Benditas cabines no mesmo dia. Digo isso porque o Corrales estava louco para ver este Seres Rastejantes, mas no dia da cabine em questão, também rolaria uma sessão para a imprensa do segundo filme de um certo gato gordo e comedor de lasanha. Então, lá se foi o Corrales conferir Garfield 2, enquanto eu fui feliz da vida assistir a Seres Rastejantes.
E realmente dei sorte, o filme é um autêntico “terrir”, a famigerada mistura entre terror e comédia que muitos tentam realizar, mas poucos realmente conseguem um bom resultado (como este aqui). Seres Rastejantes é diversão – e nojeira – garantida. E muito disso se deve à sua total despretensão. Pra se ter uma idéia, a obra não é nenhum primor de originalidade, mas recicla muito bem elementos batidos numa história dinâmica e cheia de gracinhas.
Sente só a trama, que não é nem um pouco original, mas funciona que é uma beleza: um meteoro cai numa cidadezinha caipira dos EUA. Nele vem um carona, um organismo parasita que se instala num figurão do lugar, Grant Grant (não, isso não é um erro de digitação, o nome do cara é igual ao sobrenome! Tipo o Mario da Nintendo, manja?), interpretado pelo bom Michael Rooker. Grant acha uma moça, engravida-a por meios pouco ortodoxos, e ela dá à luz uma ninhada dos tais seres rastejantes do título, criaturas semelhantes a lesmas que tomam o controle das pessoas entrando por suas bocas.
Agora, só quem pode deter essa infestação maldita é o delegado figura da cidade (Nathan Fillion, o Malcolm Reynolds de Serenity – A Luta Pelo Amanhã, em atuação extremamente divertida), a esposa de Grant e uma garota que quase foi infectada, numa cena hilariantemente nojenta.
A produção, sem vergonha de se assumir como trash conta com excelentes efeitos especiais – algo um tanto incomum para uma produção modesta – e de maquiagem (a criatura em que Grant Grant se transforma é horrenda… no bom sentido), mortes muito bacanas (e exageradas, bem como o estilo exige), um roteiro esperto, com ótimas falas e onde todos os personagens falam um fuck a cada três palavras comuns.
E o melhor, as pessoas possuídas pelas lesmas ficam praticamente como zumbis, todas desengonçadas. Mas ao invés de falarem “miolos”, elas dizem “Starla” (o nome da esposa de Grant) sem parar. E qualquer filme que tenha zumbis ou criaturas semelhantes já merece um mínimo de atenção.
Preciso destacar também a cena onde o grande plano do delegado para destruir a criatura mestre é frustrada. É de rachar de rir. Fora o fato de ser totalmente inesperada. Essa merece uma estrelinha dourada no boletim.
No mais, fica o aviso de sempre para esse tipo de filme: se você tem estômago sensível, esteja notificado para ir preparado. Sim, há muitas nojeiras, mas todas elas são legais. Tripas e gosmas extraterrestres são apenas algumas amostras do que você encontrará nesse filme. Ah, e dificilmente você olhará para qualquer tipo de carne com os mesmos olhos novamente. Não que isso tenha me atrapalhado. Quando voltei pra casa, matei um bifão no almoço. Fazer o quê? Mortes e zumbis espaciais me dão fome!
Se você, como eu, gosta dessas coisas, bem como se divertir muito com uma película cujo único propósito é causar risadas e caretas de nojo, então esse Seres Rastejantes é uma das melhores opções a aportar em nossos cinemas em muito tempo. Já está mais que recomendado. Agora corra para o cinema.