O Grupo Baader Meinhof

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Filme alemão, de duas horas e meia, tratando sobre fatos reais. Sejamos sinceros. Pouquíssimos delfonautas vão assistir a esse filme, se é que algum vai. E os que forem, com certeza não estarão no perfil do típico delfonauta, que gosta de explosões, violência e mulher pelada. Segurando alimentos, de preferência.

Curiosamente, O Grupo Baader Meinhof tem tudo isso. A primeira cena, aliás, já é numa praia de nudismo. Baseado em documentos e no livro de mesmo nome, o diretor Uli Edel faz o possível para reconstruir a história do grupo terrorista alemão que dá título ao filme.

O compromisso com a realidade é tanto, aliás, que eles chegaram a contar os tiros disparados em cada cena para que se igualassem aos que realmente aconteceram. Com tanta preocupação, não posso deixar de citar a cena de um assassinato que chegou a lembrar uma esquete de O Sentido da Vida, do Monty Python (aquela em que os caras tratam uma perna amputada como se fosse algo trivial, tipo um resfriado) dado o nível hardcore de seu nonsense. Se quer saber, selecione abaixo.

Um fulano recebe um tiro à queima-roupa, aparentemente na cabeça. Mesmo assim, ele avança rumo ao assassino, que dá outro tiro e o derruba. Não satisfeito, o atirador dá um terceiro tiro – esse definitivamente na cabeça – e sai correndo. Pouco depois, o destinatário dos pipocos levanta e sai andando, dizendo que precisa do barbeiro dele. Sim, eu sei o que você está pensando. WTF, certo? Pois é.

Embora seja um tanto mais arrastado do que o ideal, não se trata de um filme chato. Aliás, o cinema alemão raramente é chato. E sempre que o tédio começa a tomar conta do expectador, rola uma mulher pelada, uma explosão ou um tiroteio. Curiosamente, o negócio cresce mesmo é quando tudo isso para de acontecer – a partir do momento em que eles vão presos.

Daí em diante, tudo finalmente começa a valer a pena. Além dos ótimos diálogos, é deveras interessante ver como eles contornam as dificuldades para continuar agindo do lado de fora.

No final das contas, O Grupo Baader Meinhof é um filme nada. Talvez signifique mais para os alemães – afinal, faz parte da história deles. Porém, para nós, brasileiros, o interesse já é bem diminuído. Se você se interessa pelo tema, contudo, pode valer o ingresso.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
o-grupo-baader-meinhofPaís: Alemanha<br> Ano: 2008<br> Duração: 150 minutos<br> Elenco: Niels-Bruno Schmit, Moritz Bleibtreu, Martina Gedek e Jan Josef Liefers.<br> Diretor: Uli Edel<br> Distribuidor: Imagem<br>