Leia também:
– Transformers 1: o filme.
– Transformers – O Filme: o desenho.
– Transformações inusitadas para um robô gigante: a piada.
– Coletiva Transformers: A Vingança dos Derrotados: Sim, nós entrevistamos a Megan Fox.
Alguém pode me explicar qual é o problema da Paramount com horários? PQP, todas as distribuidoras atrasam (afinal, elas normalmente ficam esperando a dondoca de uma grande revista nacional, que sempre chega tarde), mas a Paramount é recordista em atrasar muito nos momentos mais inconvenientes. Quer ver? Clica aqui e aqui. Sério, atrasar 40 minutos para passar um filme de quase três horas para jornalistas (que estão trabalhando e têm prazos para cumprir) é algo que simplesmente não se faz…
Mas ok, eventualmente o filme começou. Na nova aventura dos robôs transformistas, Optimus Prime faz uma homenagem à Carmem Miranda Sam Witwicky (esse sobrenome parece saído de um personagem do Harry Potter) vai à faculdade. Chegando lá, conhece um caboclo doidinho pra revelar a conspiração dos robôs gigantes. Paralelamente, os Decepticons têm um plano para ressuscitar um malvadão chamado Fallen, cuja história é, por mera coincidência e sem nenhuma intenção do roteirista, bem semelhante à de Lúcifer. Hail, Satan!
Sim, amigão. O Fallen do título original é um personagem, e é ele quem vai se vingar. Não os derrotados. Mais um excelente trabalho de tradução da turminha das distribuidoras nacionais. Faria mais sentido se tivessem chamado o filme de Deu a Louca nos Transformistas – Monstro. Pelo menos manteria a tradição de nomes nacionais. Imbecis, sim, mas sem erros conceituais de tradução.
Eu me lembrava do primeiro filme como um longa de ação um tanto genérico, que não rendeu tanto quanto poderia. O segundo, por outro lado, é deveras legalzudo – especialmente pelo seu humor afiado, que chega a lembrar os melhores filmes do Schwarzenegger. De Bumblebee e suas músicas apropriadas para a situação até um Decepticon velhinho e meio gagá, tem humor aqui para todos os gostos. E é tão legal que eu estava torcendo para nem rolar ação.
Infelizmente, a ação rola e, conforme imaginava, acaba tirando a graça de um filme que estava disputando o direito a um Selo Delfiano Supremo. Em nenhum momento o humor chega a sumir completamente, mas ele fica relegado a segundo plano quando os robôs gigantes começam a brigar para decidir quem vai ser o próximo transformista a usar as frutas na cabeça.
A parte da ação é também enfraquecida pelo fato de que Optimus Prime, a versão robô gigante do Chuck Norris, fica fora de combate (em uma relação direta com aquele desenho que o Cyrino gostava) durante quase todo o filme. Quando ele volta, então, não dá para não pensar algo na linha “é agora que a cobra vai fumar”. Mas não. Seu retorno e a luta que encerra o filme são extremamente anticlimáticos e brochantes, além de a porradaria durar menos de um minuto. E logo em seguida o filme termina bruscamente. Poxa vida, não precisava terminar 42 vezes, como O Senhor dos Anéis, mas considerando que ficamos na sala por cerca de três horas, o senhor Miguel Baía podia pelo menos nos brindar com uma porradaria tremendona e uma conclusão satisfatória, né?
No final das contas, Transformers: A Vingança do Fallen é, ao mesmo tempo, o filme mais divertido do ano e uma grande decepção. Começa fenomenalmente e, ao invés de ir crescendo a partir daí, só decai, rumando a uma das conclusões mais brochantes desde Matrix Revolutions.
Vale a pena assistir no cinema? Hell, yeah, mas não cometa o mesmo erro que eu: não deixe as risadas da primeira metade levantarem muito suas expectativas e você há de se divertir deveras! E, se você é fã da Megan Fox, volte amanhã para aquele tipo de surpresa que só o DELFOS traz para você.