O delfonauta sabe que eu sou um grande paladino da fofura. Não faltam exemplos meus aqui elogiando coisinhas bonitinhas. Pois vou dizer agora que poucas vezes na minha vida fui pego tão de surpresa por algo fofinho quanto com Cat Quest III. Sim, eu sabia que era um jogo adorável, mas não esperava que o mundo fosse assim!
Embora o jogo em si tenha me lembrado bastante Deathspank, este visual do mundo me remeteu diretamente ao overworld de Tiny Tina’s Wonderlands. E você sabe que eu gostaria que aquele fosse mais overworld e menos tiroteio e loot. Pois meu pedido foi atendido com Cat Quest III. Ok, pelo visual você provavelmente vai se lembrar também do remake de Link’s Awakening, mas Cat Quest III puxa bem mais para o RPG.
REVIEW CAT QUEST III
Cat Quest III é um RPG isométrico de mundo aberto. Apesar de isso definir 77,43% dos jogos lançados atualmente, ele conquistou meu coração por ser mais comedido. O mapa aqui não é a Inglaterra inteira. É apenas uma coleção de ilhas relativamente pequenas. Assim, ele nunca chega a enjoar. Na verdade, quando o jogo me avisou que eu estava na reta final, no ponto sem retorno, eu parei, respirei fundo e saí dali para brincar mais no seu mundo. Isso era algo comum quando os mundos abertos eram mais comedidos, mas nesta época de jogos infinitos, é muito raro um jogo terminar enquanto eu ainda gosto dele.
Existe uma história principal, que coloca nosso herói pirata em busca de um tesouro, mas Cat Quest III está fortemente naquele campo de jogos em que a diversão está em explorar, e ver o que você descobre. E, claro, no caminho você descobre muitos tesouros e muitos chefes. Estes, por sua vez, destravam tesouros quando vencidos.
RPG
O lado RPG é o que menos gostei. Este é aquele tipo de jogo em que a exploração é limitada pelo seu nível. Basicamente, algumas áreas e inimigos são impossíveis até seus números serem altos o suficiente. Sim, isso orienta a ordem que você vai jogar, mas sinto que é um jeito preguiçoso de fazer isso, em comparação com, por exemplo, Beyond Good & Evil, cujo mapa vai aumentando conforme você avança na história principal.
O jogo dá uma colher de chá neste aspecto com opções de dificuldade que, basicamente, diminuem o aspecto RPG, embora não o eliminem completamente. Seria legal um jogo que desse opções totais entre “jogo de ação” e “jogo de RPG”, sendo que o primeiro só liberaria seu acesso a desafios que você está pronto para enfrentar. Mas isso no momento é uma utopia gamer. Particularmente, eu acho muito chato ir todo pimpão até uma área nova e descobrir que não posso brincar nela ainda porque o nível dos inimigos é muito alto para eu me defender.
Felizmente, este é meu único problema mais grave com Cat Quest III. De resto, ele foi uma enorme delicinha. Eu também consegui minimizar este incômodo usando todo meu dinheiro para upar o ataque da minha arma principal (e deixando defesa e itens secundários sem upar nada). Assim, a maioria dos inimigos, mesmo os overleveleds, morriam rápido, com poucas chances de me matar. Equipando itens que duplicam ou triplicam cada ataque seu, a força fica ainda mais exagerada, a ponto que o jogo claramente não foi tunado para este tipo de build. Fica a dica.
A MISSÃO DO GATO
Cat Quest III é esteticamente um dos jogos mais impressionantes que já joguei. Apesar de o visual ser um 2D remanescente de Paper Mario, os desenhos são todos muito bonitos. O mundo no estilo de um mapa é extremamente simpático e gostoso de explorar. Por fim, os dungeons são bem simples no quesito exploração, mas têm um visual marcante e uma iluminação impressionante. A música também não fica atrás, com temas pegajosos e cantarolantes.
É possível se surpreender com um jogo que já é a segunda continuação? Cat Quest III prova que sim, pelo menos se, como eu neste caso, você não tiver jogado os anteriores. A história parece totalmente independente dos outros, então dá para começar com este numa boa. E vou dizer, eu gostei tanto de Cat Quest III que agora quero experimentar os dois anteriores. Proponho aqui um brinde para um mundo mais fofinho! Saúde!