O quê, você não sabe o que é Tatooine? Evil monkey para você, delfonauta infiel! Mas só porque eu estou bonzinho hoje, vou refrescar a sua memória:
Caso você sofra de amnésia e não tenha sofrido um ataque de nostalgia ao ver o vídeo, esta cena aí é do filme Star Wars Ep. IV – Uma Nova Esperança. Este é Tatooine, o planeta onde Luke Skywalker cresceu, alheio ao fato de que era filho de Darth Vader. Como você deve ter reparado, o belo crepúsculo se torna ainda mais fantástico pela presença de dois “sóis” (o termo correto é “duas estrelas”).
George Lucas imaginou este cenário. Já se sabia da existência de sistemas binários, onde as duas estrelas ficam capturadas nas órbitas umas das outras, em uma dança celestial. Apesar da existência de um planeta em um sistema binário ter uma fundamentação teórica, nós nunca avistamos este fenômeno. Até hoje isso era algo restrito à imaginação de escritores e artistas de ficção científica. Mas isto mudou.
Segundo o Guardian, a sonda espacial Kepler descobriu a existência de um planeta orbitando as estrelas do sistema Kepler-16. O planeta tem mais ou menos o tamanho de Saturno, e é o primeiro planeta já observado em um sistema binário.
Apesar do apelido carinhoso de Tatooine, é bem improvável que haja um pequeno Luke Skywalker observando o pôr dos “sóis” por lá. Kepler-16b (nome oficial do astro) é composto principalmente de rocha e gás, com temperatura na superfície variando ente -70 e -100 graus Celsius. Cada ano no planeta demora 229 dias.
Se tem um ramo da física que é capaz de deixar qualquer pessoa maravilhada é a astronomia. As possibilidades quase infinitas que o universo fornece são, ao mesmo tempo, incríveis e assustadoras.