Nesta época do ano, em que temos um monte de jogos grandes – em orçamento e em tamanho – é sempre bom ter algo para limpar o paladar. Algo menos ambicioso, não exatamente uma refeição cheia de sustância, mas uma deliciosa sobremesa. Bem-vindo à nossa análise Pac-Man World Re-Pac.

ANÁLISE PAC-MAN WORLD RE-PAC

Pac-Man World Re-Pac é mais um remake (acho que nunca tivemos tantos remakes saindo tão próximos uns dos outros). O Pac-Man World original foi lançado em 1999 para Playstation, e é um daqueles games que sempre quis jogar, mas não tive oportunidade. Pois agora a oportunidade chegou.

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Pac-Man fica pintoso em 3D!

Ao contrário da maioria dos games da franquiaPac-Man World Re-Pac é um plataforma 3D em fases, aka meu gênero preferido. Ele não tem câmera tão livre quando Spyro ou Super Mario Odyssey. Assim, é quase um jogo de plataforma isométrico, mais ou menos como Super Mario 3D World.

As fases são lineares e cheias de segredinhos. Boa parte dos colecionáveis mais apetitosos ficam trancados atrás de portas com símbolos de frutas. Em geral, você deve encontrar a fruta e voltar à porta para pegar o breguetinho que ela esconde. Se quiser fazer 100% é claro. Caso contrário, pode apenas ir andando, pulando e distribuindo bundadas até o final.

BUNDADAS EM PLATAFORMA

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Mas peraí… o Pac-Man tem bumbum?

Isso me levou imediatamente à infância, quando tínhamos um monte de jogos de plataforma em que não bastava pular em cima dos inimigos para vencê-los. Você precisava cair de bumbum em cima deles (tipo o clássico Castle of Illusion). Mas Pac-Man não se limita a seu popozão.

Ele também pode atacar jogando bolinhas, ou até mesmo correr tão rápido que simplesmente atropelar os meliantes os derrota. Mas o grosso do gameplay mesmo não é o combate. É pular, explorar, pegar frutinhas e letras. Em outras palavras, se você costuma ler o DELFOS já sabe onde quero chegar:

ANÁLISE PAC-MAN WORLD RE-PAC É UMA DELICINHA!

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Este tipo de gameplay me deixa tão feliz! ˆˆ

Muitos games de plataforma dependem de seus desafios. Em Crash 4, é muito difícil sobreviver. Em outros, como os da Nintendo, chegar ao final das fases é sossegado, mas achar todos os colecionáveis é quase impossível sem guias. Pac-Man World Re-Pac pega leve no quesito desafio.

Em nenhum momento suas fases são desafiadoras, e mesmo fazer 100% não é especialmente difícil se você explorar com carinho. Assim, acaba sendo um jogo com o qual você vai passar apenas algumas tardes, e talvez vai voltar para fazer 100% de novo depois de alguns anos. Mas a questão é que essas tardes serão uma delicinha. Sem estresse, sem frustração, Pac-Man World Re-Pac é um jogo que você vai simplesmente jogar até terminar, e vai ficar a campanha inteira com um sorrisão no rosto.

ANÁLISE PAC-MAN WORLD RE-PAC REMAKE

Falando sobre o remake em si, Pac-Man World Re-Pac tem versões nativas para Xbox Series e PS5, mas também está disponível para a geração passada e Switch. Eu o joguei no Xbox Series X, e ele é bem bonito, com personagens muito simpáticos, daqueles que ficam o jogo todo sorrindo e exalam alegria com cada pulinho.

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Tecnicamente, não é nada especialmente elaborado. É bem naquela linha Nintendo, em que as cores vibrantes e o design fofinho fazem muito do trabalho pesado para deixar o jogo bonito. Assim, acredito que ele deve continuar bem bonito mesmo na versão de Switch, embora possivelmente rode a taxas de quadros mais baixas.

O som, por outro lado, é o ponto fraco. Jogos de plataforma costumam ter músicas pegajosas, daquelas que a gente joga cantarolando. Infelizmente, a trilha de Pac-Man World Re-Pac simplesmente não é muito legal. Em geral, as canções parecem versões alteradas de músicas de domínio público – pensa em músicas de circo, por exemplo.

VARIAÇÃO DE GAMEPLAY

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Quem pediu a jogabilidade tradicional do Pac-Man?

Uma coisa legal é o quanto o gameplay varia em suas sete/oito horas de duração. A Bandai Namco fez um excelente trabalho em criar um jogo de plataforma 3D, com a jogabilidade do gênero que amamos, mas sem nos deixar esquecer que é um jogo do Pac-Man. Há, por exemplo, um monte de labirintos em que você deve pegar as vitaminas, comer os fantasmas e daí fazer a rapa nas pílulas. Pac-Man clássico mesmo.

Mas há muito mais variação. Há momentos de perseguição, em que o cenário vai se destruindo, ou um bicho corre atrás de você. Há uma corrida de karts e até uma fase de navinha. E tudo isso contribui para que Pac-Man World Re-Pac seja tão gostoso de jogar.

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Se há algo que não gostei, é o jogo de slots que vem depois de cada fase. Nele, você deve combinar três símbolos iguais para ganhar vidas. O problema é que deve parar manualmente cada uma das três rodas. Assim, não é sorte, como costuma ser em games assim. É habilidade, mas é uma habilidade chatinha, especialmente porque limite de vidas é algo que não deveria mais existir.

LIMITE DE VIDAS

Não que as vidas façam assim muita diferença. Pelo menos não fizeram para mim. Eu costumava terminar cada fase com cinco a dez vidas A MAIS do que comecei. Em pouco tempo, já tinha um saudável estoque de várias dúzias, a ponto de que isso nunca foi uma questão. Ainda assim, eu tiraria esta limitação se o jogo permitisse. Sonic Origins mostrou como um jogo que originalmente foi pensado para vidas limitadas pode ser adaptado de forma bacana para um sistema de tentativas infinitas.

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Os slots que vêm depois de todas as fases ficam cansativos e repetitivos bem rápido.

Mesmo assim, Pac-Man World Re-Pac é suficientemente fácil para que você não tenha que lidar com a frustração de ficar sem vidas. Ou pelo menos foi assim na minha experiência.

COME-COME PULA-PULA

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Tirando os slots, no entanto, tudo que Pac-Man World Re-Pac oferece foi extremamente bem-vindo para mim. Um jogo leve, divertido, carismático. Eu gostaria muito de ver novos jogos de plataforma com o come-come mais famoso dos games, e posso apenas esperar que Pac-Man Word Re-Pac seja um teste para ver se há mercado para isso. E, se depender de mim, há um mercado sim. Quem não gosta de um bom plataforma 3D afinal?