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Ah, filmes nada! Aqueles que ganharam tal denominação delfiana por serem… Quer saber? A essa altura você já deve saber muito bem qual é a definição de filme nada, então não vou ficar me repetindo, afinal, quem é que gosta de enrolação, não é mesmo?
O fato é que toda semana sai sempre alguma lista de melhores filmes, seja lá do que for. Listas de piores também são bem comuns. Mas e quanto a listas daquelas películas que apenas ficaram no meio do caminho? Pois é, que eu saiba, não existem. Ou, ao menos, nunca me deparei com uma. Então, em mais uma atitude pioneira que só o DELFOS poderia oferecer, trago-lhes o Top 5: Filmes nada para preencher essa lacuna.
Selecionei os cinco filmes nada que mais me marcaram (é, eu sei, isso é uma contradição) por algum motivo ou por outro que será explicado no tópico do determinado dito cujo. No entanto, como esses filmes são esquecíveis por natureza e, como já dito antes, não há nenhuma lista de referência que ajude a refrescar a memória, decidi limitar os candidatos a produções surgidas a partir do momento (e após) em que essa definição estreou aqui no site. E você notará também que todos ocupam o posto de número três. É simplesmente porque ficar na média é o lugar deles por direito, nada mais. Entendido? Então, aos medíocres!
3 – Aprendendo a Mentir (Liegen Lerner/Learning to Lie – Alemanha – 2003)
Que filme é esse: É um drama com toques cômicos, ou comédia com traços dramáticos, sobre um mano que embucha uma mina e fica tão noiado (desculpe, estava ouvindo Rap quando escrevi isso) que repassa em flashback todos os seus antigos relacionamentos. A suposta graça da película seria ele tirar alguma lição dos erros do passado e decidir se assume o pimpolho ou não.
Por que é nada: Não é dramático o suficiente e nem cômico o bastante. O protagonista não é carismático para você simpatizar com ele e tampouco é antipático para você querer que ele se dane. Ou seja, coluna do meio total.
Por que está aqui: Pelo valor histórico. Foi na resenha desse filme que surgiu o termo “filme nada”. É lá que está sua designação. E, portanto, foi o primeiro de muitos filmes nada que se seguiram na trajetória delfiana.
3 – Três Vidas e Um Destino (Head in the Clouds – EUA/Reino Unido/Espanha/Canadá – 2004)
Que filme é esse: Um romance sem sal, com cara de épico, que conta uma história de amor entre um caboclo e uma cabocla que se estende por décadas, permeada por uma baciada de clichês do gênero e por reconstituições de época bonitonas, como manda a cartilha.
Por que é nada: Os protagonistas parecem mais irmãos que amantes. É cheio de clichês, mas não chega a irritar. Os coadjuvantes seguram as pontas quando o romance central começa a ficar chato e a bela reconstituição de época contrabalança o argumento meia-boca.
Por que está aqui: Porque até eu revisitar meus arquivos na pesquisa para essa matéria, nem mesmo me lembrava de ter escrito essa resenha, quanto mais ter assistido ao filme! Isso é ser filme nada por definição, baby!
3 – Família Rodante (Familia Rodante – Argentina – 2004)
Que filme é esse: Uma muchacha de 84 anos é convidada para ser madrinha de casamento da sobrinha em uma cidade que fica lá no popular fiofó do mundo. Ela reúne toda a família, enfia todo mundo dentro de um trailer e, juntos, partem para o casório. É um road movie onde as relações familiares são exploradas de modo genérico.
Por que é nada: É bonitinho, mas tinha potencial para ser bem melhor. Os personagens são interessantes, mas não são explorados como deveriam. Dá para se identificar com os conflitos, mas eles são tratados meio à distância, superficialmente.
Por que está aqui: Foi o primeiro filme nada argentino que vi. Como grande admirador da produção cinematográfica dos hermanos, foi uma pequena decepção – embora tenha me entretido durante a projeção – porque antes desse só tinha visto bons filmes saídos da terra natal do Corrales (ih, entreguei!) (Nota do Corrales: Na verdade é a terra natal do meu pai. Eu nasci por aqui mesmo). Após ele, infelizmente assisti mais alguns outros filmes nada argentinos. Então, também pode ser considerado um marco.
3 – Pergunte ao Pó (Ask the Dust – EUA – 2006)
Que filme é esse: Baseado no clássico livro de John Fante, é meio drama, meio romance, meio coisa nenhuma. Um escritor chega à cidade grande querendo escrever o livro mais tremendão de todos os tempos. Ao invés disso, gasta o resto da projeção enrolando e dando uns pegas na Salma Hayek (o que é bem compreensível).
Por que é nada: Como já disse, o caboclo passa uma quantidade enorme de tempo coçando. O romance com a Salma também não é nada caliente, embora no começo até pareça que vá render alguma coisa. Outro filme de época com excelente reconstituição na parte técnica.
Por que está aqui: Esse pode servir como um representante do tipo que mais infesta os cinemas atualmente. Aquele que é tão nada que se contenta a usar a mesma trama ao infinito e além. Sério, acho que já vi mais de cinquenta filmes com a história similar a esse, transportando-se a trama para os dias atuais, com os mesmos truques de roteiro, personagens com o mesmo jeitão e por aí vai. Tão genérico que devia vir já rotulado como tal, igual remédio.
3 – Antes Só do que Mal Casado (The Heartbreak Kid – EUA – 2007)
Que filme é esse: Uma comédia dos irmãos Farrelly, que um dia estiveram no topo do mundo e atualmente tentam fazer comédias, mas só saem filmes nada. Em suma, o Ben Stiller casa com uma mulher que é maluca (apesar de ser a Malin Akerman, a Espectral de Watchmen – O Filme) e durante a lua-de-mel conhece uma tetéia que é tudo que ele sempre quis. A partir daí, o resto do filme é ele tentando fazer o famoso upgrade.
Por que é nada: Piadas já usadas, mas que ainda funcionam. Os Farrelly copiam até coisas de seus filmes anteriores, mas também funciona na maioria das vezes. Situações previsíveis, mas com alguns absurdos misturados que servem para prender a atenção.
Por que está aqui: Apesar de já ter dois anos, eu só o assisti recentemente na tevê, e que eu me lembre, até o momento do fechamento desse texto, este foi o último filme nada que vi. Lembro-me que não me empolgou nem por um segundo, mas também não me fez querer mudar de canal. Ou seja, o equilíbrio perfeito.
E quanto a você? Queremos saber quais os seus cinco filmes mais nada de todos os tempos. Se você conseguir lembrar deles, compartilhe com a gente no nosso espaço de comentários. Com certeza vamos esquecer deles assim que acabarmos de ler seu comentário. Até.