Embora Candle: The Power of The Flame chegue esta semana às lojas digitais, trata-se de um jogo bastante old-school. Os controles do protagonista Teku são bem semelhantes aos de clássicos como Prince of Persia ou Flashback. Basicamente, você anda, corre e segura na pontinha das plataformas para escalá-las.

Candle: The Power of the Flame, Delfos
Tipo assim.

O grosso do gameplay, no entanto, não é de plataforma, mas de puzzles. Neste aspecto, ele lembra bastante os clássicos point-and-click da Lucasarts.

Em outras palavras, você vai explorar belíssimos cenários (e ele é realmente lindo) em busca de itens, que depois vai quebrar a cabeça para pensar em onde usá-los.

Assim como nos clássicos da Lucasarts, os personagens transbordam em charme e carisma. Cada frame de animação exala personalidade, tornando impossível não se afeiçoar aos personagens, ainda que eles não sejam especialmente desenvolvidos.

Candle: The Power of the Flame, Delfos
Os diálogos normalmente são desenhinhos.

Ao contrário da Lucasarts, há inimigos e você morre bastante. Porém, passar por eles nunca é um teste de habilidade, mas de inteligência. Basicamente, você precisa descobrir como usar os elementos dos cenários e os itens que carrega para derrubar os capetinhas.

Candle: The Power of the Flame, Delfos
Não olhe para trás, capetinha.

Felizmente, as mortes nunca são frustrantes, pois elas normalmente te colocam de volta pouco antes do ponto em que morreu. Além disso, há save points bem espalhados pelo mundo, possibilitando que você pare de jogar a qualquer momento.

CANDLE: THE POWER OF THE FLAME

Por outro lado, ele trouxe de volta a frustração que eu sentia ao jogar Full ThrottleMonkey Island na minha pimpolhice. Na época, com a internet menos disseminada, eu tinha que buscar soluções entre meus amigos ou na insistência mesmo.

Hoje, a internet está aí, com respostas para tudo, mas eu estava jogando Candle: The Power of the Flame antes de seu lançamento. Ou seja, não existiam guias. De volta à pimpolhice total.

Candle: The Power of the Flame, Delfos
Eu até achei o mel para o coelhinho, mas não consegui pegá-lo.

Isso fez com que meu progresso nele fosse bastante lento. Assim como nos jogos antigos, seus puzzles são obtusos e nada intuitivos, exigindo muita tentativa e erro. Basicamente, eu travava em um objetivo, milagrosamente conseguia resolvê-lo, apenas para travar no seguinte. Tem uma hora que isso se torna totalmente incompatível com a vida adulta, e não dá mais para ficar insistindo.

Candle: The Power of the Flame, Delfos
O tempo é como um sapo gigante que te come se você chegar perto.

Eu gostei do jogo, eu queria jogá-lo até o fim, mas me falta o saco e o tempo para solucioná-lo por completo. Eu provavelmente o jogaria do início ao fim tendo sempre um guia do lado, mas se é para ser assim, ainda vale a pena jogá-lo?

Faz um tempo que eu questiono se jogos como os clássicos da Lucasarts ainda têm razão de existir nos dias de hoje. Candle: The Power of The Flame é um sucessor espiritual desses jogos que animaram minha adolescência. Vale pela beleza e pelo charme, mas experimente sabendo que vai quebrar sua cabeça.