Se tem uma coisa que definitivamente estraga uma infância é se seu irmão mata a sua mãe e suas irmãs, e acaba sendo preso por causa do seu próprio testemunho. É exatamente isso que aconteceu com Libby Day lá nos anos 80.
O massacre comoveu as pessoas e a menininha recebeu muito dinheiro em doações, o suficiente para que ela crescesse e ficasse com a cara e corpo da Charlize Theron, o que provavelmente significa que ela não tinha muito o que comer. Ainda assim, ela cresceu sem precisar trabalhar.
O problema é que as pessoas se comovem por tempo limitado e o dinheiro acabou. Agora ela está em maus lençóis, sem saber de onde vai tirar dinheiro. É então que aparece o Fera de X-Men: Primeira Classe. Ele faz parte de um clube de fanáticos por assassinato, e a turminha está convencida da inocência de Ben (o irmão de Libby).
Acontece que Ben era um adolescente problemático, que ouvia bandas de metal satânicas, como Twisted Sister e Dio (e ok, também falam de Slayer, Misfits e Mercyful Fate, o que faz mais sentido). Assim, ele gostava de se dizer satanista, tornando-o um alvo fácil para a mídia e a justiça da época, apesar da total ausência de provas.
A própria Libby não está convencida da inocência do irmão, mas os amigos do Fera (vamos chamá-los de F-Men) estão dispostos a pagar pela ajuda dela, então, pagando bem, que mal tem?
A história é contada através de duas narrativas. A primeira, e principal, é no tempo presente, e mostra as investigações da protagonista. A outra, em flashback, vai aos poucos mostrando o que realmente aconteceu nos dias que antecederam a fatídica noite do massacre.
O elenco do passado conta até com a Hit Girl e com a mulher mais sexualizada do mundo (a Christina Hendricks, que todo delfonauta homem e até algumas delfonautas mulheres já imaginaram misturada a bacon). Curiosamente, ao contrário de seu papel em Mad Men, a mãe de Libby é surpreendentemente não sexualizada, o que deve ser bem difícil para Hendricks, considerando que nem mesmo o figurino carola da personagem consegue esconder suas voluptuosas curvas.
Todo filme centrado em um mistério corre um risco. A solução pode ser óbvia demais, ou absurda demais. Para falar a verdade, é difícil aparecer um com um clímax satisfatório. Lugares Escuros consegue isso, colocando um ponto final bastante interessante na trama.
Aliás, interessante é uma palavra que representa bem o que você vai encontrar por aqui. O próprio assunto, envolvendo um massacre que supostamente foi feito em nome de um ritual satânico, já chama a atenção, e a investigação, somada à segunda narrativa, complementam bem o mistério.
Lugares Escuros é um thriller que vale a pena ser assistido. Bora pro cinema.
CURIOSIDADE:
– Lugares Escuros é baseado em um livro de Gillian Flynn, mesma autora de Garota Exemplar, que até outro dia estava nos cinemas.
