Os Cafanerds

0

E cá estamos nós, caros delfonautas machos e fêmeas (hum… delfonautas fêmeas… com x-salada…) para mais um capítulo em nossa epopéia cultural sobre os cafajestes. Em razão de toda a curiosidade em torno do “cafanerd”, eu acabei resolvendo me adiantar sobre esse assunto para ver se consigo mostrar do que se trata.

Como você já viu nos textos anteriores, qualquer um pode ser cafajeste. Claro! Não confundam as coisas. Não estou dizendo que qualquer um que queira ser cafajeste ou que tente sê-lo, o será. Mas sim que o dom da cafajestagem pode nascer em qualquer pessoa, independente de sua cor, religião, credo ou dote artístico. Assim sendo, por que a dádiva divina não poderia nascer em um corpo franzino, de cabeça grande e óculos fundo-de-garrafa?! *-*

Aliás, há algum tempo, um certo amigo aracnídeo nos mostrou isso nas telonas do cinema. Tudo bem que ele não foi tãããão bem sucedido assim, porque a mulherada mais ria dele do que qualquer outra coisa. Mas, ainda assim, ele conseguiu arrastar a loirinha (ou seria ruivinha?! O.o) e quase a levou para o abate. Na verdade, não fosse por sua ex (Essas exs… Sempre nos atrapalhando… =/), ele teria faturado essa facilmente, mesmo estando em terreno desconhecido.

Hum… Acho que você deve estar se perguntando: “Terreno desconhecido?!”. Pois eu lhes digo: o cafanerd não é um tipo que “ataca” em baladas ou em locais do tipo. O cafanerd é um cara mais cultural. É aquele que traça a tia da biblioteca (aquela coisinha linda que usa óculos e roupinha social! *-*), a vendedora da loja de livros (que também usa óculos! *-*), da loja de CDs de Heavy Metal (que tem o cabelo pintado com mechas vermelhas! *-*) e, principalmente, as pobres garotinhas indefesas dos chats da vida (que são garotinhas indefesas! *-*). Ahá! Aposto que um monte de delfonautas agora deu um tapa na testa e pensou: “Macacos me mordam (eu adoro essa frase!)! Eu sou um cafanerd!”.

Cara… Quem aqui nunca foi a uma loja de CDs e encontrou aquela mina gatíssima, com gostos peculiares, que curtia um som igual ao que você curte? Aí, chegava lá e pedia uma porção de coisas que nunca ia comprar, só pra ela notar que você gostava de determinado tipo de música, pra ver se rolava um papo. Dada a abertura, aí começava todo o procedimento de tentativa de abate.

Ou então, quem nunca foi a uma loja de livros que, por sinal, geralmente vende filmes também, só pra mostrar pra vendedora de calças apertadíssimas o seu gosto refinado e alternativo, que engloba todos os clichês nerds: Kevin Smith, Stanley Kubrick, Alfred Hitchcock, Stephen King, Clive Barker e mais uma montoeira de nomes cultuados no meio. Geralmente, essas abordagens geram papos compridíssimos e “retornos sem compromisso”, onde o cafanerd volta ao recinto apenas para “dar um oi”. Sim, sim… Todos sabemos qual é o fim desse “oi” (olhar maligno e risada de supervilão).

Outra coisa que pode ser percebida nessa abordagem também é a necessidade de paciência. O abate raramente é feito na hora. Tem toda uma “preparação de terreno” que, dependendo do grau de dificuldade (outro assunto que será abordado futuramente), pode custar muitas sessões de conversa, visitas descompromissadas e, o mais perigoso… Muitas cifras! Afinal de contas, de vez em quando, você vai ter que acabar comprando alguma coisa, né? Senão pega mal. Por isso, é bom que você aproveite o máximo que puder de cada momento para que a quantidade de sessões não precise se estender por muito tempo, o que acabará com suas economias, além de estourar o limite dos seus cartões de crédito (Por que diabos tudo direcionado ao nerd é mais caro? ¬¬).

Além desses dois alvos, um outro, que talvez seja o mais utilizado pelo cafanerd, é a internet! Essa tática existe desde os tempos da BBS, que eu não tive o prazer (ou seria o desprazer? O.o) de acompanhar, pois ainda era um jovem garotinho que só queria saber de jogar bola na rua e fazer entregas para o sêo Joaquim (eu explico isso no momento oportuno). Mas tem gente aqui no DELFOS que COM CERTEZA sabe do que eu estou falando, né, Corrales?

Desde chats de bate papo até os programas como Mirc, ICQ, MSN e semelhantes, não existe pessoa no mundo (e eu digo isso com o dedo em riste!) que NUNCA, nem sequer uma vezinha, tentou se aventurar nesses mares incertos e perigosíssimos! Aliás, que atire a primeira pedra quem nunca tentou faturar uma gatinha virtual. O cafanerd, neste aspecto, se destaca dos meros aventureiros por possuir todas as artimanhas necessárias para saber onde está se metendo. Ele sabe, por exemplo, quando a Gatinha_Sozinha_18 é, de fato, uma gatinha sozinha de 18 anos ou uma mocréia, de dígitos triplos, desesperada pra desencalhar. Ou pior, sabe quando a tal Gatinha_Sozinha_18 tem um pênis (Júlio, citando Corrales, faz três vezes o sinal da cruz nesse momento).

Além disso, ele obedece, quase que religiosamente, a todo um protocolo pré-estabelecido, para que sua abordagem seja sempre característica sua e ele consiga manter a situação sob controle. Nesse tipo de cafajestada, inventar ou inovar (não confunda com improvisar) pode ser a assinatura de um atestado de óbito virtual para nosso amigo cafanerd.

Esse método, apesar de ser bastante eficaz (depois de semanas de conversas nas madrugadas), possui um fator contra: os perigos enfrentados nessa empreitada são da proporção dos encarados por tremendões como Rambo, Remo (desarmado e perigoso), Bradock, Magnum e cia. Aqui, o cafanerd precisa ser extremamente bravo e destemido, pois a quantidade de “situações de risco” beira o inimaginável. Aposto que você pensa que eu estou me contradizendo aqui com o que foi dito há dois parágrafos, certo? Pois lhe digo que não estou. Precisamos pensar no seguinte: “É errando que se aprende”! Agora, imagine a quantidade de vezes que o cafanerd precisou errar pra adquirir um “sensor” contra esses pequenos (às vezes enormes) imprevistos. Aposto que, de novo, muita gente que leu isso aqui se identificou com a situação! Nunca se sabe quando a gatinha pode se revelar uma Menina Má.com.

Uma característica muito interessante deste método é que, muitas vezes, os cafanerds atacam em bando. Quer dizer, não é bem um bando… Mas, raramente, vão a estes encontros sozinho. O normal é que o cafanerd tenha um outro amigo cafanerd para se “enfiar nas roubadas” junto com ele. Afinal de contas, os cafajestes são solidários uns com os outros (e quem nunca pegou uma baranga para que o amigo pegasse a gostosa não é amigo de verdade).

Obviamente, esse companheiro de guerra não vai apenas para segurar vela. A vítima do abate sempre leva uma amiguinha junto que, na esmagadora maioria das vezes, é melhor que ela. Mas isso é só um detalhe. O importante é competir!

Para finalizar, a ficha técnica no nosso amigo Cafanerd:

Nome científico: Cafajestus Fundus Garrafonis;

Altura: Os adultos costumam ter em média entre 1,70m e 1,78m, mas alguns espécimes podem até mesmo passar dos 1,90m.

Peso: Entre 27 kg e 345 kg;

Aparência: Roupas comuns ou de “grifes” alternativas, físico pouco desenvolvido, cabeça ligeiramente avantajada, cara de criança (e usa isso para conquistar as minas, se fingindo de meiguinho);

Habitat: Bancos de shoppings, lojas de CDs de Rock e de livros, entre outros;

Métodos mais comuns de abordagem: “Olá, de onde tc?”, “Você tem o Nightfall in Middle-Earth, do Blind Guardian aí?”, “Quanto custa O Guia do Mochileiro das Galáxias?”, “Malditas salvações do Rock!”;

Características marcantes: Possuem o dom de conversar horas e mais horas sobre os mais diversos assuntos do universo nerd. Geralmente, usa o mesmo papinho para todas as presas, mas as minas sempre caem na sua inteligência e facilidade para bater papo e para fazê-la rir (sempre com humor nonsense, é claro).

Assim, caros delfonautas machos e fêmeas (mais hum…), espero ter saciado, inicialmente, a curiosidade sobre os Cafanerds. Esse será um assunto muito visto por aqui futuramente e é importante que os delfonautas saibam exatamente do que estamos falando. Despeço-me aqui, mais uma vez com a sensação de dever cumprido, deixando um abraço pros delfonautas machos e um abraço (por trás, com um beijinho no pescoço) pras delfonautas fêmeas. Fui!

PS: Acho que dessa vez nem preciso explicar o porquê de o cafajeste em destaque ser Peter Parker e sua franjinha emo, né? Ah, e na galeria aí embaixo você confere a prova cabal de que nerds atraem, sim, mulheres gostosas!

Galeria