Wolverine Imortal

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O primeiro filme solo do Wolverine é conhecido entre os nerds como um dos piores filmes de heróis da história. Assim, a expectativa para esta continuação era quase nula, e basicamente vinda da ala feminina, ansiosa para curtir um molho curry enquanto veem o Hugh Jackman sem camisa. Meninas, eu tenho uma boa notícia: o herói fica sem camisa quase o filme inteiro. Meninos, eu tenho uma má notícia: o novo filme do Carcaju é tão ruim quanto o original. Fuck!

ISTO É UM HOTEL DO AMOR

Wolverine Imortal tem muitos pontos fracos e alguns fortes. Comecemos pela sinopse, que já vai deixar clara uma de suas fraquezas. Como seria se o Carcaju invocadão perdesse seu fator de cura? É, meu amigo, essa é exatamente a história que temos aqui. Acredito que nenhum herói conseguiu ter uma carreira completa sem ter uma história em que perde seus poderes, e mesmo assim foi exatamente isso que a turma resolveu contar para recuperar a credibilidade do baixinho. Fuck!

Isso limita o filme consideravelmente, pois Wolverine sem fator de cura perde muito de sua pintudice. E as cenas deixam claro o quanto ele dependia deste poder, uma vez que ele não se preocupa em desviar dos ataques inimigos, o que faz com que ele passe o filme todo debilitado. Caramba, o sujeito não consegue nem fazer a barba sem se cortar. Fuck!

Além disso, este filme sofre do mesmo mal que acometeu o Homem de Aço, mas ao contrário. No filme do cuecoso, ele foi basicamente transformado no Wolverine, e isso é compreensível. Afinal, para a geração atual, o Superman, sendo um poço de virtudes, parece um tanto boboca. Eu entendo que ele não seja muito vendável para o consumidor de filmes de ação, mas não entendo porque transformá-lo em outro herói. Se o Superman do cinema não será o Superman, para que fazer um filme do herói? Não seria mais digno encarar o fato de que o personagem não é mais relevante para a nova geração e fazer um filme de alguém que os moleques de hoje gostam? Fuck!

O Wolverine é o contrário do Superman. No gibi, suas virtudes são bastante limitadas. Ele é basicamente um baixinho invocado, genocida e antissocial. Particularmente, o acho um personagem bastante limitado, mas a criançada gosta dele exatamente por isso. Então alguém me explica por que diabos foram pegar um personagem desses para transformá-lo em um herói bonzinho? Fuck!

Não, ele não chega a parecer o Superman. Basicamente, é o Wolverine do cinema que já conhecemos. Mas se nos filmes dos X-Men isso acabava diluído graças à presença de outros personagens bem adaptados, em um filme solo, essa fraqueza acaba atrapalhando mais, e arrisco dizer que foi justamente por isso que o primeiro filme ficou com a fama que ficou. Fuck!

Chega a ser ridículo os outros personagens chamando o carcaju de animal, de assassino e outras coisas assim quando na real sua postura social e sua raiva não chegam a ser tão diferentes das de um Homem-Aranha ou Homem de Ferro. O Wolverine do cinema não é o personagem do gibi, é um super-herói vendendo brinquedos. Todo mundo junto comigo agora. Vamos, você sabe que quer: FUCK!

Claro, fazer um filme do Wolverine como tem que ser, um Testosterona Total extremamente violento, beirando o torture porn, não seria rentável. Um filme de herói precisa ser classificação T, especialmente um do Wolverine, cujo principal público são os meninos de 14 anos. Fazer um R cheio de violência impediria os moleques de curtir o filme e de endinheirar a Fox. Acabou dando certo no segundo filme do Justiceiro, mas o Justiceiro, por ser um herói secundário e de menor apelo comercial, se permite isso. Wolverine é primeiro escalão, então acaba sendo necessário que deem uma filtrada nas suas características menos comerciais, em especial a raiva e a violência. Curiosamente, exatamente o que torna o personagem tão querido entre os fãs de gibis. Vamos lá, última vez: Fuck!

UM HOTEL… DO AMOR…

Porém, o filme também tem seus momentos. Na real, a abertura é bem legal, apesar de mostrar o personagem acordando de um pesadelos duas fuckin’ vezes na mesma fuckin’ cena.

Daí ele vai para o Japão e logo rolam as duas melhores e mais empolgantes cenas do filme. Na primeira, rola uma perseguição pelos telhados de Tóquio, cheio de parkour, arco e flecha e o maior climão de Assassin’s Creed. Hell, yeah!

Logo em seguida, a cena se alastra para o teto de um trem, e essa cena, meu amigo, é criativa e divertida pra burro. Nela, vemos Wolvie e seus desafetos lutando enquanto desviam de placas. Você com certeza já jogou uma pá de fases assim no videogame, mas no cinema eu nunca tinha visto, pelo menos não da forma que foi feita aqui. Hell, yeah!

Como essas cenas rolam logo no início, dão a sensação de que o filme será maior legal. Porém, o declínio depois disso é muito claro. Se no final da cena do trem, eu estava pronto para aplaudir em empolgação, nos 90 minutos que se seguem a ela eu estava deveras entediado, especialmente pela falta de uma história mais criativa ou de um aproveitamento melhor dos personagens. Convenhamos, se você não matar quem é o Samurai de Prata antes de isso ser revelado, não deve ir muito ao cinema. Mais uma vez, para servir de bis: Fuck!

Além disso, depois da cena do trem, o filme foca em romance, diálogos e algumas piadas até engraçadas, mas porrada mesmo só volta no final. Afinal, como falei na sinopse, Wolvie não tem o fator de cura durante a maior parte do filme, então ele passa toda essa parte central machucado. Se o que você quer ver em uma história do Wolverine é o personagem machucado, sem lutar com ninguém e xavecando umas japinhas, este filme é para você. Se quiser ver porrada e muita ação, aproveite bem o filme até a cena do trem e depois coloque o sono em dia.

Algumas cenas, como todas as aparições dos ninjas, acabam dando uma acordada. É uma coisa linda quando os ninjas matam um monte de gente silenciosamente, sem ninguém perceber que eles estão lá. Porém, como você deve ter percebido, essas outras cenas legais pouco ou nada têm a ver com o nosso protagonista.

Assim, a conclusão que chegamos é que, se você gosta do Wolverine do cinema, pode se divertir por aqui. No entanto, pela minha experiência, sei que a maioria das pessoas gosta mesmo é do invocado genocida dos gibis, e do potencial que isso teria se transportado à tela grande. Bom, não foi dessa vez. Na real, se você já não curtiu o primeiro filme solo do carcaju, fica difícil recomendar esta sua nova iteração.

CURIOSIDADES:

– O diretor James Mangold já dirigiu alguns filmes bem legais, como Encontro Explosivo e Os Indomáveis. Ele também foi o responsável pela cinebiografia de Johnny Cash, Johnny e June.

– A Jean Grey aparece até bastante aqui, assumindo um papel semelhante ao do pai do Dexter na série homônima. Um tanto bizarro usarem um artifício tão parecido, devo dizer.

– Há uma cena durante os créditos, e ela é uma das mais legais do filme. Ela faz dois retcons fortíssimos, mas pelo menos esses retcons corrigem aqueles dois erros idiotas que cometeram em X-Men: O Confronto Final. E aposto que você sabe de quais estou falando.