O amigo delfonauta é fãzão do Ben Affleck? Não, né? Ele fez uns filmes legais com o Kevin Smith, foi o Demolidor num dos piores filmes baseados em heróis de HQs e deve ter feito uma ou outra coisa digna de nota. Mas ninguém é realmente fã dele. Ou, pelo menos, eu nunca conheci alguém.
Mas o sujeito é ambicioso, e aqui se aventura na cadeira de diretor de um longa metragem pela segunda vez (a primeira foi Medo da Verdade, de 2007). E o que temos aqui é ao menos um longa honesto. Não é nem tenta ser um blockbuster, e igualmente não tenta ser um daqueles indies cheios de sentimento, como é comum em películas dirigidas por atores. Temos aqui um filme genérico que assume sua “genericidade”.
A história trata de uma quadrilha de amigos que roubam bancos e carros fortes. Porém, em um dos assaltos, acabam levando uma refém, que logo liberam. Dias depois, o personagem do diretor Ben Affleck, encontra com ela na rua e eles acabam namorando, e agora ele tem que esconder sua verdadeira profissão da teteia (teteia perdeu o acento com a reforma ortográfica, né?), enquanto se envolve em assaltos cada vez mais ousados.
Os personagens são igualmente genéricos. Dos membros da gangue, apenas dois são desenvolvidos. O do Ben Affleck é aquele carinha que diz para si mesmo que cada trabalho é o último e só quer mudar de vida. O de Jeremy Renner é o psicopata trigger happy e esquentadinho. Sim, você já viu esses mesmos dois personagens em todos os outros filmes do gênero.
A proposta é genérica até o osso, mas até que se dá bem. O filme diverte, tem algumas cenas de suspense interessantes e a ação também é legal. A direção do nosso amigo ator não tem nada de especial, mas também não incomoda.
Esse é daqueles filmes que vale a pena assistir na TV ou alugar. É divertido e cumpre o que promete, mas é extremamente esquecível e não há de marcar absolutamente ninguém. Mas se não tiver nada melhor para fazer, pode servir para animar uma tarde parada.
CURIOSIDADES:
– Olha que interessante: tem sete nomes destacados no pôster que você vê lá em cima, mas apenas cinco cabeças voando.
– Você diria que um filme chamado Atração Perigosa é uma história de assalto? Eu sinceramente achava que estava indo assistir a um filme pornô sobre um sujeito que gosta de colocar seu bilau entre um imã e uma tomada. Fiquei deveras decepcionado ao constatar que não era o caso.