Review Broken Sword Reforged: olha, eu tenho gesso

Broken Sword Shadow of the Templars Reforged é um remake do point and click de 1996. Broken Sword era bastante diferente dos adventures clássicos da Lucasarts. Embora o visual e gameplay fossem bem parecidos, a história era mais adulta, com violência leve e referências sexuais. Nada que o elevasse a uma classificação acima de PG-13, mas bem diferente do jeitão inocente e infantil da maioria dos clássicos do gênero.

Talvez o mais importante, no entanto, é que ele criava uma história baseada em eventos históricos, o que tornava tudo mais plausível e interessante. No caso deste, a história envolve os Cavaleiros Templários e a Ordem dos Hashshashin. Sim, são exatamente os dois grupos medievais que inspiraram a frutífera série Assassin’s Creed.

Review Broken Sword Reforged

Este relançamento é um remake parcial. Todo o visual foi redesenhado, e você pode alternar entre o novo e o clássico em um toque de botão. O visual novo tem cara de desenho animado, mas o original é também extremamente bonito. Os pixels e os pontilhados dão um charme com um delicioso gostinho de anos 90. Eu sinceramente não consigo decidir de qual gosto mais. Os dois são simplesmente lindos.

Uma mudança que faz toda a diferença é o sistema de dicas. O jogo pode destacar coisas com que você precisa interagir para progredir com a história, e quando isso não ajuda, dá para pedir dicas mais elaboradas pelo menu, que começam vagas e vão ficando cada vez mais claras. Com isso, ao contrário da maior parte dos adventures hoje em dia, dá para terminar limitando a frustração de empacar, e sem precisar pedir ajuda pra internet. Faz toda a diferença.

A história de Broken Sword

Como todo adventure, Broken Sword é algo que você joga primordialmente pela história. E este pano de fundo Templários X Assassinos é muito interessante. A história começa com um assassinato presenciado pelo turista George. Como todo turista nessa situação, ele abre mão das suas férias para investigar e levar o assassino à justiça. Com isso, acaba arriscando a própria vida e se envolvendo em uma conspiração de mais de mil anos.

E sim, você morre em Broken Sword. Mas não dá para “perder” o jogo. Morrer normalmente te mostra uma animação, e depois é só escolher continuar para voltar imediatamente antes da decisão errada.

Ficou faltando

Broken Sword Reforged é uma excelente modernização de um clássico de um gênero que sempre falo aqui que envelheceu muito mal. Porém, apesar de todo o cuidado com o visual e gameplay, é triste que não tenham dado o mesmo carinho para o som. Broken Sword Reforged usa o mesmo som de antes, e as vozes estão claramente em uma qualidade mais baixa do que seria usado hoje em dia.

Pior que isso, a mixagem surround deixa muito a dever, e por algum motivo colocou todas as vozes nas caixinhas traseiras. É muito estranho conversar com qualquer personagem com todo o diálogo saindo atrás de você.

Espada quebrada

O som é o único problema que encontrei neste excelente relançamento de um adventure clássico. Ainda acho que point and clicks hoje em dia têm um apelo limitado, mesmo para quem, como eu, cresceu jogando estes games. Mas Broken Sword Reforged faz a lição de casa para diminuir muito as inconveniências do gênero, e assim se torna um dos point and clicks clássicos mais gostosos de jogar em 2024. É uma grande conquista.