O Placebo é uma das bandas mais queridas de grande parte dos apreciadores do Rock Alternativo. Foi uma das primeiras a romper barreiras e alcançar um público mais amplo que apenas o povinho indie e, em toda balada Rock que eu fui, quando uma de suas músicas tocava, levantava a galera (principalmente se fosse Every You Every Me).
Mas eis que eles lançaram seu sétimo disco, Loud Like Love, com tão pouco alarde que eu só descobri que ele já tinha saído por puro acaso. Estranhei que não tenha tido uma divulgação decente e que ninguém tenha falado dele, ao menos não na imprensa musical brazuca.
Talvez eles não sejam mais tão relevantes hoje em dia quanto o eram na segunda metade dos anos 1990 e começo dos 2000. Mas uma coisa que eles sempre foram e continuam sendo até hoje é confiáveis. Você sempre sabe exatamente o que vai encontrar em um disco do trio e, mais importante, sabe que sempre vai ter alguma coisa boa lá.
A sonoridade deles é bem característica, Rock direto levado pelas guitarras com bastante distorção, com a voz de tia velha que fuma cigarros Carlton (admita, você conhece alguém desse naipe) de Brian Molko (ou Geddy Lee cover, se preferir) à frente.
A partir de Sleeping with Ghosts em 2003, passaram a incorporar elementos eletrônicos à sua música, mas isso só serviu para dar um sabor a mais. No fim das contas, a sonoridade deles permaneceu como era antes, com a guitarra como a grande força motora impulsionando suas canções.
Loud Like Love não foge à regra e não apresenta nenhuma surpresa para quem conhece seu som. Apenas a constatação de que eles continuam competentes como sempre, em mais um bom conjunto de canções. Se não conseguem surpreender seu público, pelo menos continuam mantendo um bom nível de qualidade em suas músicas, o que é mais do que se pode dizer de várias bandas com o mesmo tempo de carreira.
O disco se divide basicamente em dois blocos de canções, embora elas estejam misturadas no tracklist. Há o grupo das músicas aceleradas e guitarreiras, que mostram que o trio ainda consegue manter a mesma pegada e vigor de seus primeiros anos de atividade. Neste caso entram a faixa-título, Scene of the Crime, Rob the Bank, Exit Wounds e Purify.
E há o grupo das canções mais climáticas e/ou baladas, como Too Many Friends, Hold on to Me, A Million Little Pieces e Bosco, onde pianos e teclados ganham um pouco mais de destaque, bem como a interpretação vocal de Brian Molko.
Menção honrosa para Begin the End, que com sua guitarra hipnótica e dissonante, rapidamente se tornou a minha favorita do disco.
Loud Like Love é o Placebo, mais uma vez fazendo o que faz de melhor. Pode não ser seu melhor disco, posto é dividido por Black Market Music (2000) e Sleeping with Ghosts (2003), mas se mantém na média geral de seus bons trabalhos. Merece a audição.