Eu não tenho muita paciência para filmes de drama. Então é difícil uma obra do gênero conseguir arrancar uma opinião positiva de mim. Meu Amor de Verão conseguiu o feito, ainda que não seja uma maravilha.
Numa minúscula cidade inglesa, as jovens Mona e Tamsin se encontram por acaso. Mona vive no andar de cima de um pub (bem que eu gostaria de morar em cima de um pub) com o irmão, um ex-marginal convertido fervorosamente à religião. Óbvio, Mona não suporta ver a lavagem cerebral ocorrida com o único ente querido que lhe restou.
Já Tamsin veio passar as férias na mansão dos pais. No entanto, eles estão sempre ausentes e ela fica sozinha no sinistro casarão. A partir do encontro das duas surge uma forte identificação por causa da solidão de ambas e de seus problemas, e daí nasce a amizade.
As duas passam a ficar juntas o tempo todo e a intimidade vai aumentando até passar da amizade para algo mais (oh, yeah!). No entanto, algumas surpresas poderão mudar o rumo do relacionamento.
Meu Amor de Verão seria mais um draminha típico, não fosse a forma como o filme é conduzido. É meio irreal como as duas se tornam amigas de uma hora para a outra, mais por necessidade do que por afinidade até, e isso me agradou bastante. O uso constante de closes, enfatizando o trabalho de atuação das atrizes também conta pontos extras.
No mais, algumas passagens são um pouco chatinhas, mas como o filme é curto acaba não interferindo tanto no resultado final. E o processo de aprofundamento do sentimento entre as garotas e a revelação final de que algumas coisas não eram bem como pareciam certamente também compensam o pequeno defeito do ritmo meio irregular da película.
Como eu disse, o filme me surpreendeu positivamente, mas não é aquela obra sensacional, capaz de causar muita identificação com o espectador. Eu, por exemplo, nunca pagaria para ver este filme no cinema. Então, recomendo apenas para os apreciadores de dramas. Aos outros, esperem para vê-lo na TV. Talvez funcione melhor.