Quando vou escrever sobre uma continuação, tenho o hábito de reler o que escrevi sobre o anterior. No caso, aqui está minha análise Destroy All Humans Reprobed. O que dificilmente acontece é perceber que boa parte das minhas reclamações sobre o primeiro seriam repetidas nesta análise Destroy All Humans 2 Reprobed. Então antes de começar, permita-me avisar: nenhum dos problemas relatados na resenha do original foram resolvidos aqui. E muitos ficaram ainda piores.

ANÁLISE DESTROY ALL HUMANS 2 REPROBED

Destroy All Humans 2 Reprobed começa com um aviso que diz ser o mesmo jogo lançado em 2006, apenas com atualizações visuais. E olha, isso foi uma péssima decisão. Destroy All Humans 2 envelheceu como um pão. Ele já não era grande coisa em 2006 e agora, em 2022, sem nenhuma atualização considerável, é simplesmente um suplício. É ruim de jogar, é repetitivo e, dessa vez, nem o humor se salva.

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Mas ei, pelo menos o visual é bem legal!

Exemplo do humor: toda vez que você conversa com um NPC, tem pelo menos duas opções de resposta. Uma avança a missão, enquanto a outra o humilha. Se o NPC for homem, Crypto fará uma piada diminuindo o personagem, muitas vezes questionando sua masculinidade. E, se for mulher, esta segunda opção fará algum comentário sexual que beira o abuso verbal.

É fato, os tempos mudaram. O que era engraçado em 2006 hoje pode ser muito cringe. Eu sei disso em primeira mão, pois em 2006 já criava piadas aqui no DELFOS e muita coisa envelheceu mal (sei disso). Porém, lançar um remake em 2022 mantendo esse roteiro é pedir pra ser julgado pelas sensibilidades da era contemporânea. E se as pessoas já costumam reclamar do humor auto-destrutivo e quase inocente de um Borderlands, imagina o que farão com este. Eu sinceramente não me lembrava do Crypto ser tão tarado no jogo anterior, e o fato de eu ter elogiado o humor na análise em questão me faz pensar que de fato a coisa ficou bem mais grosseira aqui.

REMAKE DA CONTINUAÇÃO

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Os disfarces, stealth e missões de escolta estão de volta.

Comercialmente, remakes de séries há muito dormentes costumam ser criados para medir o interesse em novos lançamentos. Veja o que aconteceu com Crash BandicootDestroy All Humans é um caso à parte. Imagino que o remake do primeiro jogo deve ter vendido bem. Talvez não o suficiente para justificar um game moderno, mas certamente o suficiente para que refizessem o segundo.

Ao jogar este, isso não me parece uma boa ideia. Talvez Destroy All Humans Reprobed tenha vendido bem pela nostalgia, pelo fato de ser um relançamento de um game cult. Porém, questiono quanta gente que o comprou, por nostalgia ou interesse histórico, realmente gostou do game. A ponto de se interessar por um remake de uma continuação que é, em todos os aspectos com exceção do visual, muito inferior.

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O visual realmente é legal. Mas todo o resto é sofrível…

A única diferença digna de nota para este é que agora você fica no mapa aberto ao completar uma missão. Há uns cinco mapas diferentes, e cada um deles funciona como um pequeno mundo aberto. Complete uma missão e um novo ícone aparece no mapa. Você pode explorar o mapa livremente ou andar até lá para iniciar a próxima fase.

O TERRÍVEL LEVEL DESIGN DE DESTROY ALL HUMANS 2

O problema é que as missões em si são tão ruins quanto as do anterior. São o típico busywork. Coisas que você costumava ver em sidemissions dos Assassin’s Creed antigos. Sem brincadeira, são coisas como “coloque oito vans em oito tetos” ou “proteja o NPC até este timer de cinco minutos chegar no zero”.

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Nenhum desses exemplos é fictício ou exagerado.

Além disso, a dificuldade é totalmente inconstante. Há algumas opções de dificuldade, mas a maior parte do jogo é MUITO fácil. Até que ele deixa de ser. Eventualmente, aparece um objetivo pentelho ou um chefe com uma barra de vida interminável e o que deixava entediado por carecer de desafio começa a deixar entediado por não conseguir passar.

Destroy All Humans 2 tem muitas missões de história, e ainda mais sidemissions. Porém, todas elas envolvem esses objetivos pouco inspirados, e todos se repetem em várias missões. A coisa fica tão repetitiva que, depois do primeiro mapa, eu parei de fazer sidemissions e mesmo assim sentia que a campanha não acabava nunca. Até que travei em um chefe perto do final, e daí foi a desculpa perfeita para parar de jogar. Simplesmente não existem horas suficientes na vida para dedicar a terminar Destroy All Humans 2 Reprobed.

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Parece épico, né? Mas não é!

Este é um remake que deveria ser um port, e estar disponível só para interesse histórico. Mas que não vale ser jogado, conhecido e muito menos comprado. Se precisa conhecer a série, fique com o original.Mas a questão é que mesmo ele era ruinzinho, especialmente se jogado hoje em dia. Talvez haja espaço para um novo Destroy All Humans na era contemporânea. Mas, assim como Duke Nukem, ela precisa mudar.