Mês passado, como parte de sua iniciativa Anime Nights, a rede Cinemark exibiu em suas salas a primeira parte da versão live action de Attack on Titan. Claro que a história, dividida em dois filmes, não poderia ficar sem sua conclusão. Pois veja só que coincidência, a atração do Anime Nights de maio é justamente o segundo longa-metragem, que fecha a trama e ganha o subtítulo Fim do Mundo.
Ele começa exatamente do ponto onde o primeiro parou, com uma reviravolta importante, que foi legal como clímax do primeiro filme, mas que acaba por ser a fraqueza desta segunda parte, focada muito mais na história do que no embate contra os gigantescos zumbizões comedores de gente.
Afinal, se é até aceitável (embora desnecessário) que o longa se dê ao trabalho de explicar as origens dos titãs, quando os verdadeiros vilões se revelam, tudo vai por água abaixo. Afinal, um deles tem uma motivação daquelas que é tão imbecil que é um milagre que ele não esqueça de respirar.
O outro não explica nada e isso consegue ser ainda pior, pois nenhum de seus atos faz o menor sentido. Podiam usar esse tempo de tela da japonesada berrando e repetindo as perguntas uns dos outros para o quebra-pau com os bichões, algo que definitivamente ficou faltando nesta segunda parte.
Ainda tem, mas comparado com o volume um, é bem pouco e fica praticamente tudo para o terceiro ato. Uma pena, pois esta é a grande força da produção. E o design dos titãs é realmente muito legal, incluindo um novo e importante que estreia justamente nesta segunda parte.
Fazendo uma análise geral dos dois longas que formam uma história só, minha visão de leigo de Attack on Titan, versão live action, é a seguinte: uma premissa muito boa, escorada em um design de criaturas inspirado, com cenas sangrentas e bem arquitetadas, mas que acabou não tendo muito mais a oferecer além disso.
Quando precisa entrar na história em si, acaba resultando sem pé nem cabeça, com personagens com ações sem qualquer tipo de lógica e até abusando de clichês, como o triângulo amoroso, e coisas mais específicas de narrativas japonesas, como o “momento da gritação” (tem uma menina que simplesmente começa a gritar feito uma doida só por ter achado umas armas maneiras) e o fato de que pessoas que dizem gostar uma das outras praticamente não demonstram isso, já que não fazem ou falam nada a respeito.
Quem viu o primeiro certamente vai querer ver este aqui também para saber como a história termina. Mas há grandes chances de Attack on Titan: Fim do Mundo decepcioná-lo como aconteceu comigo. Contudo, baixando suas expectativas, pode ser que ele desça melhor.
E se você quiser vê-lo na tela do cinema, ele será exibido somente hoje, dia 22. Para a relação de cidades, salas e horários, é só dar um clique aqui.