Leia também:
– A entrevista anterior com Dirk Sauer.
– A resenha do CD Superheroes
Acho que vou estabelecer um padrão para minhas resenhas. Antes de começar a escrevê-las, eu farei algumas afirmações que ajudarão o delfonauta a entender o resto do texto. Vamos começar, então?
Primeiro: Eu não gosto de Metal Melódico, mas achava o Edguy uma banda legalzinha, já que eles vinham se enveredando cada vez mais pelo lado do Hard Rock, estilo que curto.
Segundo: Tudo indicava que este novo disco seria mais puxado para o Hard Rock do que para o melódico.
Pergunte às pessoas que gostaram do último disco do Edguy, Hellfire Club, qual a faixa preferida delas, e pelo menos 90% responderão que foi Lavatory Love Machine. É, a faixa era realmente muito legal. Não fiquei muito surpreso quando o nanico dono da banda, Tobias Sammet, falou que o novo disco seria puxadão para o Hard Rock, e gostei bastante de saber disso. Bom, antes fosse. Senhoras e senhores, eis aqui um típico caso do “mais do mesmo”, fato que muito me decepcionou.
O CD promo que o DELFOS recebeu para a resenha é especialmente irritante, pois uma vez a cada intervalo médio de dois minutos, uma agradável voz diz “You are listening to the new Edguy album, Rocket Ride” (Nota do Corrales: normalmente os promos têm essa voz) (Nota do Guilherme: eu sei, e às vezes colocam “beeps” também. Não sei o que é pior) (Nota do Corrales: Ah, tá, achei que você não sabia). Hahaha, como se isso fosse necessário. Os gritinhos do Tobias não me deixariam esquecer isso. Tá bom, eu sei que a idéia disso é interromper a audição e evitar que alguém disponibilize o disco na Internet, mas até parece que isso vai deixar de acontecer. No final das contas, isso só serve para irritar o sujeito que vai resenhar o disco e até que fez um bom trabalho nesse aspecto. Agora essa frase ficou gravada permanentemente na minha cabeça, e eu acabo usando-a randomicamente no meio de conversas cotidianas para o horror das pessoas que conversam comigo.
Agora um pouco sobre os responsáveis pelo disco: como disse um amigo, a voz do Tobias parece um carro que não consegue pegar de tanto que o dito cujo abusa do vibrato. Eu sou suspeito para falar, pois nunca gostei de vibrato nem em violinos. O cara tem um excelente alcance vocal, e tenta seriamente ser o Michael Kiske do novo milênio, mas o timbre de voz dele está longe de ser tão bonito quanto o do ex-vocalista do Helloween.
Voz do cara à parte, deixe-me falar um pouco sobre a performance do Tobinho no disco: linhas vocais que já ouvimos 62 vezes antes, isso sem contar Avantasias, faixas bônus, regravações, participações especiais e discos ao vivo. Por falar em participações, posso falar mal daquela música Pride, do Shaaaaaman onde o Tobias e Dedé Matos disputam quem grita mais alto? Não? Ah, esqueci que o Corrales gosta! Mal aê, chefe, mas é muita alegria para pouca música.
A melhor parte do disco para mim, de longe, são os guitarristas Jens Ludwig e Dirk Sauer. Os caras são realmente bons e, por mais que vários riffs sejam meia boca, os solos são bem caprichados. O baterista, Felix Bohnke, aprendeu aquele feijão com arroz de Metal Melódico e não evoluiu muito além disso. O baixista Tobias Exxel não deu muita sorte, pois a mixagem não ajudou muito o sujeito a aparecer. De vez em quando, consigo ouvir alguma coisa, mas nada particularmente notável.
Isso me leva a mencionar a mixagem horrorosa, cheia de falhas no som. A produção me lembrou um pouco os discos antigos do Darkthrone. Isso é legal no Black Metal por questões de feeling, trueza e coisa e tal, mas no Melódico só torna chatíssima uma coisa que já era chata. E olha que o disco foi produzido pelo arroz-de-festa Sascha Paeth, o produtor favorito de 9 entre 10 bandas de Metal Melódico (depois que escrevi esse review, ouvi a versão final e a produção está bem melhor que o promo desgracento que recebemos). Não posso deixar de mencionar a arte horrorosa da capa também. Ótima tentativa de piada, caras, mas eu não ri.
Agora, só para variar um pouco, eu queria fazer comentários sobre todas as músicas. Espero não fazer ninguém chorar. Me acompanha?
Sacrifice: boa música, refrão grudento, mas muito longa. Foi a que eu mais escutei do disco, pois várias vezes comecei a tocá-lo e acabei parando por uma razão ou outra (a mais freqüente era a falta de saco). You are reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.
Rocket Ride: parece uma música das Meninas Superpoderosas. Sério, tem um episódio que elas perdem as cores e cantam uma musiquinha que, aos poucos, traz a cor de volta ao mundo. Ah, que meigo. Isso me lembra que o Tobias é da altura de uma Menina Superpoderosa e que quem gosta de Fofo Metal aqui no DELFOS é o Corrales.
Wasted Time: Hum, essa música poderia estar em qualquer outro disco da banda. E aquele papo todo de evolução, coisa e tal? Refrão todo em coro, último verso só Tobias. * bocejo * Acaba em fade out, e eu odeio músicas que acabam em fade out. Antigamente, até rolava (algumas músicas do Black Sabbath acabam assim), mas eu nunca fui muito fã desse tipo de “encerramento”. Desculpem por mencionar Black Sabbath aqui. You are reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.
Matrix: Já fico com má vontade só de ler o nome. Odeio a trilogia de filmes Matrix. Argh, que vocais grudentos. Por favor, alguém me faça uma lobotomia e tire essa música irritante da minha cabeça! Parece Vanessa da Mata! O quê, a música só tem quatro minutos? Parecem vinte. You are reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.
Return To The Tribe: Lá pro meio da música tem uma guitarrinha que parece uma criança chorando. Aliás, acho que é guitarra, pois a produção não me deixa ter certeza. Pode até ser mesmo uma criança chorando.
The Asylum: Baladinha típica do Edguy, coisa e tal, mas até que tem um solinho legal. Ela até fica mais pesada depois, mas para mim continua sendo uma balada. You are reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.
Save Me: O quê, duas baladas seguidas? Isso não se faz. Acordem-me daqui a alguns minutos. Próxima.
Catch Of The Century: Mais uma música feita com a fórmula comprovada Edgay – desculpem, erro de digitação. Nada de especial, mas não é de todo ruim. Pior é que o Tobias Sammet desata a gritar no final. Ainda bem que eu tava ouvindo com fones, pois parece até que ele viu uma barata. Como é que deve ser barata em alemão? Kockeroche?
Out Of Vogue: Eu deveria falar sobre todas as faixas, né? Pior é que eu não tenho nada a dizer sobre essa, mas vamos falar alguma coisa. Sempre que eu tento digitar o nome da banda, escrevo ‘edugy’ sem querer e tenho que corrigir. Isso me incomoda, mas é mais forte do que eu. You are reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.
Superheroes: Dessa eu gosto. Foi a faixa que deu nome ao EP, que eu achei bem bacaninha (talvez porque ele é curto). Tinha que ser a última música do disco, mas nããããão, vamos perturbar mais os ouvidos do Guilherme.
Trinidad: Felizmente eu me enganei, e essa é legal mesmo. Sei lá, lembrou aquele Hard Rock estilo Bon Jovi, e era exatamente o tipo de música que eu esperava neste disco. Tem até uns ‘na na na’ no meio, e é uma música bem despojada. Seria bacana se eles investissem um pouco mais nesse estilo.
Fucking With Fire (Hair Force One): Nome constrangedor, mas a música é bacaninha também. You are reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.
O disco anterior é bem melhor que esse, e o EP também. Se você quiser ouvir o “novo” som do Edguy, fique com o EP. É mais barato, tem uma bruta faixa legal (a Judas At The Opera) e vai consumir menos tempo da sua vida. Leva dois Alfredos, pois eu não quero que mais Alfredos ouçam o disco, coitado. Tem doze músicas e quatro são realmente legais. Se estiver a fim de ouvir essas quatro músicas, é só comprar o disco aqui. Mas depois não venha me encher o saco dizendo que eu não avisei. You just finished reading a review of the new Edguy album, Rocket Ride.