Feliz 2016, delfonauta! Com o novo ano que entra, chega também o nosso tradicional especial de começo de ano delfiano, onde daremos uma geral nos melhores de 2015 em vários campos. E como de costume, abrimos os trabalhos com nossa lista dos melhores filmes.
2015 foi um ano de boas produções. Contudo, muito poucas verdadeiramente acima da média. Tanto que, embora não tenha sido difícil compilar a lista, também havia poucas opções para brigar por um almejado lugar no Top 5. E diferente de anos anteriores, que contaram com uma seleção mais diversificada, desta vez só entraram grandes filmes hollywoodianos. Fazer o quê? Foi o que de melhor eu vi.
Antes de começarmos, vale relembrar os critérios de seleção: só valem filmes que tenham estreado em nossos cinemas ou chegado ao nosso mercado de home video durante o ano de 2015, não importando que ele tenha sido produzido em anos anteriores. Tudo esclarecido? Então, passemos à lista:
D&D – Decepção Delfiana: MAPAS PARA AS ESTRELAS (Maps to the Stars – Canadá/Alemanha/França/EUA – 2014)
Como grande fã do diretor David Cronenberg, acreditava que este filme tinha bastante potencial, afinal, seria sua crítica ao mundo das celebridades hollywoodianas. Poderia render uma comédia de humor negro ou mesmo um drama denso. Entretanto, o que acabou resultando foi um trabalho frouxo, pouco inspirado, bastante escorado em clichês batidos do mundo dos ricos e famosos. Embora tenha até boas atuações, todo o resto se resume a algo esquecível, que não condiz com o talento do diretor canadense, que já nos apresentou tantos excelentes longas-metragens. Sem dúvida, a minha maior decepção do ano.
Menção Horrorosa – o pior do ano: SUPER VELOZES, MEGA FURIOSOS (Superfast! – EUA – 2015)
Eu sou do tempo em que as comédias estilo paródia eram feitas pelo talentoso trio ZAZ (Daviz Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker) e estreladas pelo tremendão Leslie Nielsen. Infelizmente, nenhum dos quatro deixou herdeiros artísticos e os filmes do gênero produzidos hoje em dia são tão ruins que nem podemos chamar de cinema. Este aqui, que “satiriza” a cinessérie Velozes e Furiosos é daquelas coisas tão ofensivas ao intelecto que você consegue realmente se sentir cada vez mais burro enquanto assiste. Piadas ruins, grosseiras ou meramente requentadas, extrema pobreza técnica e atores péssimos, sem um pingo de carisma ou jeito para a comédia dominam essa desgraça. O mais impressionante é que todo ano continuam a aparecer um monte dessas coisas, o que significa que existe público ávido por esse tipo de filme e eu tremo em posição fetal só de pensar nisso.
Menção Honrosa – ou aquele que perdeu seu lugar na lista com a estreia de Star Wars: PERDIDO EM MARTE (The Martian – EUA/Reino Unido – 2015)
Diferente do Corrales, eu acho Prometheus um lixo que manchou o legado de Alien, por sua vez um de meus filmes favoritos. Quer você discorde de mim ou não, não dá para negar que os filmes mais recentes de Ridley Scott estavam bem longe de seus melhores momentos, sendo no máximo razoáveis. Por isso Perdido em Marte foi a surpresa positiva do ano. Scott investe novamente na ficção científica, porém em outra vertente, com uma obra muito mais leve, descompromissada e divertida, beirando a fanfarronice. E não é que ele se deu muito bem nessa mudança de tom? Prova de que cachorro velho consegue aprender truques novos. Tá, não vai entrar para a história do gênero, mas ainda assim foi uma das mais prazerosas experiências que tive numa sala de cinema este ano. Só é uma pena que, imediatamente após esse sopro de ar fresco, ele irá novamente revisitar o universo de Alien. Podia passar sem essa.
5 – VINGADORES: ERA DE ULTRON (Avengers: Age of Ultron – EUA – 2015)
Pelo que andei lendo por aí, no geral a galera não gostou tanto deste quanto do primeiro Vingadores, mas eu achei exatamente do mesmo nível, até cometendo exatamente os mesmos erros e acertos de seu antecessor. Talvez não tenha mais o impacto inicial de vermos todos aqueles personagens juntos na telona pela primeira vez, mas mesmo sem o fator ineditismo, ainda é uma aventura de proporções épicas, um espetáculo de primeira para a alegria de um fã de quadrinhos de super-heróis. No que se propôs a fazer, Era de Ultron mandou muito bem e eu fiquei satisfeito com o resultado geral, colocando-o na prateleira de cima, junto dos melhores longas do Universo Cinematográfico da Marvel.
4 – A TRAVESSIA (The Walk – EUA – 2015)
Da capacidade de Robert Zemeckis para fazer grandes filmes, ninguém duvida. Contudo, após anos fazendo aquelas animações sem graça, era fato que o sujeito estava enferrujado com longas em live action. Pois com este aqui ele conseguiu espanar as teias de aranha em grande estilo. Um filme extremamente divertido que conta uma história real onde os acontecimentos mais absurdos de fato ocorreram e levam para um dos terceiros atos mais embasbacantes e vertiginosos do cinemão recente, sensação amplificada ainda mais por ter assistido à película numa tela IMAX. Robert Zemeckis está de volta à velha forma, não é pouca coisa.
3 – MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA (Mad Max: Fury Road – Austrália/EUA – 2015)
Por ser um grande fã dos filmes antigos, este aqui era uma das produções mais aguardadas por mim em 2015. E não decepcionou. Com muito mais dinheiro do que seus antecessores e George Miller mais louco do que nunca nas cenas de ação envolvendo automóveis, Estrada da Fúria provou-se o melhor filme de ação não só de 2015, como dos últimos tempos. Uma gigantesca perseguição non stop, de ritmo alucinante, sem trégua para respiro e realizada de maneira old school, com efeitos práticos e o CGI como sempre deveria ser utilizado, para retoques e detalhes, nada mais. Prova a maestria do australiano Miller, 70 anos de idade, naquele gênero tão querido por todos nós, que envolvem explosões a rodo. Testemunhem!
2 – DelfosSTAR WARS: O DESPERTAR DA FORÇA (Star Wars: The Force Awakens – EUA – 2015)
Após assistir a O Despertar da Força, só se pode concluir que a melhor coisa que George Lucas já fez foi vender sua criação para a Disney. E maldito seja por nos fazer perder tanto tempo com aquela maldita nova trilogia! O filme de J.J. Abrams é tudo que os fãs estavam esperando desde que os créditos finais de O Retorno de Jedi subiram em 1983. Os novos personagens são cativantes (o robô BB-8 já nasce clássico), os antigos emocionam quando dão as caras e as cenas de ação estão perfeitas, com a melhor luta de sabres-de-luz da franquia. Se ele peca em alguma coisa, talvez seja justamente porque ele não poderia errar, os fãs não aguentariam mais uma decepção. Daí, joga no seguro usando exatamente a mesma estrutura de roteiro de Uma Nova Esperança, deixando-o excessivamente parecido com uma gigantesca homenagem, quase um remake, e não um filme independente. Mesmo assim, nada disso importa quando as luzes se apagam e a tela de “Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante” aparece. A Força finalmente despertou.
1 – DIVERTIDA MENTE (Inside Out – EUA – 2015)
Não tinha como fugir do óbvio, sendo o único filme para o qual concedi o almejado Selo Delfiano Supremo em 2015. Somado a isso, para os que leram a resenha e sabem o que ele fez comigo, era uma simples questão de coerência conceder a medalha de ouro desta lista à animação da Pixar, que andou em baixa nos últimos anos, mas se recuperou de forma espantosa com este filme de roteiro extremamente criativo, de excelente premissa, dominando mais uma vez a arte de arrancar tanto gargalhadas quanto lágrimas do espectador de todas as idades. Como curiosidade totalmente inútil, essa é a primeira vez que um filme de animação fica com o primeiro posto em uma de minhas listas de melhores filmes do ano. O que isso significa? Absolutamente nada!
Muito bem, delfonauta. Esta foi a minha lista e agora queremos saber qual é a sua. Conte para nós, seja em nosso espaço de comentários, seja através do Facebook, quais foram seus cinco melhores de 2015, bem como o pior e o que mais te decepcionou. E, como você sabe, nosso especial de início de ano continua durante as próximas semanas com mais listas de destaques do ano passado em outros campos. Fique ligado.
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