Muse – The 2nd Law

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O que eu mais gosto no Muse é que, mesmo após eles terem virado uma megabanda (não aqui no Brasil, mas lá fora eles lotam estádios), continuam sempre procurando inovar e agregar mais elementos à sua sonoridade. Ou seja, fazer um som diferente, mesmo não precisando.

Se no álbum anterior, The Resistance, eles tinham incluído muitos elementos de música clássica à sua mistura de Rock Alternativo, Progressivo, Metal e Eletrônico, em The 2nd Law eles seguem com tudo isso e ainda acrescentam mais algumas coisas no caldeirão, como veremos à medida que a resenha avança.

O disco é bom, digno dos quatro Alfredos da nota, mas tem seus pontos baixos. Não chega perto da perfeição de Origin of Symmetry ou Black Holes and Revelations. Mas em seus momentos positivos, ele é de fato muito bom.

Os dois singles já lançados são ótimos. Confesso que não gostei muito de Madness da primeira vez que a ouvi, mas depois de algumas repetições acabei adorando, principalmente quando a banda brinca de imitar o U2 na última estrofe. Confira abaixo, a partir dos 4’31, e veja se concorda comigo.

Survival, que também foi a música oficial das Olimpíadas de Londres, tem todos os elementos que fazem a fama da banda e irritam críticos de música mundialmente. É pomposa, exagerada e usa um coral para realçar ainda mais essa grandiosidade. Eu gosto, só acho que Matt Bellamy não precisava ter soltado a franga no último verso.

Há outras faixas com um bom padrão de qualidade, como a faixa de abertura Supremacy, Big Freeze e Animals, esta última reaproximando a banda do Radiohead, agora na fase In Rainbows. Outras, como Follow Me e Explorers não são muito marcantes. O mesmo pode ser dito das duas faixas cantadas e compostas pelo baixista Chris Wolstenholme, Save Me e Liquid State, que poderiam cair fora do disco sem problema algum.

A canção mais surpreendente do álbum, falando novamente de maneira positiva, sem dúvida é Panic Station, um híbrido Funk/Pop que deixaria O Artista Antes Conhecido Como Prince (e que agora, até onde sei, é novamente conhecido como Prince) bem orgulhoso. É a música que mais gruda na cabeça e já virou a minha favorita do disco.

Eu não poderia encerrar esta resenha sem falar sobre o tão alardeado flerte com o tal do Dubstep, o estilo do momento entre a juventude moderna. Isso só acontece nas duas últimas faixas, que formam a suíte The 2nd Law. Por sequer terem vocais, e sim apenas uma narração, fora o fato de estar no final do disco, é o tipo de coisa que você ouve uma vez para saber qual é a do negócio, dá de ombros e, em audições futuras, provavelmente para de ouvir antes de chegar nelas.

The 2nd Law, o disco, pode não ser o melhor trabalho do trio, mas seus muitos bons momentos compensam as faixas mais fracas e o álbum não faz feio perante o resto de sua discografia. No geral, é um trabalho sólido que deve agradar aos fãs da banda e tem potencial para atrair novos admiradores. Está de bom tamanho.

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Nota
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Carlos Cyrino
Formado em cinema (FAAP) e jornalismo (PUC-SP), também é escritor com um romance publicado (Espaços Desabitados, 2010) e muitos outros na gaveta esperando pela luz do dia. Além disso, trabalha com audiovisual. Adora filmes, HQs, livros e rock da vertente mais alternativa. Fez parte do DELFOS de 2005 a 2019.
muse-the-2nd-lawAno: 2012<br> Gênero: Rock<br> Duração: 53:34<br> Artista: Muse<br> Número de Faixas: 13<br> Produtor: Muse<br> Gravadora: Warner Music<br>