Considerando o nome deste site, você deve imaginar que eu curto mitologia grega. Assim, a série God of War ocupa um espaço considerável no meu duro coraçãozinho. Este God of War 2018, que sai semana que vem, parece modificar bastante a fórmula, e eu tenho minhas dúvidas se isso vai ser para o lado bom.
Ah, pode ficar tranquilo, enquanto escrevo isto, eu ainda não joguei God of War 2018, então tudo que vou falar aqui são opiniões e especulações baseadas apenas no material divulgado pela própria Sony.
ADEUS, LINEARIDADE
Um dos motivos pelos quais eu gostei tanto do PS3 é que seus exclusivos eram jogos lineares, intensos e cinematográficos, e isso veio desde o PS2, com os dois primeiros God of War. Nesta geração, a Sony tem deixado seus exclusivos mais abertos. Vide o que aconteceu com Uncharted 4 e, principalmente, Lost Legacy. Isso parece também ser o caso com o novo God of War.
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David Jaffe, o diretor do primeiro jogo, já tinha dito que pensava em levar a série para um estilo semelhante ao de Darksiders. Cory Barlog, que criou a série junto com Jaffe, dirigiu o segundo jogo e voltou para dirigir o novo, disse que ele será “mais aberto, mas não mundo aberto”.
Sabemos que o novo God of War terá sidequests, e juntando as informações disponíveis oficialmente (evitei ler os reviews que saíram ontem), imagino que terá um funcionamento bem semelhante ao de Darksiders 2, ou seja, um metroidvania com mapa bem aberto e com mecânicas de um RPG leve. E isso não me agrada tanto. Por outro lado…
MITOLOGIA NÓRDICA
Desde o início, David Jaffe e Cory Barlog planejavam levar Kratos à mitologia nórdica depois que ele assassinasse toda a mitologia grega. Isso sempre foi uma ideia legal, e é difícil saber porque a série desistiu deste caminho. Em God of War Ascension, temos a raspa do tacho da mitologia grega, porque todo mundo que interessa já tinha morrido nos jogos anteriores. Fico feliz que eles voltaram ao caminho original agora.
Por outro lado, a mitologia nórdica não é tão pop quanto a grega. São poucas as pessoas que conseguem lembrar de outros deuses além de Odin, Thor e Loki, e mesmo estes, especialmente Loki, devem sua popularidade atual aos filmes da Marvel. Falta na mitologia nórdica personagens menos importantes, porém famosos, que podem servir como chefes e inimigos padrões. Eu não consigo lembrar de criaturas mais secundárias nesta mitologia que tenham o apelo popular de Medusa e Minotauro ou mesmo heróis como Perseu e Teseu.
COMBATE
Esta é a maior incógnita para mim, já que é algo que só vou saber quando de fato jogar. Eu achava as blades of chaos/athena/whatever uma das armas mais legais dos games. Gostosa de usar, estilosa de ver. Gostava tanto dela que dificilmente tinha vontade de usar qualquer outra das muitas armas disponíveis na série. E elas aparentemente não estão no novo, tendo sido substituídas por um machado que funciona como um bumerangue.
E se as blades of chaos eram uma arma única, qualquer jogador escolado em hack and slashes já usou machados em vários games. Claro, pode ser que ao jogar acabe gostando ainda mais dele, mas neste momento o combate novo me parece mais genérico do que o antigo. Além disso, é mais um que parece beber da fonte de Dark Souls. Convenhamos, o combate de Dark Souls é excelente, mas já tem imitadores demais.
A mudança da câmera fixa para a tradicional também contribui para a sensação de que o novo God of War vai ser mais comum. Câmera fixa mal usada pode trazer sérios problemas, mas é difícil fazer qualquer reclamação sobre o modo como ela foi implantada em God of War III. Aquele é um trabalho de câmera perfeito, que deixa o jogo muito mais épico e cinematográfico do que ele seria com a tradicional, controlada pelo jogador.
GOD OF WAR 2018
Eu estou muito animado para o jogo, mas é uma animação cautelosa. Não tenho dúvidas de que ele vai ser bom. Tenho quase certeza que vou gostar dele. Mas estou encarando basicamente como uma nova franquia, que levou o nome God of War apenas por razões comerciais.
As mudanças de gameplay me parecem profundas demais para que ele mantenha a sensação da série clássica. Concordo que God of War precisava de mudanças para continuar, mas elas eram necessárias especialmente ao personagem Kratos, que se tornou, ao longo da série, apenas um grandessíssimo FDP. O gameplay sempre esteve entre os melhores, especialmente para aqueles que, como eu, gostavam de jogos de ação lineares, intensos e cinematográficos.
Minha meta é ter alguma opinião sobre o jogo (talvez até uma resenha completa) publicada por aqui na semana que vem, ainda antes do lançamento. Mantenha-se delfonado. E até lá, conte para nós o que você pensa do que foi mostrado até agora.
