Quando recebi o convite para este filme, imediatamente me lembrei de uma comédia com o Mel Gibson que em inglês se chama justamente What Women Want. Mas aqui, devido ao eterno mistério das escolhas para tradução de títulos, ela foi lançada como Do Que as Mulheres Gostam.
Claro, o longa protagonizado pelo antigo Mad Max não tem nada a ver com essa produção francesa, e só toquei nisso para poder passar pelo primeiro parágrafo. Agora que essa tarefa foi cumprida com louvor, posso seguir para o próximo, onde apresentarei a sinopse do dito cujo. Me acompanhe.
Trata-se da história de 11 mulheres (hum, time de futebol feminino com torresmo…) parisienses e seus problemas afetivos e de relacionamentos. Se o termo chick flick veio à sua cabeça, você está mais do que certo. E como eu não sou uma chick, esse flick não é exatamente muito atraente para mim.
Se ao menos as histórias fossem legais, até poderia ser divertido, mas são todos os clichês de sempre, da mulher em posição de poder no trabalho que por conta disso não tem vida social, passando por aquela que descobre que seu marido a está traindo. Tem até umas lésbicas aí no meio, mas até a história delas é bem sem sal.
E como em todo filme que conta várias histórias de múltiplos personagens, muitas delas estão ligadas ou em algum momento elas vão se cruzar, dando um panorama geral dos anseios femininos. O problema neste caso é que 11 é muita gente, o que torna o andamento um tanto confuso com tantas personagens se revezando nos holofotes.
Várias vezes eu me perdia sobre qual era o problema ou o dilema de cada mulher, e até confundia algumas delas por serem parecidas fisicamente. Poderiam ter limado algumas personagens e deixado o longa mais enxuto e ainda funcionaria dentro da proposta. Para dar a real, eu achava que era menos gente e só descobri que eram 11 caboclas ao ler a sinopse oficial da distribuidora. E mesmo assim não consigo lembrar de toda essa galera no filme.
Fora isso e os velhos clichês mencionados, realmente não há muita coisa de boa nele. Talvez o fato de que, diferente das produções estadunidenses desse gênero, as mulheres aqui sejam mais assertivas e menos coitadinhas. Mas mesmo assim não faz uma grande diferença. E apesar de que, embora não o tenha considerado um bom filme, também não foi entediante, o que conta como uma vitória.
Talvez quem goste desse tipo de comédia direcionada às mulheres possa apreciar mais, desde que não se importe em ver mais do mesmo, apenas com um temperinho europeu. Nesse caso, O Que as Mulheres Querem pode servir como um programa satisfatório para ser visto em casa. Para a tela grande do cinema, com certeza há opções melhores em cartaz.
