Superman – O Homem de Aço

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Resenha do filme – Você vai acreditar que um homem pode voar. De novo.
Mutantes X Alienígenas: O Confronto Final – Bryan Singer vs. Brett Ratner. DC vs. Marvel. Cyrino vs. Corrales. Fight!
Resenha de Superman: Entre a Foice e o Martelo – E se o Super-Homem tivesse nascido na União Soviética?
Resenha de Superman: O Legado das Estrelas – Uma nova garibada nas origens do azulão.
O Último Vôo do Super-Homem – Uma homenagem delfiana a Christopher Reeve
As Aventuras de Jerry Seinfeld e Super-Homem – Um encontro inusitado, mas divertido.

Olhe lá no céu! É um pássaro? É um avião? Não, é o Super-Homem (agora, por razões que eu desconheço, chamado de Superman também no Brasil). O mais poderoso dos super-heróis, aquele que desencadeou toda a onda de quadrinhos de vigilantes com poderes e um verdadeiro ícone da Cultura Pop, famoso no mundo inteiro. Com todas essas características, já era de se esperar que mais cedo ou mais tarde ele apareceria dentre os nossos Tremendões. Então, aí vai um precioso relato da história do azulão, afinal ele merece.

Essa história começa bem longe da Terra, no planeta Krypton, mundo bem mais avançado que o nosso e banhado por um Sol vermelho. O cientista Jor-El descobrira que o planeta estava nas últimas, mas os governantes do local não deram a menor bola para os avisos dele. Desesperado, Jor-El e sua esposa Lara colocaram seu filho recém-nascido, o pequeno Kal-El, num foguete e o enviaram para um planetinha de outra galáxia chamado Terra.

O foguete partiu momentos antes da explosão de Krypton. E depois de uma longa viagem, a nave caiu nos arredores da pequena Smallville (antes conhecida no Brasil como Pequenópolis), que durante muito tempo nunca foi revelada onde se situava, mas hoje sabemos que é no estado do Kansas. Encontrado por Jonathan e Martha Kent, um simpático casal de fazendeiros locais, a criança espacial foi adotada por eles, e os vestígios de sua origem extraterrestre foram acobertados, para evitar que o rebento caísse nas mãos de cientistas inescrupulosos.

Jonathan e Martha batizaram o filho adotado com o nome de Clark Kent e o criaram como uma pessoa simples, do interior, ensinando-lhe sobre tudo o que é certo e justo, passando-lhe valiosas lições sobre moral.

À medida que crescia, o jovem Clark passou a desenvolver poderes fantásticos, como uma força descomunal, invulnerabilidade, supervelocidade, visão de calor, visão de raios X, e muitos outros poderes. E mais: descobriu que podia voar. Seus dons incomuns são explicados graças ao Sol amarelo da Terra. Sua fisiologia kryptoniana armazena a energia de nosso Sol e lhe confere suas fantásticas habilidades. Assim, podemos dizer que o Superman nada mais é que uma enorme pilha recarregável. No entanto, para não chamar atenção indevida, sempre escondeu suas habilidades.

Em Smallville havia duas pessoas que seriam muito importantes para a mitologia do herói, Lana Lang, seu primeiro grande amor, e Pete Ross, seu melhor amigo. Quando Clark decidiu sair de Smallville, o romance com Lana acabou, mas ela nunca o esqueceu completamente. Ela se casou com Pete, teve um filho com ele, e o batizou de Clark. Já Pete virou vice-presidente dos EUA e recentemente assumiu a identidade de Ruína, passando a atacar o Superman, por motivos ainda não esclarecidos.

Depois que saiu de Smallville, Clark viajou ao redor do mundo para melhor conhecer seu planeta adotivo. Esse período costuma ser muito citado, e até mostrado em flashbacks de vez em quando, mas nunca foi totalmente explorado.

Após suas andanças pelo globo, Clark decidiu que era hora de empregar suas fantásticas habilidades em prol da humanidade, mas não queria perder o sossego de uma vida comum. Por isso, optou por uma identidade secreta. Como Clark Kent, passou a usar óculos e a agir de forma desajeitada para que ninguém desconfiasse que um indivíduo quatro-olhos, caipira e estabanado era, na verdade, o ser mais poderoso do planeta (sim, é um péssimo disfarce, mas aparentemente funciona!). Ele se estabeleceu na ensolarada Metrópolis, conhecida como a cidade do amanhã e descolou um trampo como repórter no conceituado jornal Planeta Diário, o equivalente no universo DC ao prestigiado The New York Times em nosso mundo real. Lá, fez amigos, como o editor-chefe Perry White e o fotógrafo Jimmy Olsen, além de outras figuras menos conhecidas como Ron Troupe, e também conheceu a mulher de sua vida, a destemida e workaholic jornalista Lois Lane.

Foi paixão à primeira vista, mas Lois nunca deu bola para o atrapalhado Clark. No entanto, quando o Superman se revelou ao mundo, Lois gamou no azulão, sem fazer a menor idéia de que ele na verdade era seu colega de trabalho e estava o tempo todo ao seu lado. Durante anos, muitas histórias giraram em torno de Lois, não conseguindo esconder sua paixão pelo Homem de Aço e desprezando Clark Kent.

E não foi só a atenção de Lois que a primeira aparição do Superman capturou. Lex Luthor, um milionário de intelecto inigualável não foi com a cara do azulão desde o início. Luthor posava de bem-feitor e filantropo e era adorado pelos cidadãos de Metrópolis, que desconheciam seu lado verdadeiro, um homem cruel, corrupto e inescrupuloso, com uma sede por poder que desconhece limites. Com o Superman roubando as atenções, o enorme ego de Lex foi ferido e, além disso, passou a ver no herói uma ameaça constante às suas tramóias. Estava declarada a guerra contra o alienígena e Superman havia ganhado seu arquiinimigo, embora a série O Legado das Estrelas (cuja resenha você encontra em algum lugar deste especial) estabeleça que Clark e Lex se conheceram na adolescência.

Aliás, Luthor é até hoje o único vilão bacana do Superman. Sua galeria de inimigos até conta com nomes interessantes ,como Brainiac e o Sr. Mxyzptlk, mas a maioria de seus rivais é bem chinfrim.

Mas como um reles humano pode ser páreo para o ser mais poderoso do mundo? Simples, Luthor é um gênio, e ao longo dos anos armou inúmeros esquemas complexos para destruir o Homem de Aço. Claro, todos foram frustrados, mas nosso herói teve muita dor de cabeça. E se tudo mais falhasse, sempre havia a kryptonita, pedaços de Krypton que foram irradiados pela explosão que destruiu o planeta e vieram cair na Terra no rastro do foguete de Kal-El. Esses meteoritos enfraquecem o Super-Homem e, se a exposição for prolongada, podem até matá-lo. Depois, com a reformulação de John Byrne, ficou estabelecido que o azulão também era vulnerável a magia.

Luthor pode nunca ter conseguido vencer o Super, mas conseguiu impor ao menos uma grande humilhação ao campeão de Metrópolis quando, inacreditavelmente, conseguiu ser eleito presidente dos EUA. Nesse período, ele era intocável e o Super tinha de se dirigir a ele por “Sr. presidente”. Isso deve ter doído. Posteriormente, o azulão, com a ajuda de um certo Cavaleiro das Trevas, conseguiu derrubá-lo do poder.

E eis que Superman teve que encarar a única coisa que capaz de vencê-lo: as baixas vendas de seus títulos nos EUA. Com o herói cada vez menos popular, a DC armou uma tremenda jogada de marketing e anunciou que mataria o personagem. Bem, grande coisa. Nos quadrinhos o que há de gente que morre e ressuscita não é brincadeira. Mas quando os leigos ficaram sabendo da morte do Super, o burburinho cresceu e foi anunciado até no Jornal Nacional!

O carrasco do Superman foi uma criatura chamada Apocalypse, um monstro feito de pouca inteligência e muita força (mais tarde foi revelado que sua origem era kryptoniana). Numa saga muito da sem vergonha, Apocalypse surge do nada, começa a provocar o caos, espanca a Liga da Justiça e, a partir daí, ele e o Super se engalfinham até chegarem em Metrópolis, onde o Superman finalmente vence, mas cai morto logo em seguida.

A estratégia deu resultado, e as vendas aumentaram, além de render até games para os consoles da época (os consoles eram o Mega Drive e o Super NES e o jogo chama Death and Return of Superman). E claro, o herói retornou do mundo dos mortos meses depois (afinal, quem é louco de matar um símbolo dessa magnitude?), numa série de histórias que eu considero algumas das melhores que o azulão já teve. Além de introduzir dois personagens bacanas que estão aí até hoje (Superboy e Aço) e dar o pontapé inicial na loucura de Hal Jordan.

Depois de seu retorno triunfal, Clark, que já havia revelado sua identidade para Lois, a pede em casamento, e eles atam os nós na edição especial O Casamento do Super-Homem.

Mas a alegria não durou muito, e uma péssima decisão editorial resolveu mudar os poderes do herói. Sim, com uma trama muito mal explicada, Superman virou um ser de energia e seus poderes passaram a ser baseados em energia elétrica. Você acabou de vomitar um pouquinho? Normal, mas prepare o balde, porque não bastando isso, ainda chegaram ao cúmulo de dividi-lo em duas entidades distintas, um Superman azul e um vermelho. Arrrgghhhh. Com os fãs caindo matando, a besteira foi desfeita rapidinho, e essa foi a última grande sacanagem aprontada com Kal-El. A partir daí, suas histórias se mantiveram num nível que varia do ruim ao apenas satisfatório, com algumas poucas exceções.

Torço para que Superman – O Retorno e o interesse que ele irá gerar pelo personagem, façam com que os roteiristas consigam melhorar o nível das histórias, pois o herói mais famoso do mundo merece aventuras à sua altura.

Momento mais tremendão: Seu retorno do mundo dos mortos foi não apenas um grande momento, como as histórias que se seguiram foram ótimas.

Momento quase tremendão: Recentemente, numa história publicada em Superman # 8 (Panini) ele extirpa a parte do cérebro de Manchester Black que lhe confere poderes, usando sua visão de calor, como uma microlobotomia. Quem disse que o Super é um escoteiro bonzinho? Bom, infelizmente ele admitiu logo depois que causou apenas uma concussão no meliante, e os poderes dele voltariam com o tempo. Pena, ele ia subir vários pontos no meu conceito se tivesse mesmo feito aquilo.

Momento menos tremendão: O Superman de energia foi um fiasco, superado apenas pelo terrível momento em que decidiram que um Super elétrico era pouco e o dividiram em dois. Que horror.

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