Maldição

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Pois é, delfonauta. Acho que eu estava ficando mal acostumado com tantos filmes de terror tremendões seguidos e esqueci dos traumas que uma porcaria do gênero pode causar. Mas não seja por isso, pois o diretor Courtney Solomon retorna heroicamente quatro anos depois de seu último filme (que foi um dos mais assustadores da história – o problema é que não era para ser terror), Dungeons and Dragons, para lembrar todos nós disso. Poxa, esse é o tipo de cara que deveria ter férias permanentes, diz aí.

Mas chega de enrolação que já gastei tempo demais com essa porcaria. Maldição é baseado em fatos reais, no único acontecimento registrado em que um fantasma matou uma pessoa. Parece interessante, certo? E poderia ser, pois em muitos aspectos, este lembra o tremendão O Exorcismo de Emily Rose, principalmente em alguns cenários que são muitíssimo parecidos. Infelizmente, enquanto Emily Rose fez toda a equipe do DELFOS chamar pela mamãe toda vez que o relógio marca três da matina, o único medo que Maldição causa é que o filme não termine nos próximos cinco minutos. E a tal pessoa morta, não morre por um ataque ectoplásmico ou algo do tipo, é algo bem mais sem graça do que isso.

Os únicos momentos mais interessantes, e mesmo assim não muito, são os movimentos de câmera que lembram bastante Evil Dead. Também tem uma carroça que dá um salto mortal e cai em pé e uma guria estapeada pelo fantasma em uma das cenas mais engraçadas do ano (parece até coisa saída da segunda parte de Todo Mundo em Pânico).

Tirando isso, o filme é basicamente uma seqüência interminável de pessoas acordando de pesadelos, o que causa muita inveja no pobre espectador, cujo pesadelo de assistir ao longa parece não acabar nunca. Então minha recomendação é que você use a mesma tática que os jovens de Elm Street. Se você sabe que terá um pesadelo, simplesmente não durma. Ou, nesse caso, não vá ao cinema.

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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).