Alan Moore e David Lloyd juntos de novo em HQ sobre Occupy Wall Street

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A Occupy Comics: Art & Stories Inspired by Occupy Wall Street é o projeto criado por Matt Pizzolo, que pretende produzir uma antologia de quadrinhos baseada nas idéias do movimento anti-capitalista que vem ocorrendo simultaneamente ao redor do mundo.

Segundo o Comics Alliance, o projeto vem sendo construído com doações através de crowdfunding, e já arrecadou US$ 10 mil, o dobro do que pretendiam. As HQs serão lançadas ano que vem e, entre os artistas participantes, estão Charlie Adlard, Marc Andreyko, Tyler Crook, Joshua Dysart, Joseph Michael Linsner, Steve Niles, Steve Rolston, Dan Goldman, Amanda Palmer, Darick Robertson, Shannon Wheeler, Eric Drooker, Dean Haspiel e Guy Denninge.

Essa semana o Wired contou quem mais se uniu à causa: os tremendíssimos Alan Moore e David Lloyd. Nada mais justo, sendo que V de Vingança é uma das grandes inspirações do movimento, que adotou a icônica máscara de Guy Fawkes como sua ‘cara’.

Alan já tinha manifestado seu apoio pelo Occupy algumas semanas atrás, depois que Frank Miller declarou em seu blog pessoal que os manifestantes “são um bando de turrões, bandidos e estupradores, (…) vivendo de fétida e falsa honradez” e que “A única coisa que esses palhaços conseguem é fazer mal à América”. A resposta foi dada em entrevista ao Honest Publishing, e apesar de ser um tanto longa, merece ser lida:

Bem, Frank Miller é alguém cujo trabalho mal acompanhei nos últimos 20 anos. Acho que as coisas de Sin City são misoginia ultrapassada, 300 parecia ser incrivelmente anistórico, homofóbico e completamente equivocado. Ouvi falarem do discurso dele contra o movimento Occupy. É o tipo de coisa que eu esperaria dele. Sempre me pareceu que o mundo dos quadrinhos, em sua maioria, se você tivesse que localizá-lo politicamente, seria de centro-direita. Essa posição seria a mais liberal que eles se permitiriam ir (…). Tenho falado isso desde o começo da minha carreira. Sim, seria justo dizer que eu e Frank Miller temos posições diametralmente opostas sobre todo tipo de coisa, e certamente sobre o movimento Occupy. Do meu ponto de vista, o movimento Occupy são pessoas comuns exigindo direitos que eles deveriam ter tido sempre. (…) É um grito justificado de ultraje moral, e parece que está sendo conduzido de um jeito pacífico e inteligente, o que provavelmente é outra razão para Frank Miller ficar tão desagradado (…).”

De fato, não é difícil perceber idéias conservadoras – talvez até fascistas – em algumas obras de Miller. A horrenda Holy Terror é o melhor exemplo. Eu, como de costume, concordo com Moore. E mal posso esperar pra ler esses quadrinhos.