Como o delfonauta dedicado deve saber, 2010 foi um ano de mudanças no DELFOS. Novos delfianos, novos especiais, e isso consequentemente gera novos Top 5‘s!
Ao invés de termos apenas as boas e velhas listas de “melhores filmes”, desta vez teremos, entre outras, a lista dos “melhores games de 2010”! E pasme, é exatamente esta a lista que você está lendo agora!
Antes de entrarmos no Top 5 propriamente dito, gostaria de relembrar algumas coisas que, logicamente, interferiram em minhas escolhas:
– Eu sou proprietário de um Xbox 360. Logo, eu não joguei com a dedicação necessária praticamente nenhum dos games tremendões lançados exclusivamente para Playstation 3 ou Nintendo Wii, tipo God of War III ou Super Mario Galaxy 2. Por outro lado, 100% desta lista saiu também para Playstation 3, ou seja, se você tem um negão da Sony em casa, pode ter jogado todos eles sem nenhum problema. =)
– Desde já eu aviso: não joguei Red Dead Redemption por inteiro, sequer cheguei à metade dele, e o pouco que eu joguei confesso que não gostei. Quer dizer, não é que eu não gostei, mas não consegui achar este game tão misericordiosamente tremendão como todo mundo diz que ele é. Eu pego, jogo uma horinha e já fico de saco cheio. Ele não consegue prender a minha atenção.
– Ah, e não esqueça que a lista engloba os melhores jogos lançados em 2010! Não adianta vir reclamar de eu não ter colocado Rock n’ Roll Racing na lista só porque você joga ele no emulador ou no celular até hoje!
Bom, agora que estamos entendidos, podemos entrar de cabeça na minha lista. Porém, como nem tudo são flores no mundo dos games, vamos começar pelo lado ruim da bagaça, e mostrar o que houve de ruim em 2010.
MENÇÃO HORROROSA: PRINCE OF PERSIA: THE FORGOTTEN SANDS
Cara, na real este jogo é um misto de decepção delfiana com menção horrorosa. Eu sou fanboy assumido da trilogia Prince of Persia do PS2, e quando soube que a trama deste jogo faria parte do ciclo das Areias do Tempo, tive cumshots involuntários de alegria. Se ele tivesse metade da pintudice do Warrior Within, eu já seria uma pessoa muito mais feliz. Aí o jogo veio e… bem, ele é a “menção horrorosa”, então você já deve ter uma noção de como ele é ruim.
Para começar, a história é ridícula, e mete uma versão sem sal do Prince em uma missão no reino de seu irmão, que a gente sequer sabia que existia, diga-se de passagem. Para piorar, o jogo não te dá a famosa Adaga do Tempo, mas restabelece o poder temporal rewind da maneira mais clichezenta possível: com a ajuda de uma entidade divina.
A jogabilidade – especialmente nos combates – é totalmente medíocre. Se a galera reclama da facilidade dos combates de Assassin’s Creed por conta de seus contra-ataques, o que dizer então de um jogo que é ridículo de tão fácil e sequer te dá a opção de contra-atacar? Aliás, o Prince aqui não tem nem defesa, e tudo o que você pode fazer para se desviar dos ataques inimigos é rolar pateticamente pelo chão.
Outrora ambidestro e cheio de golpes acrobáticos, desta vez o Prince conta apenas com uma espada e uns cinco ou seis ataques sem inspiração nenhuma. Nada mais de ricochetear pelas paredes, desarmar os adversários ou decapitá-los. As habilidades de luta do herói são pífias, e você só não vai apanhar muito por conta da dificuldade praticamente nula do game (que conta apenas com os níveis easy e normal, sendo que o normal é mais fácil que o easy de qualquer jogo que se preza).
De fato, o jogo só é um bom representante da série Prince of Persia por seus momentos de exploração acrobática e parkour. O lance de congelar a água e tal deu uma boa inovada neste quesito, e aqueles momentos em que serras circulares correm pelas paredes, ou enormes lâminas pendulares bloqueiam seu caminho são as únicas coisas que remetem à excelente trilogia old school. Ah, e os gráficos são bem legais, também. E é só isso que há de bom.
O trailer é legal, eu sei, mas não se deixe enganar. O melhor não é nem perguntar quão bom este jogo é, mas quão “menos pior” ele é que o famigerado Prince of Persia “Prodigy”. Na real, se eu pudesse, exigiria meu dinheiro de volta da Ubisoft por estes dois games! =P
D&D – DECEPÇÃO DELFIANA I: SPIDER-MAN: SHATTERED DIMENSIONS
Não me entenda mal, caro delfonauta. O último jogo do Amigão da Vizinhança não é assim tão ruim. Ele é apenas decepcionante. Se você, como eu, é fã do herói e delirou com os trailers que foram divulgados e com o potencial que havia em um título que mistura nada menos do que quatro versões do Cabeça de Teia, certamente também se decepcionou um pouco.
Apesar do belo visual e da jogabilidade sólida (sólida até demais, eu diria), Shattered Dimensions decepciona por ser extremamente repetitivo, o que o torna chato e previsível.
Fala sério, se temos quatro Aranhas, queremos quatro maneiras um pouco diferentes de se jogar, com diferentes desafios para explorar as diferentes virtudes e poderes de cada herói. Infelizmente, não é isso o que acontece, e o jogo nos entrega uma sucessão de fases essencialmente iguais e sem criatividade. Para piorar, a única dimensão que apresenta certa diferença das demais, a noir, nada mais é do que uma cópia mal acabada do excelente esquema de jogo de Batman: Arkham Asylum.
Confira uma prévia abaixo:
O que salva este jogo são seus gráficos incríveis, seu humor afiado tipicamente aracnídeo, e a possibilidade de destravar muitos uniformes diferentes para o herói. De resto, há tempos que o Aranha não ganha um jogo decente, e este infelizmente não é exceção.
D&D – DECEPÇÃO DELFIANA II: SONIC THE HEDGEHOG 4 – EPISODE 1
Este aqui segue a mesma linha da decepção acima. Não é um jogo ruim, mas, como o fanboy de longa data do Sonic que eu sou, fiquei imensamente decepcionado com o jogo. Apesar disso, é fato que este jogo é a melhor coisa que apareceu na vida do ouriço desde o Sonic Adventure, do falecido Dreamcast.
“Mas se ele é bom, porque raios é uma decepção, Pixáiti?”, você me pergunta. Porque ele não é um jogo novo do Sonic, simplesmente por não haver criatividade nenhuma em sua concepção. O título deveria ser Sonic 1 + 2 + 3 + Rush (a ótima série de games para Nintendo DS) = 4, ou algo do tipo, não Sonic 4. Temos aqui coisas copiadas descaradamente de antigos jogos do herói e rearranjadas em um jogo que realmente só é bom porque tudo o que veio antes dele nos últimos anos fede de tão ruim.
CUIDADO! SPOILERS MALVADOS! A primeira fase, Splash Hill é praticamente igual à Green Hill de Sonic 1. Os inimigos são iguais, até o boss, com aquela navezinha e seu enorme globo de discoteca de destruição é igual. A fase Casino Streets, remete à clássica Casino Night. Na sequência, temos uma fase que é virtualmente idêntica à boa e velha Metropolis Zone de Sonic 2. As fases de bônus são idênticas às do Sonic 1 – que já eram chatas lá e continuam chatas aqui – com um cenário móvel e um fundo caleidoscópico psicodélico. Caramba, até o último chefe do jogo é igualzinho ao de Sonic 2! Cadê a criatividade, Sonic Team?
Por fim, o que faz dele uma decepção é a ausência de um sidekick (não há Tails nem Knuckles no jogo) e o maldito formato episódico, feito apenas para a gente gastar mais dinheiro comprando um jogo incompleto e extremamente curto (quatro fases, Sega? Vai ouvir pagode!). Em resumo, este é um bom jogo do Sonic, mas não é um novo jogo do Sonic. Não merece ser chamado de Sonic 4, pois nada mais é do que uma preguiçosa salada de elementos clássicos da série.
Eu sei que um jogo do Sonic em 2D side-scrolling não poderia fugir muito deste estilo básico old school, mas ei, um pouquinho mais de ousadia e criatividade na concepção das fases não faria mal a ninguém, viu, Sega?
Bom, agora que concluímos este momento fanboy revoltado nem tão legal desta lista, podemos ir para o que interessa e embarcar nos…
MELHORES GAMES DE 2010
5 – FINAL FANTASY XIII
Desenvolvedora: SquareEnix
Editora: SquareEnix
Plataformas: Playstation 3 e Xbox 360
Antes de mais nada, sim, eu sei que estou há tempos prometendo uma resenha de Final Fantasy XIII. Acredite, delfonauta, ela vai sair antes do fim do mundo. Sabe como é, nós, os delfianos, temos uma vida fora do DELFOS, um emprego “de gente grande”, uma namorada, uma família, e tudo o mais. Logo, às vezes fica complicado conciliar tudo e arranjar tempo para redigir estes textos mais longos e trabalhosos. Mas, eu te juro que um dia sai. =]
Bom, mas voltando a falar do jogo, o motivo de Final Fantasy XIII aparecer aqui é porque ele é muito bom. É inovador, dinâmico, diferente, veloz e linear, mas ainda assim é muito bom. Os fãs mais tradicionais de RPG certamente crucificam esta linearidade, que deixa o jogo mais com cara de adventure do que de RPG, mas eu sinceramente achei que o novo estilo caiu bem para o objetivo do jogo que é, em essência, contar uma boa história.
O que garante boa parte da pintudice de Final Fantasy XIII – além de sua ótima história, seus personagens cativantes e seus gráficos primorosos – é seu excelente sistema de combate. Sério, meu caro tem muito “jogo de ação” por aí que não apresenta batalhas tão intensas e empolgantes quanto este Final Fantasy! O fato de manter os tradicionais bosses gigantescos só aumenta a diversão!
Na real, apenas três coisas deixam a desejar neste décimo-terceiro capítulo da saga: a primeira é que faltou um vilão odiosamente tremendão, daqueles tipo Kefka ou Sephiroth, que a gente admira e odeia ao mesmo tempo, manja? A segunda são os summons que, sério, estão rídiculos em versões Transformers com aquele velocímetro tosco. A terceira é surpresa, e eu só vou contar na minha resenha. =D
Abaixo, você fica com um trailerzinho deste fantástico – e moderno – RPG:
É, eu sei que a música não combina em nada com o vídeo, mas a SquareEnix adora fazer isso. No mais, fala sério, a Lightning não é linda?
4 – SCOTT PILGRIM VS. THE WORLD
Desenvolvedora: Ubisoft
Editora: Ubisoft
Plataformas: Playstation 3 e Xbox 360
Cara, esse jogo está aqui simplesmente porque ele é a coisa mais divertida de se jogar no multiplayer offline desde, sei lá, a Era de Ouro dos games 16 bits, época que automaticamente remete a clássicos do gênero como Streets of Rage, Golden Axe e Final Fight!
Sério, jogar Scott Pilgrim Vs. The World com algum(ns) amigo(s) é uma das coisas mais divertidas que o mundo dos games nos proporcionou nos últimos tempos. E o melhor de tudo: temos o co-op offline, para chamar os amigos para jogar em casa, bebendo cerveja e dando risada! Nada da impessoalidade do co-op online, onde você sequer sabe quem é que está “do outro lado da linha”.
Outra coisa muito bacana é que este é um jogo que presta homenagem aos bons e velhos games 8 bits. Em tempos onde os imensos mundos tridimensionais e as aventuras épicas dominam o mercado, é bom relembrarmos quão legais eram os bons e velhos jogos 2D side scrollers, onde tudo o que precisamos fazer é seguir para a direita e socar quem aparecer no caminho.
Para completar, o visual do jogo – especialmente dos personagens – é muito fofo, o que permite que até a sua namorada se interesse por uma partidinha, de vez em quando. Se você não deu a sorte de arranjar uma namorada gamer, este jogo é uma excelente maneira de iniciá-la neste mundo. Sem contar que o lance de um jogador poder reviver o outro certamente fará você ganhar uns pontos de cavalheirismo com a patroa! =]
Confira o trailer desta belezinha nostálgica abaixo:
Lembrando que o DELFOS tem resenha de tudo relacionado a Scott Pilgrim: tem resenha da graphic novel, tem também a do filme, e tem ainda a deste game.
3 – BAYONETTA
Desenvolvedora: Platinum Games
Editora: Sega
Plataformas: Playstation 3 e Xbox 360
Eleger as medalhas de bronze, prata e ouro deste Top 5 foi uma tarefa ingrata, meus caros. Isto porque os três jogos são tão bons, que fica difícil ter de deixar um em cada posição. Mas, fazer o quê, temos de levar isso adiante, então vamos lá.
Desde o momento em que foi lançado, Bayonetta surpreendeu o mundo por ser mais do que um simples jogo sexista com uma protagonista gostosona. Muito mais do que isso, Bayonetta é simplesmente o melhor jogo de ação non stop dos últimos anos.
Se a legalzuda série Devil May Cry perdeu fôlego e está passando por um questionável reboot, Bayonetta é uma franquia nova, que bebe de leve na fonte dos demônios chorões (afinal, é do mesmo criador de Devil May Cry), mas cria algo totalmente novo, que transpira juventude, purpurina e glamour.
Em tempos onde os games mais hypados são sequências e/ou reboots de séries consagradas, é ótimo podermos constatar que ainda há criatividade e ousadia na indústria. Frenético, viciante e com uma jogabilidade mais do que excelente, Bayonetta é indispensável na prateleira de qualquer gamer que curta uma pancadaria sem intervalos para respirar ou empurrar caixotes.
Confira abaixo o legalzudo trailer deste neo-clássico:
Eu sei que o LucasViking ainda não me perdoou por eu não ter dado um Selo Delfiano Supremo para este jogo, mas eu permaneço firme na minha opinião. Se quiser saber porque o jogo não levou o Selo, clique aqui e leia nossa resenha.
2 – DEAD RISING 2
Desenvolvedora: Blue Castle Games
Editora: Capcom
Plataformas: Playstation 3 e Xbox 360
Muitos delfonautas que leram a minha resenha deste game não concordaram comigo. E eu entendo o ponto de vista deles, pois a franquia Dead Rising não é de fácil digestão para a maioria dos gamers.
Eu concordo que soltar o jogador em um “mundo aberto” com tempo limitadíssimo é uma p#*@ falta de sacanagem. Ainda mais quando este mundo tem centenas de milhares de zumbis famintos esperando para serem destroçados. Mas, conforme eu disse na resenha delfiana, é esta pressão e este ar de eterna urgência que fazem de Dead Rising 2 um jogo tão legal – e único – dentro do seu estilo.
Se o primeiro game da série apresentava o mesmo problema do tempo contado e já era absurdamente divertido, o novo game, que melhora quase todos os defeitos do anterior, e adiciona a legalzuda e sanguinária combinação de armas, ficou ainda melhor! Isto para não mencionar os novíssimos modos de jogo online, que acrescentam ainda mais diversão à matança!
Minha dica é: jogue este jogo sabendo que ele vai te fazer passar raiva diversas vezes. Porém, o tempo que você passa se divertindo, salvando sobreviventes e partindo zumbis ao meio com uma infindável quantidade de armas, balanceia e compensa muito o stress das partes irritantes. De fato, Dead Rising 2 faz parte daquele seleto grupo de games tipo “ame ou odeie”. Não há meio termo. Eu me encaixo no grupo que ama! o/
Abaixo há um resuminho da ópera:
A resenha delfiana do primeiro game você pode ler aqui. Já para ler a nossa resenha do segundo, basta clicar aqui.
1 – ENSLAVED: ODISSEY TO THE WEST
Desenvolvedora: Ninja Theory
Editora: Namco/Bandai
Plataformas: Playstation 3 e Xbox 360
Este é outro game que ainda não ganhou uma resenha delfiana caprichada, mas em breve ganhará. Enslaved foi, na minha opinião, a melhor surpresa no mercado de games em 2010. Infelizmente, o jogo não foi lá um grande sucesso de vendas, pois foi lançado em uma época deveras ingrata, batendo de frente com o lançamento de blockbusters (leia-se reboots e continuações) como Castlevania: Lords of Shadow, o novo Medal of Honor, e o próprio segundo colocado desta lista.
Enslaved é uma releitura pós-apocalíptica da clássica fábula chinesa Jornada ao Oeste, obra que inspirou o famoso mangá Dragon Ball, entre outras. No lugar do rei macaco, temos Monkey, um aventureiro que leva uma vida nômade e solitária. O monge Triptaka trocou de sexo e virou Trip, uma sagaz sobrevivente (que ia muito bem com bacon) que manja muito de informática e é perita em hackear sistemas.
Colocados “no mesmo barco” de forma inusitada e problemática – Trip escraviza Monkey com uma espécie de tiara cibernética que ela hackeou (daí o título do jogo) – a dupla que inicialmente viajaria unida somente até a casa da moça, acaba se envolvendo em uma treta muito maior, e juntos acabam virando o estopim da liberdade da raça humana, que é escravizada por uma entidade misteriosa em um mundo dominado pelas máquinas.
Além de ser absurdamente lindo – sem dúvida um dos games mais bonitos que eu já joguei – Enslaved tem uma dupla de protagonistas extremamente cativantes, e uma história bem amarrada – que joga a fábula original em um futuro high tech – muito bem escrita pelo roteirista Alex Garland, responsável pelo roteiro do legalzudo filme Extermínio.
O jogo segue um esquema tipicamente aventuresco, com direito a escaladas e saltos acrobáticos oriundos de jogos como Prince of Persia. A jogabilidade é simples e intuitiva, com momentos de plataforma e exploração entremeados por intensos tiroteios, pancadarias e perseguições contra mechs de variados tamanhos.
Confira abaixo o trailer deste fantástico jogo:
Como no caso de Bayonetta, Enslaved não é um jogo perfeito (falo mais dos seus defeitinhos na resenha), mas merece destaque por não ser apenas uma continuação de alguma franquia consagrada, mas um jogo novo, com potencial para – se Amaterasu permitir – tornar-se uma nova e bem sucedida franquia! o/
E é isso, caro delfonauta. Na minha singela opinião, estes foram os melhores e os “piores” games lançados em 2010. Lembre-se que o DELFOS é um site de jornalismo parcial reflexivo, logo, esta lista nada mais é do que a minha opinião, como gamer-jornalista-delfiano.
Se você não concordou com alguma coisa, sentiu que seu jogo favorito foi injustiçado ou quer apenas fazer pipi na minha foto extravasar seu descontentamento para com o jornalista responsável por este texto, o espaço dos comentários ali em baixo foi feito para você! Utilize-o com sabedoria. =]