O VR, especialmente o PS VR, que é a plataforma que conheço mais a fundo, tem um monte de jogos estilo “casa mal assombrada”. Às vezes até tem um monstrinho te perseguindo e você precisa se esconder, mas dificilmente um game de terror é mais elaborado, com combate e tudo. Pois este é o caso da nossa análise Afterlife VR, que você começa a ler agora. Ou melhor, quando você terminar este parágrafo. Terminou? Então bora!
ANÁLISE AFTERLIFE VR
Desta forma, Afterlife VR é um game mais ambicioso do que os representantes do medo que vemos em VR. Ele puxa mais para o lado Resident Evil do survival horror, o que, para mim, é muito bem-vindo.
Você controla um policial chamado para investigar problemas em um hospital psiquiátrico. Por acaso, é o hospital psiquiátrico em que sua irmã está internada. Ou seja, agora é pessoal, bitch!
SURVIVAL HORROR TRADIÇA
Afterlife VR é um survival horror bem tradicional. O game é todo muito escuro e sua lanterna consome pilhas. Você tem um revólver com munição limitada e os inimigos precisam de muitos tiros pra cair. E, claro, há também puzzles, embora a maioria deles se limite a procurar um código ou uma chave para abrir portas trancadas.
Apesar da influência de Resident Evil, Afterlife VR é bastante linear. Você avança de uma área para a outra, sem poder voltar para explorar o que veio antes. O game é todo roteirizado, com um monte de sustos que funcionam bem em VR. E tem opção de dificuldade. Eu joguei no easy porque terror em VR é legal, mas terror difícil em VR já é demais. E no easy tive acesso a pilhas e balas muito além do que era necessário, então sobreviver foi bem tranquilo.
O que não foi tranquilo foi encontrar essas malditas chaves e códigos. Eu ficava andando de um lado para o outro, sabendo o que precisava encontrar, mas sem saber onde se escondia. Eventualmente, acabei desistindo e fui atrás de um walkthrough. E foi aí que descobri como Afterlife VR era curto. Achei que estava apenas começando minha aventura, mas já estava nos últimos 20 minutos do vídeo de 70 minutos que encontrei.
QUANTO DURA O MEDO?
Para mim, Afterlife VR durou pouco mais de duas horas, levando em conta o tempo que fiquei empacado procurando chaves. Foi mais curto do que eu esperava para um game aparentemente tão ambicioso, mas digo que não foi curto demais. Na verdade, a reta final foi uma sequência de empacadas que me deixaram bem de saco cheio. Um saco em especial é a cena do fantasma, em que você precisa resolver um puzzle e encontrar itens sem checkpoint enquanto um inimigo indestrutível te caça. Depois de passar dela, eu já estava muito pronto para encerrar o game, mas ainda precisava vencer um chefe terrível.
Eu esperava gostar da experiência. Games de terror são minha praia e o tipo de coisa que quero explorar bastante no PS VR2. Mas como o foco aqui é ficar procurando chaves minúsculas em cenários grandes, a coisa fica muito chata muito rápido. O level design é um problema grave, o que fica ainda pior pelos cenários sem variação e os personagens humanos visualmente muito fracos.
Mas na verdade os gráficos e a falta de variação de inimigos me incomodariam menos se os objetivos não fossem tão chatos e repetitivos. E, cá entre nós, se você não consegue desenvolver chefes, não coloque um chefe no seu jogo. Nem todos precisam disso, e Afterlife VR definitivamente não precisava.
ANÁLISE AFTERLIFE VR
Eu realmente tinha expectativas de curtir essa experiência. Mas no final das contas, foi um jogo que, mesmo sendo curto, dei graças quando acabou, o que nunca é um bom sinal. Eu gosto do que Afterlife VR tenta fazer, mas infelizmente não consigo dizer que ele alcança seu objetivo.
No final das contas, acredito que este vai ser mais um jogo que vai sumir na minha memória e, daqui a alguns anos, vou ler este texto e pensar “eu joguei isso?”. Assim, Afterlife VR acaba entrando para nossa história como mais um. Mais um jogo esquecível. Mais um terror em VR. E especialmente, mais um jogo em VR chamado Afterlife que eu analiso aqui. Pois é, ele é comum até no título.