Há alguns anos, eu costumava dizer que a pior época do ano para mim era novembro/dezembro, quando aqueles filminhos toscos de Natal chegavam por aqui. O tempo passou e hoje a quantidade de filmes natalinos exibidos em nossos cinemas é mínima. Porém, o início do ano se tornou meu inferno cinéfilo. Afinal de contas, é época de Oscar. E Oscar traz oscarizáveis. E oscarizáveis envolvem, em sua maioria, histórias envolvendo judeus e nazistas.
O filme de hoje é Operação Valquíria, primeiro filme não-baseado em quadrinhos do Bryan Singer em muitos, muitos anos. E, embora tenha nazistas e esteja estreando por aqui em fevereiro, não se trata de um oscarizável. Pelo menos não em gênero, pois neste aspecto, está mais para um suspense conspiratório – e muito legal.
Aqui, Thomas Cruzeiro e sua patota organizam um golpe para tirar Hitler do poder e, assim, impedir a destruição da Europa e mostrar para o mundo que nem todos os alemães concordavam com os atos do führer (o trema continua, apesar da nossa reforma ortográfica, para enfatizar a trueza da grandiosidade alemã). A turminha organiza um plano mirabolante, o coloca em prática e o resultado… bem, o resultado você já deve saber, mas se não sabe, não sou eu quem vai contar.
Apesar de poder ser considerado um tanto parado, Operação Valquíria consegue ser emocionante sem ter cenas de ação mirabolantes – ou de qualquer outro tipo. É um filme basicamente de diálogos, planejamentos e torcidas. Afinal, não tem como não torcer para um grupo de pessoas que pretendem salvar todo um continente e milhões de pessoas da destruição iminente. E fazemos isso mesmo sabendo que todos os esforços serão inúteis e o filme vai acabar praticamente da mesma forma que começou.
Depois de mutantes e alienígenas com hábitos diferentes ao vestir a cueca, Bryanco Cantor nos presenteia com seu filme mais maduro, tanto na direção quanto no roteiro. Apesar de ser um tanto oportunista (MAIS UM envolvendo o nazismo estreando no começo de 2009), é uma excelente obra e vale o ingresso.
