A matemática definitivamente nunca foi meu forte no colégio. Nunca gostei da matéria, ela nunca fazia sentido na minha cabeça e eu sempre passava de ano raspando. Depois que me formei, fiz questão de ficar bem longe dela. Hollywood, contudo, parece ter algum interesse pelo tema, ou mesmo achá-lo fascinante, pois vira e mexe eles contam a história de algum matemático. Lembra do Uma Mente Brilhante? Pois é…
O Homem Que Viu o Infinito é mais uma dessas histórias (e também baseada em eventos reais). Aqui, somos apresentados ao indiano Srinivasa Ramanujan (Dev Patel). Vivendo na Índia dominada pelos britânicos na década de 1910 e sem qualquer instrução formal, Ramanujan possuía um talento natural para a matemática e era capaz de criar fórmulas muito complexas que eu nem vou me dar ao trabalho de fingir que entendo para que serviam.
Seja como for, seu talento em estado bruto chama a atenção de um prestigiado professor de uma faculdade inglesa (Jeremy Irons) que o leva para lá para trabalharem juntos. Claro que Ramanujan terá de enfrentar o preconceito dos outros acadêmicos e batalhar em dobro para provar que suas teorias e fórmulas estão corretas.
Taí um filme que segue todos os preceitos de um Oscarizável, dos clichês do sujeito oprimido numa terra estranha que tem de se desdobrar para provar seu valor, passando pelo roteiro extremamente esquemático, a trilha sonora melosa e claro, o capricho visual para compensar a falta de criatividade geral.
Poderia render ao menos um filme nada, contudo, ele simplesmente é chato demais até mesmo para atingir este status. Como você pode imaginar, um filme sobre matemática é tão emocionante quanto… bem, uma aula de matemática! E se você realmente acha isso empolgante, eu tenho medo de você!
Nem é um filme tão grande, tendo razoáveis 108 minutos, porém é tudo tão devagar e tão previsível que o tempo acaba se arrastando além da conta. Dá para saber desde o começo como tudo vai acabar, o que torna a coisa ainda mais modorrenta e em determinados momentos fica difícil conter o sono.
O Homem Que Viu o Infinito é daqueles filmes que parecem ter sido feitos unicamente para disputar prêmios ao invés de ser um bom entretenimento ou contar uma boa história. Para isso, não se furta a utilizar todas as fórmulas (sacou?) possíveis. Isso pode ser bom o bastante para os velhos da Academia do Oscar, por exemplo, mas para quem quer apenas algo bom para ver no cinema, é tão chato quanto resolver uma equação nos tempos de colégio.