Na época que o Nightwish estourou, bandas com vocais femininos começaram a pipocar como palomitas. Hoje, essa mania de divulgar as bandas de acordo com o sexo do vocalista, felizmente, não é mais tão importante e é como sempre deveria ter sido, ou seja, o cantor é apenas mais um integrante.
O Unsun vai meio na contramão disso, colocando a sua cantora – e apenas ela – na capa do disco, por exemplo. O curioso é que ela está bem longe de ser uma beldade como a Simone Simmons ou a Cristina Scabbia. E sua voz atende pelo principal problema do disco.
Não é que a garota, chamada Aya (acredito que por influência direta da delfonauta Ayaya), seja uma má cantora, tecnicamente falando. E talvez o problema nem seja ela, seja eu. Mas o fato é que o timbre dela, que eu descreveria como gatinhos sendo cruelmente estripados, não me agrada nem um pouco.
As composições, por outro lado, não são ruins. Trata-se de um Power Metal limpinho e bem feito, com belas melodias e solos. Faixas como Whispers e seu tempero gótico ou a bonitinha balada Memories (o CD vem também com uma versão em polonês dessa música) valem a audição. Até mesmo Blinded By Hate, com seu nome malvadão, começa com um piano realmente lindo – até virar um Power Metal legalzinho segundos depois.
O maior destaque positivo, no entanto, é Closer to Death, cujo refrão ritmado destoa do restante, tornando-o a faixa mais empolgante do álbum. A seguinte, Indifference, no entanto, é a pior de todas, cheia de barulhinhos eletrônicos.
Tivesse ouvido esse CD uns 15 anos atrás, quando minha sede por Heavy Metal era insaciável, possivelmente teria gostado bastante dele. Hoje, que sou ao mesmo tempo menos empolgado e mais escolado no gênero, o considero um bom disco, mas nada que realmente se destaque em meio a tantos lançamentos.