A falta de educação das pessoas está chegando a patamares insuportáveis. Imagine você que na cabine de Aposta Máxima um jornalista sentado atrás de mim teve a pachorra de atender o celular (o qual sequer teve o bom senso de deixar no modo vibratório) em plena sala de exibição. O cara está lá para ver um filme com toda atenção possível para depois resenhá-lo, afinal, esse é o trabalho dele. Mas ele deve ser tão importante (olha a ironia) que Deus o livre deixar para retornar a ligação quando o filme acabasse.
Abri essa resenha reclamando simplesmente porque era um modo tão bom quanto qualquer outro para fazer a introdução do texto. Viu só? Ela já passou e você nem percebeu. Agora podemos ir à sinopse.
Justiniano Madeiralago é Richie Furst, um universitário cheio de dívidas estudantis, que resolve apostar todo o resto de suas economias em um jogo online de pôquer e perde tudo. Porém, ele descobre que foi engabelado por uma mutreta do site e parte para a Costa Rica, para tentar entrar em contato com o dono da empresa e ver se consegue reaver sua bufunfa.
Ivan Block (Ben Affleck, aquele que em breve irá vestir uma roupa de morcego e dar uns sopapos no Superman), o empresário, vai com a cara de Richie e lhe oferece um emprego em sua organização, seduzindo-o com a promessa de fortuna rápida, farras épicas e bitches a dar com pau (trocadilho não intencional). Contudo, aos poucos Richie vai percebendo que a jogatina online da empresa de Block não é exatamente um negócio limpo, mas aí ele já está envolvido em altas confusões do barulho.
Este filme sofre da grande seca de criatividade pela qual passa Hollywood já há bons anos. Você com certeza já viu uma história parecida, inclusive em longas sobre o próprio universo do pôquer, embora este seja o primeiro filme que eu assisti a tratar da versão “internética” do jogo, cada vez mais popular.
O desenvolvimento da história e os personagens são todos padrões desses thrillers com toques policialescos. Contudo, preciso admitir que, mesmo não tendo um pingo de originalidade e com uma trama para lá de batida, até que eu me diverti assistindo isso aqui.
Como diversão descompromissada ele é eficiente o bastante. E sua pouca duração, apenas 91 minutos, ajuda a dar mais dinamismo e não deixa que a história, que como já estabeleci, você já viu muitas vezes antes, se arraste para muito além do necessário.
Fora isso, Ben Affleck manda uma atuação sem vergonha de tão canastrona, mas que para este tipo de filme cai como uma luva, e é sempre divertido ver Justin Timberlake levando umas porradas só para ficar esperto.
Aposta Máxima, se assistido sem qualquer expectativa ou olhar crítico, é uma diversão passageira mediana. Mas não é o tipo de filme para ser visto no cinema. Se assistido em vídeo numa tarde tediosa, cumpre sua função.