Top 5: Melhores filmes de 2007

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Introdução por Carlos Eduardo Corrales

Homem-Aranha 3, Transformers, Simpsons, Shrek 3, metade do Grindhouse… Essas foram algumas das grandes promessas não cumpridas desse ano. Sem brincadeira, 2007 é sério candidato a um dos piores anos cinematográficos da história. Mesmo a minha lista abaixo só foi conseguida graças a um esforço hercúleo para pegar filmes que mereçam figurar nela, já que nenhum dos óbvios citados acima foi digno desta grande honra. Confira abaixo os cinco filmes que cada um dos delfianos escolheu, depois de muito esforço, para figurar neste cobiçado espaço. O legal é que esse ano temos novidades. Além dos cinco tremendões e do pior do ano, teremos também a D&D – Decepção Delfiana, onde vamos poder destilar nosso veneno em cima de filmes que tinham tudo para dar certo, mas mesmo assim falharam na missão. As demais regras são as mesmas dos anos anteriores: o longa em questão precisa ter estreado na nossa terrinha em 2007 ou então passado em algum festival brasileiro sem previsão de estréia comercial. Divirta-se.

O Rezek ainda não se cansou dos filmes de amor, mas ainda assim há coisas interessantes nesta lista, como um filme com o novo Hulk:

5 – Pecados Íntimos (Little Children – EUA – 2006)

Não foi à toa que o Corrales disse que, para mim, ele sem dúvida recomendaria este filme. Esse é um gênero que eu gosto muito, essa espécie de drama que mostra uma passagem da vida de determinadas pessoas, que têm algumas coisas em comum umas com as outras, como morar na mesma cidade ou no mesmo bairro, por exemplo. Ultimamente, tenho gostado muito de filmes sobre pessoas infelizes com suas vidas, afinal, quase todo mundo acaba sendo obrigado pelas circunstâncias a deixar a diversão de lado, na maioria das vezes por causa de um trabalho chato e para sobreviver nesta selva capitalista que é o mundo de hoje. O que me fez ficar mais atordoado com esse filme foi, entretanto, o gosto do protagonista que, casado com a Jennifer Connelly, trai a moça com a Kate Winslet. Quem em sã consciência faria tamanha asneira? Tudo bem que a Kate não é de se jogar fora, mas o nível de beleza da Jennifer está bem acima. Eu, particularmente, me contentaria com a vida de casado e sem pular a cerca.

4 – Tropa de Elite (Idem – Brasil – 2007)

Já se falou tanto desse filme, que acho que tudo que eu escrever aqui será redundante, mas vamos lá. O mérito, a meu ver, está na edição ágil, no bom roteiro e em Wagner Moura. Também no fato de mostrar o bandido como bandido e o jovem burguês viciado como alguém que, de fato, financia o tráfico e causa grandes problemas.

3 – O Ultimato Bourne (The Bourne Ultimatum – EUA – 2007)

Percebi que não teve meio termo na recepção deste filme por parte dos espectadores. Pelo menos de todas as pessoas com as quais conversei a respeito, metade delas odiaram e a outra achou o melhor filme “Bourne” da trilogia. Eu fiquei do lado desta última metade. Gostei do primeiro filme, gostei mais do segundo e achei este terceiro um espetáculo de ação deveras divertido. Por isso mereceu o terceiro lugar no meu ranking.

2 – Zodíaco (Zodiac – EUA – 2007)

Mesmo tendo sido divulgado erroneamente como um suspense no estilo Seven, o que fez muuuita gente não gostar dele, Zodíaco foi um filme que eu gostei bastante e isso tem um motivo principal: é super longo, enorme mesmo para o gênero e mesmo assim fiquei tenso o tempo todo, praticamente até o final, na grande cena em que o personagem de Jake Gyllenhaal se vê face a face com o assassino. Estava já ficando chateado de não tê-lo incluído nesta lista inicialmente (que antes contava com o ainda inédito Os Indomáveis), mas o Corrales me disse pra mudar (já que este não passou nos cinemas tupiniquins neste ano) e então me alegrei em colocar aqui um filme de 2007 que não podia ficar de fora, ao menos da minha lista.

1 – O Despertar de uma Paixão (The Painted Veil – EUA – 2006)

Já que este é um Top 5, darei cinco motivos para a escolha do campeão de minha lista de filmes de 2007. Primeiro: é com o Edward Norton (o novo Hulk e um de meus atores prediletos). Segundo: é com Naomi Watts, uma de minhas atrizes preferidas. Terceiro: é um filme de amor. Quarto: é um filme de época, se passa na China e tem paisagens realmente lindas, como há muito eu não via no cinema. O filme é bonito pacas mesmo! E quinto: mostra que muitas vezes podemos errar, mas o amor é o que nos resta para seguir adiante. Então, que venha 2008.

Menção Horrorosa – o pior do ano: Um Crime de Mestre (Fracture – EUA – 2007

Não é exatamente uma bomba, mas achei um desperdício de dois ótimos atores como Ryan Gosling e Anthony Hopkins numa história de reviravoltas previsíveis em um suspense de tribunal deveras cansativo e pouco interessante. Quem gosta muito do gênero, talvez até encare numa boa, mas não foi o meu caso.

D&D – Decepção Delfiana: Invasores (The Invasion – EUA – 2007)

Pelo trailer, parecia ser bem legal. Gosto do original Vampiros de Almas e um filme em que a musa loira (que na realidade é ruiva) Nicole Kidman contracena com o novo 007 Daniel Craig, por mais que se tratasse de um quarto remake, não teria como ser muito ruim, não é verdade? Infelizmente, esse Invasores é péssimo, mas de uma mediocridade tão grande que eu até agora não entendo como duas estrelas de primeira grandeza no meio cinematográfico foram se envolver nesse lixo. Deixo claro que essa droga de filme está aqui porque, para mim, foi uma grande decepção realmente, mas poderia muito bem ganhar o troféu de pior do ano, ao lado de Um Crime de Mestre.

O Guilherme teve que pegar mais leve este ano por conta da falta de bons filmes de ação. Bem, pelo menos saiu Contra 4 para o Nintendo DS.

5 – Letra e Música (Music And Lyrics – EUA – 2007)

A entrada mais questionável e imagino que qualquer delfonauta que já tenha lido algum texto meu esteja se perguntando o que há de errado comigo. Ahn… Como vou explicar? É que gosto bastante de filmes sobre música, em geral (não musicais – esses me matam de tédio). Letra e Música pode ser uma comediazinha romântica cheio de clichês, e isso tira váááários pontos do filme, mas zoar com os clichês musicais dos anos 80 faz esses pontos voltarem quase todos. O clipe do começo é absurdamente hilário, e até que a história não é tão sonolenta assim.

4 – Rocky Balboa (Rocky Balboa – EUA – 2006)

Rocky, até quando é chato (o 5, por exemplo) costuma ser legal. Tipo aquele disco mais fraco da banda que você adora (a não ser, é claro, que sua banda favorita seja o Metallica, pois St. Anger não dá mesmo). Rocky Balboa não é nada de tão bacana assim, mas é sempre legal ver o Stallone porrando e sendo porrado. Eu aposto que qualquer pessoa que tenha começado a ver a série com esse filme achou um saco, mas, para um veterano de Rocky como eu, foi bem divertido, pois seguiu bem o estilo dos antigos. Pena que não aproveitaram o fato do Survivor também ter lançado um disco novo e escolhido uma música deles pro filme, já que Eye Of The Tiger e Burning Heart fizeram toda a diferença para o Rocky 3 e para o Rocky 4, respectivamente.

3 – Em Busca Da Felicidade (The Pursuit Of Happiness – EUA – 2006)

Eu acho que tinha tudo para não gostar desse filme. Geralmente, não gosto nem de dramas, nem de filmes baseados em histórias reais (realidade é para fracos). Além do mais, a sinopse dava a entender que não haveria nenhum helicóptero explodindo. Mesmo com todos esses poréns, eu resolvi assistir ao tal filme. Bem, e não é que até alguém como eu tem que morder a língua de vez em quando? O longa é bem legal mesmo, e isso por um único e exclusivo motivo: a interpretação do Will Smith. É simplesmente impossível não simpatizar com o sujeito que, além de ter uma cara natural de gente boa, ainda dá um show junto com o moleque que carrega no filme inteiro (que é filho dele de verdade). E eu desafio o mais durão dos durões a não engasgar com a cena do metrô. Pô, eu mesmo engasguei!

2 – Duro de Matar 4.0 (Live Free And Die Hard – EUA – 2007)

Yipee Ki Yay, motherfucker! Até que enfim uma #%&@ de filme de ação nesta *%&#! Sério, esse ano foi uma desgraça para um cara de barba mal feita como eu. Ainda bem que o $%@# do Bruce Willis continua sabendo como explodir as *@#$@ dos helicópteros. Eu não espero realismo nos meus filmes. Se eu quiser realismo, assisto à *&%@# do Jornal Nacional, &$*@#&! Pode não ser tão bom quanto o primeiro, mas desceu tão bem nesse ano da *@%&@ quanto uma granada explode um reservatório de posto de gasolina. Não me incomodaria de assistir ao 5.0 no ano que vem.

1 – A Hora do Rush 3 (Rush Hour 3 – EUA – 2007)

Eu sou um grande fã do Jackie Chan. Aliás, tem alguém que não seja? Se tiver, deve ser um chato de galocha, já que o cara é naturalmente divertido. Esse filme não tem muita coisa de diferente em relação aos outros da série: o Chris Tucker continua sendo uma mala inconveniente, o enredo é previsível, etc e tal. Enfim, o que importa é que o filme é divertido, e, venhamos e convenhamos, esse ano foi ruim pra burro no quesito diversão. A Hora do Rush 3 ainda ganha vários pontos extras porque tenho boas recordações da companhia, também. Foi o primeiro filme que vi com a minha namorada. Posso dedicar esse Top 5 a ela? 🙂

Menção Horrorosa – o pior do ano e D&D – Decepção Delfiana: Simpsons – O Filme (The Simpsons Movie – EUA – 2007)

Pelo menos para mim, Simpsons só tem graça até a 7ª temporada. Até a 8ª, caso eu esteja me sentindo mais tolerante. Sempre achei que Futurama trucida Simpsons em engraçadice. O quê, essa palavra não existe? Ok, não a usarei mais. Enfim, o fato é que Simpsons não me faz rir mais do que amassar um extintor de incêndio com a minha cabeça (embora isso sem dúvida faria os outros delfianos rirem bastante). Eu só coloquei este longa na parte de Decepções Delfianas porque todas as críticas que li do filme (inclusive a do Corrales) falaram bem dele. Resolvi arriscar o ingresso, e, lógico, eu me decepcionei. Só não me sinto pior porque um amigo acabou comprando o ingresso antes e disse que não era para esquentar em pagar, mas é triste pensar que eu não terei aquelas horas da minha vida de volta. Caso ninguém tenha adivinhado, Simpsons é bi-campeão, e leva o prêmio de pior do ano, também.

Bem, a sessão acabou sendo interessante por uma razão: era curioso ver todas as pessoas rindo com a piada do martelo e com a do “porco-aranha”, duas das piores tentativas de fazer alguém rir que eu já vi. Ah, e outra: tinha um moleque no colo da mãe gritando, eu perdi a paciência e joguei uma garrafa d’água vazia com bastante força na direção dele (não sei se acertei, mas torço para que sim). No final do filme, as pessoas saíram falando de mim, e não do filme. Coisas como “Você viu? Algum maluco jogou uma garrafa naquela criança que tava gritando”. Nada como fazer sua parte para um mundo melhor.

Num dos anos mais fracos de todos os tempos, Carlos Cyrino teve de garimpar muito até encontrar os seus cinco mais tremendões:

5 – 30 Dias de Noite (30 Days of Night – Nova Zelândia/EUA – 2007)

Das muitas transposições de HQs para o cinema que pipocaram pelas telas este ano, esta foi a que mais me satisfez. Talvez ajude o fato de não ter lido a graphic novel (desta forma, não podia ter base de comparação), mas o que realmente importa é que se trata de um filme divertido, sangrento, o qual dá uns sustos e ainda reserva umas surpresas bem legais, especialmente no final um tanto quanto incomum. Com tudo isso a favor, a gangue dos vampiros que invadem uma cidadezinha do Alasca durante um mês sem luz do Sol merece a quinta colocação.

4 – Tropa de Elite (Brasil – 2007)

Colocando todo o hype em cima de Tropa de lado, o fato é que é um bom filme. Não chega a ser espetacular, é apenas muito bom. Mas o que o ajuda muito a subir no meu conceito é se tratar de um filme nacional de ação, algo que eu não via desde Os Matadores, de 1997. O cinema nacional definitivamente precisa destas variações de gêneros. E mostrar o lado dos policiais ao invés da ótica da bandidagem, só para variar um pouco, dá um novo sopro de ar fresco numa das temáticas favoritas dos realizadores tupiniquins: a criminalidade. Também contribui o elenco afiado e o roteiro, com suas frases de efeito, várias delas já célebres e devidamente incorporadas à nossa cultura pop. E claro, há o Capitão Nascimento, aquele tremendo fanfarrão! Já está de bom tamanho para nosso quarto lugar.

3 – Mandando Bala (Shoot ‘Em Up – EUA – 2007)

O filme mais sem noção (no melhor sentido possível) do ano. Eu achava que Adrenalina era o supra-sumo do exagero nos Testosteronas Totais. Aí, fui assistir a Mandando Bala e entre uma dúzia de capangas mortos de uma só vez, uma cenoura mortífera, sexo e troca de tiros ao mesmo tempo, e um sujeito que consegue balear um cara sem usar a arma, saí da sessão com um sorriso de orelha a orelha, bem mais animado do que quando assisti à película com Jason Statham citada aí em cima. Contribui para o clima descompromissado do filme as atuações totalmente canastronas de Clive Owen (olha aí mais um candidato para a vaga de Rei dos Testosteronas Totais aparecendo) como o anti-herói taciturno e Paul Giamatti como o vilão realmente mau até os ossos. E tem a Monica Bellucci para deixar tudo ainda mais bonito. Com todos esses elementos, não tinha como dar errado.

2 – Superbad – É Hoje (Superbad – EUA – 2007)

Como todo bom nerd, eu adoro dar risada. Mas isso está cada vez mais difícil de fazer dentro de um cinema, especialmente em comédias estadunidenses, que costumam achar fluídos corporais e flatulência a coisa mais hilária do universo. Por isso, sempre que algum filme dá uma sacudida nessa rotina, com algo imprescindível chamado roteiro, ele acaba se destacando aos meus olhos. Superbad é de dar dor na barriga de tanto rir com seus diálogos espertíssimos, personagens hilários e situações com alto potencial cômico. É como eu escrevi na resenha, parece um filme do Kevin Smith sobre e para adolescentes. E isso muito me agrada.

1 – O Cheiro do Ralo (Brasil – 2006)

Feito com pouquíssima grana, mas muita criatividade, este filme, baseado em romance do quadrinhista Lourenço Mutarelli, mostra a vida de um sujeito que vive de comprar e vender objetos de outras pessoas. E nessas negociações, onde geralmente está em posição de vantagem, aproveita para humilhar os outros, expondo o lado feio de sua personalidade, refletida no fedor que sai do ralo do banheiro de seu escritório. A única coisa que ele não consegue controlar é sua paixão pela bunda de uma atendente de padaria da qual nem mesmo consegue decorar o nome. Poder, controle e os instintos mais baixos dos seres humanos são esmiuçados nessa obra tão incomum à cinematografia nacional, muito bem dirigida por Heitor Dhalia e com um inspirado Selton Mello encabeçando o elenco. Uma pequena pérola que merece, com todos os méritos, o primeiro lugar.

Menção Horrorosa – o pior do ano e D&D – Decepção Delfiana: Planeta Terror (Planet Terror – EUA – 2007)

Este é um filme que cobre muito bem essas duas sessões (pior do ano e maior decepção), até porque as explicações são as mesmas. Visto que esse ano eu não vi nenhum filme realmente ruim, do tipo bomba, escolhi Planeta Terror porque havia de minha parte uma enorme expectativa (é um filme de zumbis, do Robert Rodriguez, e parte do projeto Grindhouse). Só que não me diverti nem um pouco, pelo contrário, fiquei entediado durante a maior parte da projeção. Ok, esse era um dos que eu mais esperava no ano e me decepcionei feio. Isso cobre a parte D&D. Quanto à parte pior do ano: ele tinha todos os elementos pra ser bom (a mina com perna de metralhadora, um bom elenco que entrou nessa pela diversão, efeitos especiais podrões, e por aí vai), mas em nenhum momento tais elementos funcionam completamente, para não dizer que, em muitas passagens, nem funcionam. A impressão que ficou é que Robert Rodriguez não manja nada – ou não curte – de filmes de zumbis e só escolheu rodar essa história porque se encaixava bem na estética Grindhouse que ele e Tarantino queriam homenagear. E a estética de fato está lá, mas a diversão passou longe.

O Carlos Eduardo Corrales nunca teve tanta dificuldade para achar cinco filmes bons em um ano, então acabou fechando com esses e depois lembrou que esqueceu de incluir Pequena Miss Sunshine. D’oh!:

5 – Tropa de Elite (Idem – Brasil – 2007)

Se o final do ano não tivesse visto o lançamento do primeiro colocado nesse tópico (não vale olhar!), esse seria, de longe, o filme mais engraçado do ano. É uma fita de ação na melhor tradição Schwarzenegger, cheio de cenas forçadas e piadas de sobra, o que faz com que eu fique realmente chocado com o fato de as pessoas parecerem REALMENTE terem levado o longa a sério. É simplesmente impossível não rir e não se divertir com cenas como a da granada ou a do treinamento em que a principal dica do capitão é “fazer cara de mau”. É raro termos bons filmes de comédia/ação no Brasil e Tropa de Elite é um deles. Em um ano decente, provavelmente seus problemas (como as câmeras com Mal de Parkinson e os closes claustrofóbicos) o impediriam de entrar aqui. Contudo, no ano mais fraco que eu presenciei desde que comecei a gostar muito de cinema, o fanfarrão acabou conseguindo cavar o quinto lugar nesta lista.

4 – Um Amor Jovem (The Hottest State – EUA – 2006)

Normalmente quem coloca filmes de amor entre os melhores é o Rezek, até porque é realmente difícil um longa do gênero me agradar, pelos motivos que já expliquei outras vezes. Contudo, em um ano carente de bons filmes com explosões e violência, a gente acaba optando por um sentimento ainda mais perigoso e auto-destrutivo. E Um Amor Jovem é realmente um filme tocante, que permite uma grande identificação com as situações vividas pelos protagonistas, seja você homem ou mulher. E quem nunca teve um coração partido que atire a primeira pedra. Ou, sendo menos radical, que saia no meio da sessão.

3 – Mais Estranho que a Ficção (Stranger than Fiction – EUA – 2006)

Agora sim chegamos aos filmes realmente bons. E eu nunca esperei falar isso de um longa com o Will Ferrell. Mais Estranho que a Ficção é um daqueles raríssimos exemplares do humor nonsense sentimental e me lembrou muito, mas muito mesmo, O Guia do Mochileiro das Galáxias, com seus maravilhosos toques filosóficos e sentimentais que, à primeira vista, são engraçados, mas quando analisados com calma são, na verdade, muito tristes. É muito difícil criar algo decente misturando gêneros opostos como drama e comédia, mas quando dá certo, REALMENTE dá certo. E, se esse é um desses casos, nada mais justo do que conceder a ele o terceiro lugar nessa listinha.

2 – Jogos Mortais IV (Saw IV – EUA – 2007)

Sadismo, tripas, mutilações, violência explícita, mas, acima de tudo, uma boa história! Se Jogos Mortais sempre foi uma ótima franquia de terror, apenas este quarto episódio realmente a separou do gênero, colocando-a lado a lado com a Quadrilogia dos Mortos. O engraçado é ver por aí a quantidade de pessoas que não entenderam o final. Ok, ele é surpreendente, mas a ponto de não entender? Faça-me o favor! Nessas horas eu realmente me decepciono com o público brasileiro – e aqui incluo os críticos, que saíram da sessão de imprensa dizendo que não entenderam nada.

1 – Mandando Bala (Shoot ‘Em Up – EUA – 2007)

Se eu fizesse um Testosterona Total, ele muito provavelmente seria bem parecido com Mandando Bala. De longe o filme mais divertido e engraçado do ano – é ação e humor do começo ao fim e talvez seja o filme de ação mais exagerado da história do cinema. O negócio é tão nonsense que é praticamente um filme de ação feito pelo Monty Python. E a influência da estética dos games não se limita ao título original. Mandando Bala é praticamente um jogo de videogame filmado, bem semelhante a shoot ‘em ups como Contra. O engraçado é que o cara que estava ao meu lado na sessão parecia realmente incomodado com o exagero, gritando coisas como “o cara matou meio mundo” e “ah, eu vou embora”. Tem gente que realmente não sabe se divertir! E fala sério, existe algo mais catártico do que mandar ver na Monica Bellucci enquanto detona um bando de capangas contratados? Hum… mandar ver na Monica Bellucci… *-*

Menção Horrorosa – o pior do ano: Perfume: A História de um Assassino (Perfume: The Story of a Murderer – Alemanha/França/Espanha – 2006)

Foi difícil escolher qual seria o pior filme do ano. Concorrendo com Perfume, estava Licença Para Casar, bem parecido com a minha escolha para pior do ano passado. Só que este último é daqueles filmes de um gênero que você imagina serem ruins. Já Perfume é baseado num livro que dizem ser bom, tem a mulher mais linda que eu já vi (a Evan Rachel Wood, que anda mandando ver no lucky bastard Marilyn Manson) e ainda tem várias outras ruivas peladas. E, poxa, um filme com várias ruivas peladas deveria ser legal, né? Pois é, mas nem isso é capaz de salvar Perfume do seu final fora de contexto e de um absurdo mau gosto. No final das contas, acabei optando por presentear este com o prêmio, pois Licença Para Casar, embora seja uma porcaria, não me fez ficar com vontade de gritar na cara do funcionário que abre a porta. E, quando um filme causa esse tipo de reação na gente, com certeza é um sinal de que ele merece ser eleito como o pior do ano, não acha?

D&D – Decepção Delfiana: Homem-Aranha 3 (Spider-Man 3 – EUA – 2007)

Acho que nem preciso falar muito nesse caso. Pô, é um filme do Homem-Aranha, continuação dos dois melhores filmes de heróis da história, e ainda tem o Venom. Ainda assim, o roteiro deixa muito a desejar, sem falar, é claro, dos efeitos especiais, que sempre foram um problema na franquia. Não acho ele uma porcaria. Pelo contrário, eu gosto dele. Mas ainda assim, foi a maior discrepância expectativas/realidade do ano.

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