Tim Burton é um cineasta conhecido principalmente por dois motivos: seu estilo gótico fofo (ou gotifofo, para simplificar) e por enfiar a sua esposa Helena Bonham Carter e o Johnny Depp em praticamente todos os seus filmes. Sombras da Noite continua ambas as tradições.
Baseado em uma série de TV da qual eu nunca ouvi falar, Sombras da Noite traz Johnny Depp como Barnabas Collins, um vampiro que foi enterrado vivo dois séculos atrás. Ele consegue se libertar apenas nos anos 70, e encontra sua família, outrora muito rica, em decadência. Para piorar, o mundo está cheio de hippies, rock’n’roll e Alice Cooper. Obviamente, ele vai tentar recuperar a antiga glória de sua linhagem e aprontar altas confusões enquanto tenta entender e se adaptar à época em que acordou.
Você já viu essas histórias de “estranho no ninho”. Até o filme do Thor flertou com o gênero. Aqui não tem nenhuma novidade, e todas as piadas são mais bonitinhas do que propriamente engraçadas.
Mantendo a tradição Tim Burton, no entanto, o visual é esplendoroso. O filme é extremamente colorido e vibrante, os figurinos e a maquiagem são espalhafatosos e tem vários planos em que é simplesmente difícil não exclamar um “uau”. Todo filme deveria ser bonito como Sombras da Noite, então assista em um cinema legal, com uma tela grandona.
Aos delfonautas roqueiros, o Alice Cooper faz uma participação especial aqui e, embora ele apenas toque, e não tenha falas, suas expressões faciais respondem pelos momentos mais engraçados do filme. E a confusão que Barnabas faz pelo cantor ter nome de mulher, apesar de serem piadas óbvias, também são simpáticas.
Sombras da Noite é um típico filme do Tim Burton. Bonitão, divertido, gotifofo e com o Johnny Depp no papel principal. Porém, assim como seus filmes mais recentes, só deve empolgar mesmo seus fãs mais ardorosos. É inegável que o cara está criativamente estagnado. Eu, particularmente, gosto do estilo dele, mas gostaria de vê-lo saindo mais de sua zona de conforto. Escalar outro ator de vez em quando já ajudaria bastante.
