O delfonauta fiel já sabe que eu não sou fã de filmes premiados. Uma Vida Iluminada foi o vencedor do prêmio de melhor roteiro da 29ª edição da Mostra BR de Cinema. Isso me dá medo. Mesmo assim, me imbuí de coragem e fui até um shopping de São Paulo encarar a sessão de imprensa do dito-cujo.
O longa é baseado num romance de Jonathan Safran Foer que, por acaso, é o mesmo nome do protagonista interpretado pelo Elijah Wood (o Frodo de O Senhor dos Anéis, mas mais conhecido como o menininho do fliperama de De Volta Para o Futuro II), o que dá ao longa e, possivelmente ao romance, uma tremenda cara de autobiografia.
Uma Vida Iluminada é um road movie, ou seja, um grupo de pessoas viajando em busca de algo. No caso, o protagonista é um judeu que quer encontrar uma mulher ucraniana que ajudou seu avô a fugir dos nazistas.
Apesar de ser claramente um drama, o longa traz boas piadas, todas protagonizadas por Alex (Eugene Hutz). Particularmente, achei bem engraçada a parte onde Jonathan fica tentando ensinar Alex a ser politicamente correto, dizendo para o ucraniano não usar a palavra “negro”, mas “afro-americano”. Alex não consegue entender o porquê disso e começa a pensar que existe algum problema em ser negro. Concordo plenamente com sua lógica. 😉
No final, contudo, o filme fica extremamente triste, de chorar mesmo. Tudo bem que sou um dos maiores chorões que conheço, mas os últimos minutos são bem fortes.
Infelizmente, assim como Gaijin, Uma Vida Iluminada é um daqueles filmes que têm pouco a oferecer para aqueles que não são judeus ou têm um grande contato com pessoas que são. Se você faz parte desse seleto grupo, vai fundo, deve gostar bastante. Se não, é melhor ficar com outra coisa, pois esse é um típico filme nada.