Uma coisa bacana do VR é como ele reviveu alguns gêneros praticamente mortos. Um deles é o on-rails shooter, que fez muito sucesso nos fliperamas na segunda metade dos anos 90, mas que depois sumiram totalmente. Tiger Blade para PS VR2 é um bom exemplo de um jogo que só foi lançado em 2023 por causa deste revival. E ele traz novidades a este gênero que tanto me agrada.
ANÁLISE TIGER BLADE
Tiger Blade combina lutinhas de espada com tiroteios. Os dois tipos de gameplay são relativamente comuns em VR, mas é bacana misturar os dois. Tiger Blade é exatamente o que você espera de um on-rails shooter com espadas, mas é um game que avança no seu tempo.
Em alguns momentos, matar os inimigos faz você avançar. Em outros, o jogo para e você tem um tempo para respirar e olhar ao redor e só avança quando quiser. Isso é bacana, pois você pode atirar nos colecionáveis no seu próprio tempo. Se você já jogou os House of the Dead da vida, sabe que pegar colecionáveis era coisa de reflexo. Agora dá para fazer com calma.
GUN FU
Ao contrário de outros jogos que misturam espadas com armas de fogo, você não pode usar o que quiser contra quem quiser. Tem uma galera que fica de longe e que quer levar pipoco, enquanto os espadachins chegam pertinho e são imunes a balas. Então em geral você luta contra um espadachim por vez, mas contra vários bandidos armados ao mesmo tempo. Pois é, espadas são realmente uma arma elegante de uma época mais civilizada.
A luta de espadas envolve defender os ataques segurando sua espada perpendicular ao ataque, e movendo a mão na hora de atacar. É básico, mas bacana. A forma como eles implementaram o revólver também é excelente. Ao invés de você ficar com uma em cada mão, você troca a espada pelo revólver ao segurar um botão. Largue e voltará para a espada.
PECULIARIDADES DE TIGER BLADE
Tiger Blade é curto, com 10 fases que duram cerca de 10 minutos cada. O bacana é que todas são altamente roteirizadas. Logo na primeira, você pega uma moto e encarna o Road Rash. Em outra, você luta em cima de um trem enquanto desvia fisicamente dos ventiladores do teto (imagem acima).
Uma coisa que incomoda bastante é que o jogo detecta você muito atrás do que deveria. Assim, você não consegue jogar a não ser que dê dois passos para a frente antes de começar. Caso contrário, onde o jogo te coloca, sua espada não alcança nada. Parece o tipo de coisa que deve ser corrigido, mas até o final de 2023, ainda estava neste estado.
ARMINHA DO TIGRE
Outro problema é que os checkpoints começam a ficar longes demais um do outro conforme você avança. Isso deixa o game mais repetitivo do que deveria ser. Tiger Blade ganharia muito com opção de ressuscitar onde morreu, mesmo que com penalidades. Afinal, ele já tem incentivos para jogar sem morrer, pegar colecionáveis e afins, que garantem o replay. A campanha básica, simplesmente chegar ao final, não deveria ser tão difícil.
Este foi meu principal problema com o jogo. Ele começa super bem, sendo rápido e empolgante, mas ao final você fica estressado pensando quanto falta para o próximo checkpoint. Uma coisa boa que estes jogos tinham nos fliperamas era poder simplesmente colocar uma ficha para continuar. Será que o PS5 aceita se eu colocar uma ficha na entrada de disco?