Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood

Você deve se lembrar do Elijah Wood aparecendo na apresentação da Ubisoft na E3 2018 para falar do jogo que a sua empresa SpectreVision estava fazendo em colaboração com o estúdio de Assassin’s Creed. Este jogo é Transference, e esta é nossa análise.

TRANSFERENCE

Transference está disponível para Windows, PS4 e Xbox One. Com exceção da versão de Xbox, todas podem ser usufruídas em VR, desde que você tenha os equipamentos. Curiosamente, no PC, o jogo é compatível com os controles de movimento, mas no PS4, onde joguei, ele funciona apenas com o Dualshock. Mas isso não é um problema, já que eu até prefiro jogar com controle.

Eu estava animado para Transference. Pelo que foi apresentado na E3, ele parecia uma obra bem ambiciosa, e eu tenho um grande fraco por jogos filmados. Com o produto final em mãos, no entanto, admito que ele me decepcionou bastante. Na prática, o que temos aqui é mais uma casa mal-assombrada em VR.

Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood
Sai pra lá, fantasminha!

Você explora a casa de uma família alternando entre duas linhas temporais. Para trocar de uma para outra, basta encontrar e mexer em um interruptor, o que causa um efeito visual bem legal. Basicamente, você anda de um lado para o outro mexendo nos objetos destacados e montando a história na sua cabeça, que é apresentada de forma não-linear.

A parte live-action é bastante humilde. Às vezes aparecem filmes em TVs ou no cenário, mas o grosso da história filmada é destravada quando você encontra colecionáveis específicos.

Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood
O mais decepcionante é que os vídeos são chapados e em 2D.

QUEBRANDO A CABEÇA

Além da exploração, Transference é um game de puzzles. Enquanto você anda pela casa, vai encontrar mensagens de erro.

Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood
Tipo esta.

Estas são suas dicas de que você precisa fazer algo. Normalmente é encontrar um item e trazer a este ponto, mas há alguns desafios bem mais complexos, que beiram a adivinhação.

Solucionar um deles abre acesso a novos cômodos e em geral você recebe mais uma gota da história. Aliás, falemos da história.

A HISTÓRIA DE TRANSFERENCE

A história gira em torno de uma família. O pai é um cientista que está estudando a transferência de consciências. A mãe é uma musicista e o moleque… bem, é um moleque.

Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood
Pai e filho.

Ao vagar pela casa, você vai eliminando a corrupção que se instalou por ali. A história visa abordar temas pesados, como abuso familiar, mas admito que eu só sei disso porque faz parte da divulgação do jogo.

Particularmente, eu já estou um pouco saturado dessas histórias não lineares e pouco claras. Este é daqueles jogos que você pode terminar sem ter visto quase nada, caso não explore com carinho cada cômodo da casa em busca dos vídeos. Eu achei quase todos eles, e mesmo assim teria dificuldades em te contar tintin por tintin tudo que aconteceu com esta família.

Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood
O jogo inclui uma visita ao mundo invertido.

Não é muito claro qual foi o envolvimento de Elijah Wood por aqui. Ele é creditado como diretor artístico, mas parece ser apenas um caso de que foi um jogo feito pela sua empresa, a SpectreVision.

FORMULAICO

O principal problema de Transference é quão formulaico ele é. Existem muitos títulos em VR com exatamente o mesmo gameplay e o mesmo clima. O aspecto que poderia diferenciá-lo, sua história que aborda assuntos sérios, não é clara nem desenvolvida o suficiente para justificar a partida por si só.

Ele é também um jogo bastante curto, com duração de pouco mais de uma hora, mesmo explorando bastante. Para completar, ele me causou enjoos consideráveis. Achei isso curioso, já que ele segue as mesmas técnicas de movimento para diminuição de desconforto de Resident Evil VII, que não me causou enjoo algum.

Transference, Transference game, VR, Delfos, Ubisoft, Elijah Wood

A duração não é um problema. Eu espero que jogos de VR sejam curtinhos mesmo. Porém, a total ausência de novidades realmente puxa Transference para baixo. Tivesse saído uns anos atrás, a simples novidade do VR poderia torná-lo melhor, mas hoje em dia eu espero uma experiência mais única para compensar colocar os óculos.

Caso você não tenha equipamentos de VR, o jogo é totalmente jogável em 2D tanto no PS4 quanto no PC. Ele também traz legendas e áudio com opção de inglês e de português brasileiro.