“Uau! Você lutou nas Guerras Clônicas?” disse um estupefato Luke Skywalker para seu tio, logo no início do classiquíssimo (palavra que acabei de inventar. Legal, né?) Star Wars Episódio 4: Uma Nova Esperança. Desde aquela época, no longínquo ano de 1977, quando eu ainda nem tinha começado a ser produzido, os nerds já se perguntavam: “Guerras Clônicas… Puxa… Como será que foi isso?”
Bom, 26 anos depois, finalmente temos a chance de assistir às famosas e lendárias Guerras Clônicas, não na forma de filme, como sempre imaginamos, mas em doses homeopáticas de um desenho exibido pelo canal Cartoon Network. E essa série foi uma decepção atrás da outra.
A primeira delas ocorreu logo que as primeiras fotos foram divulgadas. O estilo do desenho, semelhante a Samurai Jack definitivamente, não me agradou. Logo em seguida veio na forma de exibição escolhida. Dividida em 20 capítulos com uma média de 3 minutos cada um, o canal decidiu apresentar o desenho de segunda à sexta às 17 horas, com reprises no final de semana. “Ah, então vou assistir no final de semana, já que eles devem passar todos os capítulos um depois do outro.” pensei, em minha eterna inocência. Mas o Cartoon optou por exibí-los no início de cada hora. Ou seja, às 14 horas tem os primeiros 3 minutos, às 15 os próximos 3 minutos e assim vai. Será que eles esperavam que as pessoas abandonassem seus finais de semana para ficarem parados assistindo à sua programação o dia inteiro? Uma atitude deprimente mas, como bom nerd que sou, tinha que dar um jeito de assistí-los.
Apesar das decepções iniciais, admito que minhas expectativas para a série eram altas afinal, todos os veículos de comunicação estavam dizendo que esse desenho era o máximo e aquele tradicional blá-blá-blá que todos conhecemos. Adivinha só: não era. Aliás, o que eu esperava? A série visava mostrar as GUERRAS Clônicas. O motivo para a guerra e tudo que a envolveu já haviam sido mostrados no Star Wars Episódio II – O Ataque dos Clones. E o que sobra em uma guerra além dos motivos? Porrada. E é só isso que vemos no desenho: lutas de sabres para lá e robôs explodindo para cá, tudo intercalado com alguns tiroteios no espaço e nada mais.
Para falar a verdade, quase todos os capítulos seguem a mesma fórmula: começa com um pequeno diálogo (pequeno mesmo, dificilmente passa dos 30 segundos) seguido da cena de ação, que dura até o final. Todos os capítulos são centrados em um dos personagens principais. E aí temos um (ou mais) dedicado ao Mace Windu, outro à Padmé, outro ao Anakin, outro ao Yoda e assim por diante.
A tão alardeada proximidade de Anakin ao lado negro é bem menos óbvia do que foi em Ataque dos Clones e o único momento realmente emocionante de sua atração pelo mal é quando, em uma de suas cenas de luta, ele usa um sabre vermelho (quem acompanha os filmes sabe que os sabres vermelhos são exclusivos do lado negro).
Outro personagem que foi bastante divulgado foi o vilão Lord Grievous, que será a principal dor de cabeça dos jedis no Episódio III. Admito, o capítulo 20, no qual ele aparece é realmente o melhor da série (e também o mais longo, com 8 minutos de duração). Embora seja, assim como os outros, um capítulo que privilegia a ação, ela é, aqui, muito mais emocionante. Lord Grievous é imenso e deve ficar realmente impressionante em sua versão CG no Episódio III. Além da aparência assustadora, o cara chega a lutar no desenho empunhando três sabres ao mesmo tempo, ou seja, se você já delirou com a luta entre Darth Maul, Obi-Wan e Anakin em A Ameaça Fantasma, as lutas de Grievous no Episódio III prometem.
Infelizmente, jogos de videogame como a série Jedi Knight acrescentaram bem mais ao universo de Star Wars e o capítulo com Lord Grievous não é bom a ponto de fazer o expectador querer assistir à série inteira. Para ser sincero, não perca o seu tempo com Clone Wars a não ser que você, como eu, esteja super ansioso pelo Episódio III, que só estréia daqui a um ano. Nesse caso, assista, mas não vá com muita sede ao pote, ou corre sério risco de ficar muito decepcionado.