Sete Homens e Um Destino é o remake do filme de mesmo nome de 1960, este considerado um dos grandes clássicos do gênero western. O qual, por sua vez, já era uma refilmagem ocidentalizada de Os Sete Samurais (1954), de Akira Kurosawa.
Mais uma prova de que quando falta criatividade em Hollywood, eles não se furtam a revisitar algo até dizer chega. Contudo, esta nova produção, que aporta agora aos nossos cinemas, embora não vá marcar época, ainda é bem legal. Gostei muito mais do filme do que esperava.
A história é a seguinte. Um rico e malvado empresário (Peter Sarsgaard) está forçando o povo de uma cidadezinha a deixar suas terras. Eles então fazem uma vaquinha para contratar alguns pistoleiros para lutarem por eles. Sam Chisolm (Denzel Washington) aceita a proposta e reúne mais seis cabras rápidos no gatilho para derrotarem o exército particular do ricaço e matar o mentecapto.
O diretor Antoine Fuqua realiza um faroeste clássico, que não quer reinventar a roda e nem mesmo surpreender. É um exemplar bem básico do gênero, mas é um arroz com feijão muito bem feito, utilizando-se de enquadramentos consagrados do estilo, aproveitando-se bem das paisagens áridas, bem como de outros elementos e personagens já testados e comprovados.
Se falta originalidade, ao menos sobra em eficiência. Mesmo não tendo nada de novo, ele funciona muito bem e capricha na ação. Aliás, ele é praticamente um Testosterona Total no velho oeste. E é engraçado eu dizer isso sendo que o filme possui basicamente apenas duas sequências de ação, uma quando o grupo chega à cidadezinha para dar seu recado e a grande batalha final.
E bota grande nisso, visto que essa última luta dura bastante tempo. Fazia tempo que eu não via uma batalha cinematográfica tão longa. Eu não fiquei olhando para o relógio, mas me deu a sensação de que ela deve durar, no mínimo, uns 30 minutos ininterruptos, se não mais.
E ela tem tudo que gostamos, com tiroteios e explosões a rodo. Se já houvesse helicópteros nessa época, pode acreditar que alguns seriam utilizados e, claro, explodiriam. O resto do tempo é usado no recrutamento e apresentação de cada um dos sete pistoleiros e na preparação para o grande confronto.
Mesmo tendo muita e boa ação, algumas coisinhas deixaram um pouco a desejar. Tipo, há dois personagens, cada um de um lado, que você sabe de cara que vão acabar se enfrentando. Quando o momento finalmente chega, ao invés de um embate épico, tudo acaba rápido demais, após apenas alguns golpes. Baita ducha de água fria e oportunidade desperdiçada.
O personagem do Byung-hun Lee, sem dúvida o mais tremendão dos sete, também acaba menos aproveitado do que poderia, visto que ele poderia render muito mais momentos hell yeah! do que acabou gerando. Já o Chris Pratt, novamente no papel do engraçadinho, acaba meio deslocado do contexto da película. Ainda assim, no saldo geral, o quesito ação está muito bem servido.
Recapitulando: o longa é tecnicamente impecável, revisita temas básicos e consagrados dos faroestes sem grandes pretensões, possui uma gigantesca e muito bem orquestrada cena de batalha, ainda que desperdice algumas oportunidades. Para mim essa combinação resultou num filme acima das minhas expectativas, pura diversão ao estilo “desligue o cérebro e aproveite uma matinê”. Se você se identificou com isso, pode comprar o ingresso sem medo.