Eu nem consegui experimentar tudo o que Destiny 2 tem a oferecer, e a Bungie já lançou a primeira das duas expansões programadas para o jogo. A Maldição de Osíris chega trazendo novas missões de história, assaltos, patrulhas, jornadas, mapas PvP, eventos públicos, equipamentos e até uma nova Incursão (menor que a original), assim como um novo planeta a ser explorado.

A expansão também deu início à segunda temporada de Destiny 2, e seu lançamento traçou uma linha divisória para aqueles que não compraram o DLC. Isso porque o nível máximo permitido para os personagens passou de 20 para 25, e a Luz máxima de 305 para 335. A fim de manter a dificuldade, foram elevadas também as recomendações de poder para as atividades mais complexas, como os modos Prestígio da Incursão e do Anoitecer, que passaram para o nível 330.

O problema é que somente quem comprou A Maldição de Osíris pode evoluir seu personagem além do nível 305, enquanto os níveis de poder exigidos para as atividades foram aplicados a todos os jogadores.

Basicamente, a Bungie “travou” esses modos para aqueles que decidissem se abster da expansão, já que seria inviável (ou no mínimo muito chato) participar de determinadas tarefas estando em um nível tão baixo.

Se você comprou o jogo sem a pretensão de adquirir futuras expansões, o recado é claro: estamos tirando de você recursos que estavam disponíveis até semana passada. Para reavê-los, desembolse R$ 60,00. Chega a ser um movimento mais infame que as já infames microtransações.

A Maldição de Osíris, Delfos
A ambição das desenvolvedoras é maior que esse bicho.

A Bungie, contudo, pôs a mão na consciência e ouviu as reclamações dos jogadores.  Depois de escrever um pedido de desculpas, a desenvolvedora lançou nesta semana uma atualização que baixa os níveis do modo Prestígio novamente para 300, deixando as atividades ao alcance de todos.

Não tenho certeza de que essa seja a melhor solução, já que esses modos poderão ficar desinteressantes para quem atingir o nível máximo. Mas entre ser fácil demais para uns e impossível para outros, optemos pelo bem comum.

Dito isso, podemos começar a falar sobre as coisas boas (e outras nem tão boas assim) que a expansão tem a oferecer.

UMA MINICAMPANHA

A campanha do jogo-base já não foi muito longa, mas o modo história de A Maldição de Osíris consegue ser inesperadamente curto. Mesmo jogando as missões sozinho, terminei a campanha de Osíris em cerca de duas horas e meia.

Olhando em retrospecto, parece que foi uma duração justa. Mas esse tempo foi dividido em uma quantidade pequena de missões (quatro ou cinco, no máximo), fazendo a história parecer menor do que ela realmente é.

Mesmo sendo curtinha, é uma campanha interessante. A história, exatamente como propõe o título, gira em torno de Osíris, um Guardião pica das galáxias Lendário que prevê a iminente destruição da humanidade pelas mãos dos Vex. Para tentar impedi-los, o sujeito navega entre diversas realidades, tentando descobrir uma em que os Vex não saiam vitoriosos.

Mas, durante uma de suas expedições, Osíris acaba sendo raptado. Sem alternativas, ele envia sua Fantasma, Sagira, para buscar socorro. Eventualmente você encontra Sagira, que se funde ao Fantasma do próprio jogador, e juntos saem para tentar salvar Osíris e impedir a invasão dos Vex.

A Maldição de Osíris, Delfos
A cena de abertura é tremendona.

Este é o plot, e não dá para falar mais que isso sobre a história – mesmo porque não tem muito mais o que falar. O que importa é que a campanha me empolgou bastante enquanto eu jogava, a ponto de ficar #chatiado por ela ter um final tão precoce.

UM NOVO PLANETA

Boa parte da graça de A Maldição de Osíris está no novo planeta criado pela Bungie. Mercúrio é um local dominado pelos Vex, o que se reflete em sua geografia apocalíptica. Durante o dia, o sol está sempre brilhando incandescente no horizonte, enquanto as noites têm uma luminosidade púrpura e ameaçadora.

É nesse planeta apinhado de inimigos que vamos encontrar todo o pacote de novas aventuras, jornadas e demais eventos da expansão. Visualmente, Mercúrio é tão ou mais incrível quanto os outros planetas. Apesar dos terrenos arenosos e avermelhados, ele consegue ser bem bonitão em diversos momentos.

A Maldição de Osíris, Delfos
Podia ser a explosão de uma ogiva nuclear, mas é apenas o sol.

Com o DLC voltaram também os Assaltos Heroicos, que oferecem uma dificuldade intermediária entre os Assaltos comuns e o Anoitecer. Além disso, a expansão trouxe dois novos Assaltos. Infelizmente, ambos são reciclados de fases da campanha do DLC, servindo quase como um replay em dificuldade mais alta. O lado bom é que são fases divertidas, do tipo que você vai querer rejogar.

Outra pequena e bem-vinda mudança trazida pela expansão foi a retirada do tempo de inatividade. Agora, você não é mais jogado de volta para a órbita quando passar muito tempo no banheiro ou falando ao telefone.

Mercúrio conta também com um novo espaço social, o Farol, onde você pode pegar missões e trocar uma ideia com o Irmão Vance, personagem já conhecido do primeiro jogo. Também existe um setor perdido no planeta, mas ainda não o encontrei. Ele não está marcado no mapa, e só pode ser encontrado por meio da boa e velha exploração.

Por fim, temos ainda a adição de uma nova Incursão, significativamente menor que a primeira. Ela se passa em um novo setor da nave Leviatã, e isso é tudo o que sei sobre ela, já que não tive a chance de jogá-la. Conseguir juntar seis caboclos para as Incursões é mais difícil do que parece!

A Maldição de Osíris, Delfos
É assim que me sinto quando tento achar alguém para jogar as Incursões.

UMA FLORESTA NÃO TÃO INFINITA

Uma das maiores expectativas da comunidade em relação ao DLC era sobre o funcionamento da Floresta Infinita. O local é utilizado pelos Vex como um simulador de realidades, servindo para que eles possam experimentar diferentes abordagens em variados cenários.

Em teoria, isso significa que os caminhos e o posicionamento dos inimigos irão se modificar aleatoriamente sempre que o jogador entrar na Floresta Infinita. Mas, na prática, não dá para perceber muita diferença entre uma situação e outra. Muda um corredor aqui, uma estrutura ali, um inimigo lá, e fica por isso mesmo.

É inevitável sentir que foi uma oportunidade perdida. Talvez o sistema fosse melhor aproveitado se ao menos pudéssemos revisitar a Floresta Infinita a qualquer momento, mas o acesso a ela está restrito às missões de história, além de algumas aventuras e jornadas.

A Maldição de Osíris, Delfos
O Osirão ficou de cara.

A MALDIÇÃO DE OSÍRIS

Este primeiro DLC pode não parecer tão atrativo quando analisado isoladamente, mas ele expande com competência o universo de Destiny. Além de oferecer uma pá de novas atividades e todo um planeta para ser explorado, A Maldição de Osíris mantém a qualidade do jogo original e consegue prender a atenção com sua rápida, porém gratificante campanha.

O preço da expansão está meio salgado, é verdade, mas você não terá muita saída se quiser continuar jogando Destiny “do jeito certo” (isto é, admitindo que precisará constantemente injetar mais uma grana para manter o jogo atualizado). A boa notícia é que, se comprar o DLC, você provavelmente não vai se arrepender.

*Estamos convocando Guardiões para realizar as Incursões. Se você deseja fazer parte do nosso time delfiano de artilharia, deixe sua ID nos comentários para que possamos convocá-lo.

REVER GERAL
Nota
Artigo anteriorVeja os novos episódios de Entre Linhas
Próximo artigoConfira o final de De Longe Todo Mundo é Normal
Yohan Barczyszyn
Cumpriu pena no curso de jornalismo e agora tenta se recuperar para fazer algo que preste. Entre a prática da quiromania e a escrita, prefere a primeira, por uma questão de domínio técnico. Multi-instrumentista, utiliza a música apenas para justificar o uso contumaz de entorpecentes.
destiny-2-maldicao-de-osirisDisponível: Xbox One, PS4 e PC<br> Versão analisada: PS4 Pro<br> Desenvolvedora: Bungie<br> Editora: Activision<br> Gênero: FPS/MMO/RPG<br> Lançamento: 5 de dezembro de 2017