Os últimos meses andam muito bons para os fãs de jogos de plataforma. De blockbusters como Bowser’s Fury e Balan Wonderworld, a indies como Pumpkin Jack, passando, claro, pelo brasileiro Kaze and the Wild Masks. Eu sinceramente não me lembro de uma época com tantos jogos legais para quem gosta de pula-pulas desde os 16-bit. E, diante de tanta oferta, um jogo legal pode passar despercebido. Essa é nossa análise Stitchy in Tooki Trouble.
ANÁLISE STITCHY IN TOOKI TROUBLE
E aí que tá. Stitchy in Tooki Trouble é legal. Mas não dá para dizer que ele é muito além disso. Na era dourada dos plataformas, tinha muito joguinho de mascote. Mas entre a realeza de Sonic, Super Mario e Castle of Illusion, tinha dezenas de “plebeus”, como Aero The Acrobat, Chuck Rock e Bubsy. E é exatamente nesse meião que podemos encaixar o Stitchy. É um plataforma agradável, colorido e com boa jogabilidade, mas só deve valer a compra para os fãs mais viscerais do gênero. Você sabe, como eu.
Talvez a característica mais marcante do jogo é que ele é em 2.5D, uma estética ainda rara no gênero, que costuma variar entre o 2D tradicional e o 3D completo. Mas a verdade é que ele faz muito pouco – nada, na real – com isso. Os personagens e cenários usam o visual 3D poligonal, mas você sempre anda da esquerda para a direita, sem mudanças de ângulos ou truques de câmeras. É uma diferença absurda, por exemplo, de Oddworld: Soulstorm.
De resto, ele é extremamente formulaico. São apenas três mundos, com dez fases e um chefe em cada um. Há três máscaras escondidas em todas as fases, e pegando todas as 27 de um mundo, você libera uma fase opcional. Eu fiz a campanha inteira, fazendo 100%, em pouco mais de duas horas.
ANÁLISE STITCHY IN TOOKI TROUBLE: PULA QUE PULA
O visual é colorido e atraente, típico do gênero, mas Stitchy (em português esse nome seria algo como “Costurinha”) é um mascote no mínimo estranho. Ele é um espantalho com um jeitinho infantil, mas é inegável que traz um ar creepy aparentemente não intencional. Ele parece um bichinho que você encontraria, por exemplo, em Little Nightmares.
Os controles são bem simples, e você vence os inimigos pulando em suas cabeças. Em alguns, que usam capacete, não basta pular, sendo necessário apertar B para a tradicional “bundada”. E esse é talvez o aspecto mais estranho do jogo. O botão de pulo é o A (do Switch, equivalente ao círculo do Playstation, ou o B do Xbox) e os controles não são configuráveis.
Tirando isso, ele é inteiro exatamente como você espera. Para você ter ideia de quão formulaico ele é, os três mundos são praia, gelo e fogo. Mais tradicional impossível. Tem até mecânicas tiradas diretamente de outros jogos, como os canhões e carrinhos de mina de Donkey Kong Country. E daí tem os chefes.
CHEFES
Os chefes seguem a fórmula Nintendo, mas resolveram expandir a duração. Ao invés de vencer depois de atacar três vezes, cada chefe suporta seis golpes. E isso torna as batalhas longas demais. Nenhum dos chefes é difícil, mas exigem paciência. Geralmente você acaba morrendo por ficar entediado esperando a hora de atacar ou por tentar fazer a coisa rápido demais. A ausência de checkpoints e de formas de recuperar a vida nos chefes contribuíram para que esses fossem os únicos desafios do jogo que eu realmente não gostei.
Uma coisa que também não é novidade, mas que eu acho bem legal, é que você tem vislumbres do chefe nas fases que antecedem a batalha. Ele pode, por exemplo, ficar em segundo plano te atacando, gerando aquela expectativa de que em breve você vai encará-lo.
PLATAFORMA PARA ENTUSIASTAS
Apesar de termos tido muitos jogos do gênero recentemente, eu não diria que plataformas estão saturados como outros gêneros. Meu coração ainda tem espaço e vê com bons olhos novas investidas no gênero. Dito isso, há jogos recentes que são melhores e mais marcantes do que Stitchy in Tooki Trouble. Mas se você já jogou todos e quer mais, esta é uma boa opção.