Quem diria que eu iria me surpreender com este Cidades de Papel? Eu esperava um filme teen no mau sentido e o que assisti foi um filme teen no melhor sentido possível. Pois é, amigo delfonauta, Cidades de Papel é um Sessão da Tarde delicioso, lembrando algo entre Curtindo a Vida Adoidado e Os Goonies.
Saca só: Quentin é um molequinho que se apaixona por uma garotinha no dia que ela muda para a casa ao lado da dele. Quem nunca, né? Os dois logo viram amiguinhos, mas conforme eles crescem, acabam se afastando. No entanto, a garota nunca saiu do coração de Q e ele cresceu com vontade de atirar fezes em cada um dos namorados que ela teve ao longo da adolescência.
Agora, ambos estão naquela fase mágica próxima aos 18 anos, em que você não é um homem (ou mulher), mas também não é mais uma criança, como já dizia nos anos 70 a tia Alice.
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Uma noite, totalmente do nada, a moçoila aparece no quarto dele enquanto ele dorme, exatamente como ele sonhou durante toda sua vida. Só que ela não está interessada em fazer um tico-tico no fubá, mas em alistar o sujeito para uma grande aventura que acontecerá naquela noite.
Ele acaba topando, e os dois aprontam altas confusões. Ele vai dormir todo feliz, achando que vai eventualmente fazer miséria com ela. E provavelmente iria, se no dia seguinte ela não desaparecesse. Logo ele começa a encontrar algumas dicas do paradeiro da rapariga, e alista seus amigos para procurar por ela. Assim, essa turminha serelepe vai viver a aventura da sua vida, saindo da sua zona de conforto e fazendo várias coisas pela primeira vez.
Várias das questões que eles encontram, bem como os seus problemas e suas atitudes, refletem muito bem a idade dos protagonistas. Essa época entre o final do ensino médio e início da faculdade é marcante na vida de todo mundo, e é por isso que tantas histórias sobre isso são contadas. E Cidades de Papel é uma das mais legais dos últimos tempos.
O filme não é exatamente uma comédia, mas se dá bem quando arrisca no humor. Também não é um drama, mas aposto que o final vai deixar muitos jovens – e talvez até alguns adultos – com os olhos úmidos. Mas você sabe, de um jeito totalmente másculo e viril.
E se eu já me diverti com a aventura dessa turminha, imagino quão legal ele deve ser para quem está na mesma fase dos protagonistas, passando pelas mesmas dificuldades e dividindo as mesmas esperanças. Se você está nessa época em que o clássico do Alice Cooper parece ter sido escrito sobre você, ou se simplesmente gosta de histórias de amadurecimento, Cidades de Papel é imperdível.