A sala Uncharted no Escape 60

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Já faz um bom tempo que eu quero brincar no Escape 60, mas não havia tido a oportunidade. Até já tentei chamar alguns amigos, mas quando se é adulto as pessoas têm a irritante mania de começar a ter filhos e coisas do tipo, o que dificulta encontrar vários amigos no mesmo dia. Além disso, o negócio é bem caro, chegando a custar R$79,00 por pessoa nos finais de semana.

Agora o Escape 60 acaba de inaugurar uma sala baseada no jogo de videogame tremendão Uncharted, e a convite da Sony eu pude ir conhecer a dita-cuja e jogar ao lado de alguns colegas jornalistas.

Para quem nunca foi ou não sabe como é, o Escape 60 é um jogo onde você e seu grupo ficam trancados em uma sala e devem resolver uma série de quebra-cabeças para sair. Você tem 60 minutos para vencer o jogo. Escrever sobre o assunto é uma tarefa difícil, uma vez que eu não quero dar detalhes sobre os puzzles, que podem estragar o jogo daqueles que ainda vão brincar. Mas vamos tentar.

O RELÓGIO ESTÁ TICANDO!

O visual da sala é muito legal. A primeira coisa que seu grupo vai fazer é obviamente explorar o que dá para ser visto, pegando itens, chaves e procurando códigos que servem para abrir os muitos cadeados que escondem tesouros e itens que ajudarão a solucionar os desafios.

Uma coisa que me incomodou bastante é que a sala é deveras escura, o que torna bem difícil enxergar os complicados desenhos que servem de códigos para os desafios. Estávamos em um grupo de oito pessoas, e recebemos apenas duas lanternas, uma normal, que servia para iluminar mesmo, enquanto a outra era uma luz negra que revelava segredos mas que não ajudava a enxergar coisas comuns. Uma única lanterna para tanta gente e tantos puzzles parece aqueles games que aumentam a dificuldade limitando a quantidade de saves e pareceu um tanto forçado.

Eu até ajudei a solucionar vários dos puzzles. Passei um bom tempo com um colega tentando desvendar um painel com botões que deveriam ser apertados em uma ordem específica, e nesse tempo outros membros do grupo solucionaram um puzzle que eu nem vi qual foi.

Além das lanternas, a equipe do local fornece um caderninho igual ao que Nathan Drake usa nos jogos, onde tem alguns códigos e desenhos que, tal como nos games, vão ajudar a solucionar os desafios. É bem legal e autêntico e faz você de fato se sentir um caçador de tesouros.

Conforme o tempo passa, a equipe dá algumas dicas que vão ajudar seu grupo a progredir. Legal é que tinha uma moeda presa em uma máscara na parede, e a gente estava tentando tirar a moeda, daí a gravação começou a falar “não mexa aí”. O mais engraçado é que o grupo estava dividido, mexendo em coisas diferentes, e a gente não sabia onde era o “aí” que a gente não podia mexer.

No início do desafio, há vários quebra-cabeças que podem ser resolvidos em ordens diferentes, fazendo com que o grupo naturalmente se divida. Conforme você avança, no entanto, o negócio vai afunilando, fazendo com que todo mundo esteja nos mesmos lugares e, como nosso grupo era grande e a sala era apertada, tinha gente que não conseguia se aproximar para ajudar.

Quando você soluciona algum quebra-cabeça, algo em algum lugar da sala pode abrir, mas não fica claro o quê ou onde. Quando nosso tempo estava acabando, por exemplo, ficamos em dúvida se tínhamos de fato solucionado um desafio, pois não vimos nada acontecendo, quando um painel tinha aberto exatamente atrás da gente.

Perdemos um bom tempo nisso, e quando vimos o painel até sacamos o que deveria ser feito, mas já era tarde demais e não deu. O funcionário do Escape 60 nos disse que era só fazermos o que pensamos em fazer que a porta se abriria e nós venceríamos o jogo. Chegamos tão perto, com uns cinco minutos a mais venceríamos, mas infelizmente fomos vencidos.

Isso não significa que eu não me diverti. Pelo contrário, apesar de ter saído dali com o gosto amargo da derrota, foi um entretenimento bem diferente, que fez com que eu me sentisse em filmes de caça ao tesouro como Indiana Jones ou Código da Vinci. De fato é uma sala que tem muito a ver com jogo e que faz você se sentir um explorador em busca de artefatos históricos, o que é muito legal.

Obviamente, não sei dizer se a sala Uncharted é mais ou menos legal do que as outras, uma vez que não as experimentei. As outras têm temas como investigação e até terror, sem falar de uma que é baseada no Assassin’s Creed.

Um dia experimentarei as outras. Só preciso achar algumas pessoas que tenham suas prioridades em ordem e deixem os filhos de lado para passar um sábado à noite resolvendo desafios em uma sala escura. Hum… acho que vai ser difícil.

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