Provando que não é só aqui no Brasil que não respeitamos nossos idosos, considerando-os por muitas vezes como inúteis ou como um fardo, chega essa produção chinesa para mostrar que o pessoal da terceira idade ainda tem muita lenha para queimar e experiências de vida para passar adiante.
O Ciclo da Vida é aquele tipo de filme que consegue ser ao mesmo tempo triste e enternecedor, com uma história simples e envolvente. Tudo começa quando o velho Ge reencontra seu antigo amigo, o velho Zhou, e vai morar com ele numa casa de repouso.
Zhou é o sujeito animado que organiza as atividades recreativas do lugar e planeja apresentar um número cômico num programa de variedades na TV. Porém, a enfermeira-chefe do lugar e os filhos dos residentes proíbem, preocupados com a saúde dos velhinhos, mas na verdade com medo das possíveis responsabilidades caso algum deles se machuque na viagem.
Isso não é o bastante para baixar a bola da turminha muito louca, que arma um plano mirabolante para escapar do lugar e ir por conta própria realizar seu objetivo, partindo numa road trip a bordo de um ônibus fuleiro. Enquanto isso, também vamos descobrindo os dramas e arrependimentos particulares dos dois protagonistas.
O longa é filmado com muita sensibilidade e conta com um excelente elenco de idosos, todos eles muito figuras, com destaque para os dois protagonistas e também para o velhinho da cadeira de rodas tunada, que quer participar de tudo, apesar de sua limitação física.
É aquele tipo de filme que num momento vai te fazer dar risada só para no seguinte te fazer chorar e refletir sobre a vida, tudo com muita naturalidade, sem forçar a barra. Então leve um lenço, porque com certeza você vai precisar usá-lo em algum momento, ainda que ao final o mais provável é que você saia com um sorriso no rosto e o coração mais leve.
O Ciclo da Vida é daqueles filmes alternativos que provavelmente só estreará nas grandes praças do país (isso se não ficar restrito apenas ao eixo Rio-São Paulo). Mas, caso ele esteja passando numa sala próxima a você, e desde que, é claro, você queira ver algo com mais sentimento e menos explosões, vale a sessão.
