A Telltale é um dos estúdios mais regulares da atualidade. Você sabe o que esperar de um jogo deles, e nenhum decepciona. Assim, quando foi anunciado que os contadores de história da Telltale (hein? Hein?) contariam uma história do Batman, nerds ao redor do mundo se polvorozaram.
Pois o primeiro episódio de Batman: The Telltale Series está entre nós, e se outras séries deles já começaram com tudo, esta tem um início mais lento. É difícil por este episódio ter uma boa ideia da história que vem por aí.
OZ COBBLEPOT E HARVEY DENT
O que temos aqui não é uma história de origem, mas parece estar localizado lá no início da cronologia do Batimão. O Homem-Morcego já existe e é conhecido pelos cidadãos de Gotham, mas as pessoas ainda não têm uma opinião totalmente formada sobre ele. O comissário Gordon ainda não é um comissário, mas já aparenta ser o único policial íntegro da cidade. Harvey Dent ainda não é o Duas-Caras, mas um candidato à prefeitura de Gotham no qual Bruce Wayne confia e que apoia publicamente. Pois é, parece que temos aqui bastante influência dos filmes do Christopher Nolan.
O que me pareceu mais diferente em relação ao que conhecíamos é o personagem Oswald Cobblepot, que os fãs devem reconhecer como o Pinguim. Aqui ele não é deformado, nem um vilão e muito menos baixinho. Ele é um amigo de infância de Bruce Wayne, que não o vê a décadas.
Este primeiro episódio é bem focado em desenvolver os personagens, em especial a amizade entre Harvey Dent e Bruce Wayne, mas também dedicando bastante espaço ao Gordon e à Mulher Gato.
A narrativa é aquela que já conhecemos dos jogos anteriores da Telltale, onde você escolhe como reagir a determinadas situações. No entanto, não tem nenhum momento aqui tão marcante quanto no primeiro episódio do Game of Thrones.
Ele também sofre do mesmo problema da minissérie da Michonne: você faz escolhas como Batman/Bruce Wayne, então é inevitável que haja a possibilidade de caminhos que parecem fora do personagem. Por exemplo, logo no início do jogo, você é chamado para conversar com o mafioso Carmine Falcone. Não acho que o ideológico Bruce Wayner aceitaria o convite, e muito menos concordaria com o que o vilão tem a dizer, mas estas são opções que a história pode seguir.
As cenas de ação seguem aquele esquema de quicktime events, mas aparentemente se você acerta o comando ou não a cena continua normalmente. Falhe em mirar o seu batarangue e ele acerta o bandido de qualquer jeito, dando aquela sensação de que o jogo se joga sozinho e que é impossível falhar. Convenhamos, todo mundo sabe que o Batman é tremendão, mas nos jogos anteriores da Telltale ainda era possível falhar nas cenas de ação.
Com estes dois poréns, Batman: The Telltale Series não consegue criar aquela sensação de que você é o Batman, como acontece na série Arkham, mas apenas de você estar assistindo a uma história do personagem, com mínima interatividade.
NOVIDADES
Uma novidade que tem tudo a ver com o Batman são as cenas de investigação, que restauram um pouco mais dos adventures antigos da Lucasarts. Você pode analisar cenas de crime e a novidade é que não basta olhar para tudo, mas é necessário de fato combinar as pistas certas para prosseguir. Não é difícil, claro, mas é divertido e acaba sendo o ponto em que este Batman mais acerta na licença do personagem.
Uma outra novidade é chamada de crowd play. Aqui, você pode jogar com amigos, tomando decisões de forma conjunta. A ideia é bacana, mas ao invés de você simplesmente pegar outro controle, é necessário fazer uma conta da Telltale para poder ativar este modo de jogo. Outras funções do jogo só estão disponíveis para membros também, como filmes de making of, o que é bem chato.
Para piorar, o jogo insiste muito para você criar a conta. Toda vez que você roda, ele pede por um login, sem dar opção de não perguntar de novo. E quando você está simplesmente navegando pelos menus, vira e mexe vai ativar uma opção que exige o maledeto login.
Esta é uma tendência que me incomoda muito nos games. Eu já tenho uma conta na PSN. Não quero ter que fazer uma conta separada na Telltale, na EA, na Ubisoft e em todas as outras editoras de qualquer jogo que eu jogar. Espero que a comunidade gamer reaja contra isso e consiga impedir este caminho como conseguimos fazer com os online passes e as microtransações invasivas. E repare que todas essas coisas costumam vir das mesmas editoras enormes. A Telltale conseguiu criar bastante simpatia entre os gamers até o momento e este tipo de ação acaba desgastando a relação até então totalmente positiva que temos com ela.
No geral, Batman não é a melhor abertura de uma série da Telltale. Game of Thrones, Borderlands e The Walking Dead levam a coroa neste aspecto. Porém, ainda é cedo para bater o martelo (por isso mesmo não dei uma nota) e eu pretendo acompanhar com carinho e interesse os próximos episódios.
OUTRAS BATMATÉRIAS DE INTERESSE:
Os batfilmes:
– Batman: Dead End
– Batman Begins
– Batman – O Cavaleiro das Trevas
– Batman – O Cavaleiro das Trevas, em Imax
– Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge
– Os extras do DVD de Batman Begins
Os batgames, batséries televisivas e batvariedades:
– Batman: Arkham City
– Batman: Arkham Origins
– Batman: Arkham Knight
– Batman na TV – Parte 1
– Batman na TV – Parte 2
– Tremendões: Batman – O Cavaleiro das Trevas
A batliteratura:
– Batman: Asilo Arkham
– Batman: A Piada Mortal
– Batman: O Cavaleiro das Trevas
– Dicionário do Morcego
– Asilo Arkham: Inferno na Terra
– Batman Crônicas – Volume Um
– Batman – O Longo Dia das Bruxas
– Grandes confrontos entre Batman e Coringa
– Batman: Terra Um