complexo – e isso porque eu nem falei do espaço minúsculo que você tem para enfrentar os inimigos, que pode ser ainda mais restringido por barreiras ou precipícios quando você menos esperar. Uma mistura de 1942, Depression Quest e Pião da Casa Própria que coloca qualquer Chasm Of the Abyss no chinelo.

1 – ULTRA STREET FIGHTER IV

A presença desse jogo na lista provavelmente vai chocar o mais desatento, mas tem um motivo. Por increça que parível, gosto de relacionar o sistema de luta de Dark Souls ao de Street Fighter, pois o risco que se corre ao enfrentar qualquer inimigo é tão grande que você precisa ficar extremamente atento às mesmas coisas: no inimigo que você está enfrentando, nos golpes que ele possui, no alcance e nos tempos de startup e cooldown desses golpes, e no espaço que você tem para planejar o seu jogo, seja defendendo ou atacando.

Acontece que a supracitada iteração de Street Fighter é conhecida por trazer não só elementos a mais para as batalhas, como as barras de Ultra Combo e EX Movements, mas também por dificultar muito a execução de combos, com muitas vezes existindo apenas uma janela de um único frame para ligar um golpe a outro. Isso por si só já torna as coisas mais complicadas do que em Dark Souls – onde, para combar, basta apertar o outro botão de ataque em seguida -, mas ainda tem mais.

Não podemos nos esquecer de que, apesar da infinidade de inimigos que existem em Dark Souls, nenhum deles tem tantos golpes ou tantas combinações possíveis quanto qualquer personagem dos Lutadores de Rua, e a versão Ultra de Street Fighter IV conta com nada menos do que 44 deles! A verdade é que, mesmo sem ter um mapa gigante ou bosses lendários, Ultra Street Fighter IV consegue ser ainda mais profundo do que a série da From Software.

E aí, delfonauta, sentiu falta de algum game? Não fique encabulado, diga aí nos comentários! E mantenha-se delfonado para nossa resenha de Dark Souls III, que sai amanhã.

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